sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nosso “midiagate” saiu na mídia!



Inacreditável. E, agora, vai ser difícil manter as coisas cobertas pelo manto de silêncio. O jornal O Dia publicou a confirmação da história de que todos sabiam – acrescentando mais detalhes – as intimidades entre jornalistas famosos e a embaixada americana no Brasil. Cita, nominalmente, o apresentador da Globo William Waack e Carlos Eduardo Lins da Silva e Fernando Rodrigues, ambos da ‘Folha de S. Paulo’.
As visitas íntimas – pois não foram públicas, nem assunto de matéria por qualquer um deles – não se destinavam a apurar assuntos internacionais ou a falar sobre as relações entre os dois países, mas as avaliações – furadas, como se sabe – da candidatura Dilma Rousseff, no ano passado.
À parte o fato de os EUA escolherem mal seus informantes e analistas, o episódio deixa evidente que estes profissionais ultrapassaram qualquer limite ético no relacionamento com um governo estrangeiro.
Têm todo o direito de serem amigos e buscarem informações com diplomatas estrangeiros, como fez dos citados, Fernando Rodrigues, da Folha, ontem, numa entrevista como o embaixador Thomas Shannon, reportagem legítima e de interesse público. Tem, mesmo, todo o direito de buscar, com eles, informações em off.
Mas não têm o papel de fazer análises privadas para a informação de outro país, escondendo isso de seus leitores e telespectadores. Imaginem se um diretor do NY Times ou um apresentador da NBC fazendo visitas discretas à embaixada brasileira para nos dar uma visão íntima dos candidatos a presidente dos EUA?
Agora, com a publicação de O Dia sobre os telegramas diplomáticos que revelam seu comportamento, vazados pelo Wikileaks, estão obrigados a dar explicações públicas.
Já não podem dizer que a informação é obra de “blogueiros sujos”.
Colher informações, para um jornalista, é sua obrigação.
Fornecer informações, éticamente, é algo que só ao leitor se faz.
Não a diplomatas estrangeiros, ainda mais nas sombras.
Isso tem outro nome, que deixo ao leitor a tarefa de lembrar qual.
PS. Vejo no Conversa Afiada que o JB publicou também. E agora, vão continuar fingindo que não viram e se escondendo numa nota da Globo que diz que não é verdade? Ou Waack vai dizer que foi ao porta-aviões americano por ser “âncora”?

Do Blog TIJOLAÇO.COM

Um comentário:

José Marcio disse...

Vou nadar contra a corrente.
Detesto esse indivíduo, mas acho que é função de um jornalista divulgar o que sabe.
Errado é quem deveria guardar o segredo e vendeu para o William Waca.