segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cerra penetra no enterro de Itamar. E quase fica lá

O caixão de Itamar Franco e a Presidenta Dilma Rousseff foram cercados na tarde desta segunda feira pelo Estado Maior tucano.

Aécio Never enfaixado, o Farol de Alexandria (que ficou amigo do morto depois de morto – clique aqui para ler “FHC não fez o sucessor”), Geraldo Alckmin e o governador de Minas, Antonio Anastasia.

Os tucanos e o PiG (*) agora morrem de amores por Itamar – depois de morto – a ponto de O Globo dizer na primeira página que ele foi o Pai do Real.

O que, quando vivo, seria uma heresia, diante da indiscutível paternidade do Fernando Henrique.

Ciro Gomes, o Ministro da Fazenda de Itamar que pôs o Plano Real de pé, guardou uma sóbria e discreta distância do caixão.

De repente, à esquerda do vídeo, sobre o ombro (avariado) direito do Aécio, avulta-se o Padim Pade Cerra.

De olha na câmera, passo a passo, o Padim se move em direção a uma extremidade do caixão.

Movimentos firmes, na mesma direção, sempre.

Ultrapassa um.

Empurra o outro.

De olho na câmera.

Até que num movimento sinuoso evita o ombro (avariado) do Aécio e posta-se na ponta sul do caixão.

Por pouco não derruba o propriamente dito.

Dá um suave “chega pra lá” no Aécio.

E olha firmemente para a câmera.

Pronto !

Estava no foco da câmera.

Com o caixão em primeiro plano.

Com aquele semblante de quem acabou de ver o Ciro Gomes cara a cara.

Logo ele, por quem o Itamar nutria solene menosprezo – clique aqui para ler “Itamar e Cerra – ele quer é o meu lugar”.

Cabe notar, amigo navegante, o aspecto saudável do Padim.

Amarelo como o verniz do caixão.

As olheiras desciam à linha das narinas.

Magérrimo.

Mãos de faquir.

A roupa do tipo – sem trocadilho, por favor – “o defunto era maior”.

Não fosse respirar seria confundido com o morto.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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