Publicado em 21/06/2010
Assisti a dez minutos da sessão de hidromassagem a que a Folha (*) e o UOL submeteram José Serra.
Dez minutos intermináveis, irrevogáveis – um tratamento de canal seria mais agradável.
Uma palavra de esperança.
Uma metáfora.
Uma réstia de sol.
Nada: breu puro.
Serra apareceu de cara amassada, como se tivesse sido atropelado por um dossiê.
A novidade espetacular: ele substituiu a camisa azul pela branca, social.
Uma revolução marketológica, cuja secreta essência precisamos ainda perquirir.
Na platéia, como sempre, não se via um negro.
Não é a especialidade da Folha (*), nem do Serra.
Serra disse que é a favor do “avanço” – do “Avanço”, o candidato do sovaco cheirosinho, diz o Blog dos Amigos do Presidente.
Ele é um jenio.
Candidato do Avanço.
( Cuidado, Gonzalez, porque o Fernando Lyra – clique aqui para ler o perfil que o Mauro Santayana desenhou dele – já disse que o Sarney era a “vanguarda do atraso”, e o FHC, o “atraso da vanguarda”. Daqui a pouco o Serra vai ser “o atraso do Avanço”.)
No mais, Serra fez de conta que não foi prefeito nem governador de São Paulo.
E falou mal da Educação (São Paulo tem das piores do Brasil).
Da Saúde (o próprio UOL divulgou números secretos que expõem a tragédia da Saúde Pública em São Paulo).
E da Segurança (o Abadia, lembram ? O Abadia disse que a melhor maneira de acabar com o tráfico em São Paulo era fechar a delegacia do Serra que combate o tráfico, o Denarc).
Dali não sai mais nada.
Mino Carta voltou de viagem e fomos jantar.
Mino sentenciou: o maior legado do Lula será a tunda que vai dar na elite nativa.
Da qual o Serra é apenas um dos representantes mais medíocres.
Lula poderá ficar pelo “crescimento com distribuição”; a retomada da Petrobrás das mãos dos clientes do Davizinho; a política externa altiva.
O melhor, porém, segundo Mino, será a tunda.
Devolver essa elite nativa e os tucanos de São Paulo, “a pior elite do mundo !” , à treva onde adormecerão por anos e anos.
Mino já previu, em outro jantar, que o Serra terá que procurar o amigo Luiz Gonzaga Belluzzo e pedir emprego de professor na Facamp e de diretor do Palmeiras.
(Quero ver ele dar palpite no time do Felipão.)
“Vai ser uma tunda mo-nu-men-tal !”, diz o Mino, a saborear cada sílaba.
Paulo Henrique Amorim
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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