sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Vexame de Dora Kramer

Idelber Avelar -
Vexame: @ chama Dr em Direito com livro em 2 línguas de "um rapaz" e erra questão básica sobre os 3 poderes
Resmungos da velha mídia
A velha mídia não ficou nada contente com a entrevista coletiva que Lula nos concedeu. Nunca antes na história deste país jornais redigiram textos e textos criticando uma entrevista coletiva concedida a outro veículo de comunicação.
Chegam ao cúmulo de sugerir que Lula deva se limitar a dar entrevistas a seus opositores políticos, devendo manter todos aqueles que de uma forma ou de outra seja simpáticos a seu governo em profundo ostracismo. Do contrário, a entrevista será automaticamente rotulada de “chapa-branca”, ainda que as perguntas demonstrem claramente o contrário.
Esta crítica, porém, chamou-me a atenção, pois foi dirigida diretamente à minha pergunta:
Nas entrevistas tradicionais, em que não há seleção ideológica, não se vê, por exemplo, o entrevistado precisar corrigir o entrevistador que estranha o fato de as indicações ao Supremo Tribunal Federal não terem deixado a Corte com “a cara do governo Lula”.
“Graças a Deus o Supremo não ficou com a cara do governo”, respondeu o presidente a um rapaz que se identificou como representantes de um “blog jurídico”, ensinando-lhe, em seguida, algo sobre a independência dos poderes inerente à República.
Esta senhora, que se identifica como jornalista de um grande jornal, parece não ter se dado conta de que eu fiz uma pergunta e não uma afirmação ao presidente. Daí por que o presidente não me corrigiu, mas respondeu à indagação que lhe foi feita. Talvez por vício de sua própria formação, a senhora jornalista pressuponha que toda pergunta é dirigida para que seja dada uma determinada resposta. Eu, porém, que sou um mero amador, não tive a intenção de que o presidente concordasse ou discordasse da minha pergunta.
A senhora jornalista, porém, na sua ânsia de criticar, acabou cometendo um equívoco grosseiro ao alegar que uma nomeação ideológica de ministros do STF feriria a “independência dos poderes inerente à república”. A questão não tem absolutamente nada a ver com separação de poderes, pois é a própria constituição que atribui poderes ao presidente da república para nomear os ministros do STF. O presidente é livre para indicar o ministro do STF, pelos critérios políticos que bem entender. A interferência política no STF, ao contrário do que parece crer a senhora jornalista, não é um vício do sistema, mas é a essência do próprio modelo constitucional adotado.
É o tipo de crítica que só se lê mesmo nos grandes jornais que se julgam especialistas em generalidades.

Um comentário:

Edoubar disse...

a grande midia é um estado dentro do estado, em sua raspinha de fim de governo lula tá fazendo um estrago medonho nas trincheiras da elite. botou os blogueiros na linha de frente da comunicação institucional, e noutro campo está acabando com o tráfico nos morros cariocas. sucessivos governos de direita garantiram fazer e nunca fizeram pq no fundo, todos sabem, lucravam com o tráfico carioca. vc consegue imaginar o itagiba comandando essa operação?