“Em geral, ver a seção de comentários dos portais brasileiros é uma experiência para masoquistas.
É uma boçalidade torrencial, exuberante, universal. E não há ninguém que modere, ao contrário do que acontece em grandes sites mundiais, como a BBC. Quase todos os comentários são de pessoas arquirreacionárias, analfabetas políticas que regurgitam o que lêem ou ouvem na mídia.
Uma das melhores definições sobre Lobão veio disso, e apareceu no Twitter depois do Roda Viva com o neo-olavete: “O Lobão parece um comentário do G1 que fala.”
Clap, clap, clap.
Mas.
Mas, por vezes, aparece uma pérola na lama infinita.
Numa reportagem do site da Folha sobre o apelo de Aécio para que os brasileiros “decentes” o ajudem a subir a rampa do Planalto, um leitor colocou o seguinte comentário: “Com essa imagem de pé de cana e de farinheiro?”
Sou forçado a um novo clap, clap, clap.
Todos os livros que FHC leu não o fizeram ver a obviedade apontada pelo leitor da Folha com uma sentença de dez palavras.
A desconexão do PSDB com a voz rouca das ruas é tão grande que Aécio tentará o Planalto mesmo com uma vulnerabilidade de imagem tão devastadora.
Se FHC frequentasse o povo, fatalmente teria ouvido de alguém a observação justa, precisa, irretorquível diante da ideia que o tomou de que é a “hora do Aécio”: “Com essa imagem de pé de cana e de farinheiro?”
Mas FHC não frequenta o povo.”
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