A primeira foi publicada em setembro de 2001 em um jornal paquistanês, a segunda em novembro do mesmo ano no site ABK NET.
Com espírito jornalístico em busca das verdades históricas e no intuito de oferecer aos nossos leitores e às nossas leitoras informações que esclareçam mais a respeito dos atentados terroristas do dia 11 de Setembro de 2001, publicamos a seguir duas entrevistas com Osama bin Laden.
A primeira entrevista foi publicada pelo jornal paquistanês Ummat no dia 25 de Setembro de 2001, republicada em inglês pelo portal investigativo Global Research, dirigido por Michel Chossudovsky, e finalmente disponível em português por colaboração de tradução que E. R. Saracino. A segunda entrevista é do jornal paquistanês Ausaf, realizada no dia 10 de Novembro de 2001, publicada pelo sítio ABK NET já em português.
São duas as motivações que nos levam a publicá-las. A primeira, pela importância e obscuridade que este material está submetido, sem que o jornalismo capitalista sequer mencione a existência de tais entrevistas. A segunda, por ser publicada pela primeira vez em português (exceto a entrevista de Ausaf, já disponível no sítio de ABK NET).
Desejamos às leitoras e aos leitores uma ótima leitura.
Entrevista com Osama bin Laden.
Ele Nega seu Envolvimento no 11/09
Ele Nega seu Envolvimento no 11/09
Texto integral da entrevista exclusive dada ao jornal paquistanês em setembro de 2001
Por Ummat (in Urdu)
28 de Setembro de 2001
Nota Editorial do Global Research
Por Ummat (in Urdu)
28 de Setembro de 2001
Nota Editorial do Global Research
Nós trazemos à atenção de nossos leitores o seguinte texto da entrevista dada por Osama Bin Laden para o diário paquistanês Ummat, publicado em Karachi em 28 de setembro de 2001. Este foi traduzido para o Inglês pela BBC World Monitoring Service e tornado público em 29 de setembro de 2001.
A autenticidade desta entrevista, que está disponível em arquivos de noticiários reconhecidos, é confirmada.
Osama Bin Laden nega categoricamente o seu envolvimento nos ataques de 11 de setembro.
As declarações dadas por Bin Laden nesta entrevista confrontam diretamente àquelas feitas nas fitas alegadamente de Osama.
Nesta entrevista, Osama bin Laden mostra um conhecimento a respeito da polítca internacional dos EUA. Ele expressa seu ponto de vista a respeito das mortes de 11 de setembro. Também faz declarações sobre quem, em sua opinião, pode ser o provável culpado dos ataques de 11 de setembro.
Este importante texto não obteve a devida atenção da mídia e opinião pública ocidental.
Nós destacamos algumas seções chaves desta entrevista. Esperamos que o texto desta entrevista, publicado abertamente uma semana antes do início da guerra contra o Afeganistão, possa contribuir para um melhor entendimento da história da al Qaeda e do papel de Osama Bin Laden nos trágicos acontecimento relacionados ao 11 de setembro de 2001.
Michel Chossudovsky, 9 de Maio de 2011
Full text of September 2001 Pakistani paper's "exclusive" interview with Osama Bin-Ladin
Ummat (in Urdu), Karachi, 28 de setembro de 2001, pp. 1 a 7.
Introdução de Ummat
Kabul: O proeminente árabe Mujahidin, guerreiro sagrado, Osama Bin-Ladin diz que nem ele nem seu grupo, al-Qaeda tiveram participação nos ataques suicidas de 11 de Setembro em Washington e Nova York. Ele diz que o governo dos Estados Unidos deveria encontrar os responsáveis pelos ataques no interior do próprio país. Em uma entrevista exclusiva dada ao diário "Ummat", ele diz que estes ataques podem ter sido atos daqueles que fazem parte do sistema estadunidense e que estão se rebelando contra ele e trabalhando para outro sistema. Ou, Osama disse, isto pode ter sido um ato daqueles que querem transformar este século em um século de conflito entre o Islam e a cristandade. Ou, os judeus americanos, que se opõe ao presidente Bush desde as eleições de Flórida, podem ser os mentores destes atentados. Existe também grande possibilidade do envolvimento das agências de inteligência dos Estados unidos, que precisam merecer o seu fundo anual de milhões de dólares. Ele disse haver um governo dentro do governo dos Estados Unidos.
As agências secretas, ele diz, devem ser questionadas sobre quem está por trás dos ataques. Osama disse que o apoio aos ataques ao Afeganistão foi uma questão de necessidade por parte de alguns países muçulmanos e compulsão por parte de outros. De qualquer maneira, ele diz, ele está agradecido ao corajoso povo do Paquistão que erigiu um baluarte diante das forças erradas. Ele acrescenta que o mundo islâmico está trazendo para si grandes expectativas com o Paquistão e, que quando precisar, "nós iremos proteger este baluarte sacrificando nossas vidas".
Segue a entrevista com todos os detalhes:
Ummat: Você foi acusado de envolvimento nos ataques de Nova Iorque e Washington. O que você diz sobre isso? Se você não está envolvido, quem pode estar?
Osama [Osama bin Laden]: Em nome de Allah, o mais beneficente, o mais misericordioso. Louvor a Allah, Que é o criador de todo o universo e Que criou a terra como a morada da paz, para toda a humanidade. Allah é o Protetor, Que enviou o Profeta Muhammad para nos guiar. Eu sou agradecido ao Ummat Group of Publicatons, que me deu a oportunidade de mostrar meu ponto de vista às pessoas, particularmente ao valente e verdadeiro povo muçulmano do Paquistão que se recusou em acreditar na mentira do demônio
Eu já disse anteriormente que eu não tenho envolvimento com os ataques ocorridos dia 11 de setembro nos Estados Unidos. Como um muçulmano, eu faço o meu melhor para me esquivar de uma mentira. Eu não tenho conhecimento destes ataques, tampouco considero a morte de mulheres, crianças e outros humanos como um ato apreciável. O islã proíbe terminantemente que se cause danos a mulher, criança ou qualquer outra pessoa inocente.
Tal prática é proibida no decorrer de uma batalha. E são os Estados unidos os culpados por todos os mal tratos a mulheres, crianças, pessoas comuns de outra fé, particularmente aos seguidores do Islã. Tudo isto que vêm acontecendo na Palestina nos últimos 11 meses já é o suficiente para chamar a ira de Deus sobre os Estados Unidos e Israel.
Isto é apenas um aviso aos países muçulmanos, que tem sido testemunhas de tudo como espectadores silenciosos. O que aconteceu recentemente às pessoas inocentes do Iraque, da Chechênia e da Bósnia?
Apenas uma conclusão pode derivar da indiferença dos Estados Unidos e do Ocidente acerca destes atos de terror e do patrocínio de tiranos pelas forças estadunidenses, que é a de que os EUA são uma força anti-islâmica e patrocina as forças anti-islâmicas. Sua amizade com países muçulmanos é apenas um show, um engodo. Incitando ou intimidando estes países, os Estados Unidos os estão forçando a encenar o papel de sua escolha. Com um olhar panorâmico você verá que os escravos dos Estados Unidos ou são os governantes ou são os inimigos dos Muçulmanos.
Os Estados Unidos não possuem amigos, e nem querem ter um, pois, o pré-requisito da amizade é possuir o mesmo nível que seu amigo, ou, considerá-lo como igual, e os Estados Unidos não querem ver ninguém como igual. Ele espera servidão dos outros. Consequentemente, os outros países ou são escravos ou são subordinados.
De qualquer maneira, nosso caso é diferente. Nós juramos servidão apenas a Deus Todo Poderoso e depois de ter feito este juramento, não é possível sermos escravos de qualquer outro. Se fizermos isso, isso será uma indolência para com o nosso Mantenedor e para com nossos semelhantes. A maioria das nações do mundo que sustentam sua liberdade são religiosas, que são inimigas dos Estados Unidos, ou estes o consideram suas inimigas. Ou são países que não concordam em se tornarem submissos, como a China, o Iran, Cuba, a Síria e a antiga União Soviética.
Quem quer que seja que tenha cometido os atos de 11 de Setembro não são amigos da população dos EUA. Eu já disse que sou contra o sistema estadunidense, e não contra sua população, considerando que nesses ataques, foram as pessoas comuns dos Estados Unidos as vítimas.
De acordo com as informações que possuo, o número real de mortos e muito maior do que aquele anunciado pelo governo dos EUA. Mas, a administração de Bush não quer causar pânico. Os EUA devem tentar encontrar os culpados por estes ataques dentro de seu próprio país; os culpados fazem parte do sistema dos EUA, mas, são contrários a ele. Ou, são pessoas que estão trabalhando para outro sistema; pessoas que querem transformar o presente século em um século de conflitos entre o Islã e a Cristandade de modo que sua própria civilização, nação, país ou ideologia possa sobreviver. O culpado pode ser qualquer um, da Rússia, de Israel, da Índia ou da Sérvia. Dentro dos Estados Unidos existem dezenas de grupos muito bem organizados e muito bem armados que são capazes de causar destruição em larga escala. Depois, não podemos nos esquecer do grupo judeu "American Jews" que estão em desacordo com o Presidente Bush desde as eleições na Flórida, e gostariam de se vingar.
Além disso, existem as agencias de inteligencia dos Estados Unidos, que precisam provar a necessidade de seus bilhões de dólares para o Congresso e para o governo todo ano. Este requerimento nunca foi um grande problema enquanto existiu a União Soviética, mas depois, todas as agencias ficaram em perigo.
Eles precisavam de um inimigo. Então, primeiramente iniciaram sua propaganda contra Osama e contra o Talibã e então, ocorreu este incidente. Veja, a administração de Bush aprovou um orçamento de 40 bilhões de dólares. Para onde esta enorme quantia foi? Ela serviu para financiar as mesmas agencias que precisam de enormes fundos e querem mostrar sua importância.
Agora eles irão gastar o dinheiro para sua expansão e para ganhar mais importância. Eu vou lhes dar um exemplo. Os traficantes de todo o mundo estão em contato com as agências secretas dos EUA. Essas agências não querem erradicar o cultivo e o tráfico de narcóticos, pois assim, sua importância seria diminuída. Os funcionários do US Drug Enforcement Department estão encorajando o comércio de drogas, então, eles podem mostrar sua performance e ganhar orçamentos milionários. O General Noriega foi transformado em um barão da droga pela CIA e, quando foi necessário, foi também transformado em bode expiatório. Do mesmo modo, se é o Presidente Bush, ou qualquer outro presidente dos EUA, eles não podem levar Israel a justiça por seus abusos aos direitos humanos ou fazê-los responsáveis por estes crimes. O que é isso? Não é que existe um governo dentro do governo dos Estados Unidos? Este governo secreto deve ser questionado sobre quem realizou estes ataques.
Ummat: Países do mundo todo aderiram ao chamado dos Estados Unidos para um ataque sobre o Afeganistão. Isso inclui também um número de países muçulmanos. A al-Qaeda irá declarar uma jihad contra estes países também?
Osama: Eu devo dizer que meu dever é apenas acordar os Muçulmanos; dizê-los o que é bom para eles e o que não é. O que diz o Islã e o que os inimigos do Islã querem?
A al-Qaeda passou a financiar uma jihad contra os infiéis, particularmente para o rastreamento e ataques a países infiéis que atuam contra os Estados Islâmicos. A jihad é o sexto elemento não declarado do Islã. Os primeiros cinco são as palavras básicas do Islã, as orações, jejum, peregrinação para Meca e dar esmolas. Todo anti-islâmico tem medo disso. A al-Qaeda quer manter vivo este elemento e mantê-lo ativo, além de torná-lo parte do cotidiano dos muçulmanos. Isso dará um status de adoração. Nós não somos contra nenhum Estado Islâmico e nem consideramos uma guerra contra Estados Islâmicos uma jihad
Nós somos a favor da jihad armada apenas contra aqueles países infiéis que matam homens, mulheres e crianças muçulmanas apenas por estes serem muçulmanos. Apoiar os atos dos Estados Unidos faz parte da necessidade de alguns países muçulmanos e é compulsório para outros. No entanto, eles devem pensar em como ficará sua religiosidade e sua posição moral se eles apoiarem o ataque de Cristãos e Judeus a um país muçulmano como o Afeganistão. As ordens da jurisprudência islâmica, a shari'ah, para cada individuo, organização e país, é clara e todos os estudiosos da irmandade muçulmano estão de acordo com ela. Nós iremos fazer o mesmo, que está sendo ordenado por Amir ol-Momenin, comandante dos fiéis de Mola Omar e dos estudiosos Islâmicos. O coração das populações dos países muçulmanos bate pedindo por uma jihad. E nós estamos gratos a eles.
Ummat: As perdas causadas nos ataques em Nova York e Washington provaram que causar um golpe econômico nos Estados Unidos não é tão difícil. Os especialistas dos EUA admitem que algo um pouco maior que estes ataques poderia ruir a economia americana. Por que a al-Qaeda não apontaria para os pilares econômicos estadunidenses?
Osama: Eu já disse que não sou hostil aos Estados Unidos. Nós somos hostis ao seu sistema, que faz de outras nações escravas dos EUA, ou os força a hipotecar sua liberdade política e econômica. Este sistema está totalmente sob o controle dos American Jews, cuja prioridade não é Israel, nem os Estados Unidos. Trata-se simplesmente de que o povo dos Estados Unidos são eles mesmo escravos dos judeus e são forçados a viver de acordo com seus princípios e as leis estabelecidas por eles. Então, a punição tem que ser feita a Israel. De fato, é Israel que tem dado um banho de sangue à muçulmanos inocentes e os EUA não dizem uma única palavra.
Ummat: Porque o dano causado aos inimigos do islã não é feito através de outros meios, que não sejam via luta armada? Por exemplo, incitando os muçulmanos ao boicote aos produtos Ocidentais, bancos, companhias de navegação e canais de TV.
Osama: A primeira coisa é que os produtos ocidentais apenas poderão ser boicotados quando a fraternidade islâmica estiver completamente desperta e organizada. Em segundo lugar, as companhias muçulmanas devem se tornar autossuficientes na produção de bens na mesma proporção em que as companhias Ocidentais. O boicote econômico ao Ocidente não é possível enquanto não se alcançar uma autossuficiência econômica e produtos substitutos forem postos á venda. Você pode ver que a riqueza está espalhada por todo o mundo muçulmano, mas nem um único canal de TV foi adquirido para que se possa anunciar comunicados Islâmicos de acordo com os requisitos modernos e obter assim influência internacional. Os muçulmanos comerciantes e filantropos poderiam fazer disso uma arma se a opinião pública fosse utilizada, poderia ficar em suas mãos. Hoje, o mundo é da opinião pública e o destino das nações é determinado por sua pressão. Uma vez que as ferramentas para a construção da opinião pública são obtidas, tudo o que você quiser pode ser feito.
Ummat: Toda a propaganda a respeito de sua luta tem sido feita pela mídia ocidental. Mas, não há nenhuma informação recebida a partir de suas fontes sobre a rede da al-Qaeda e os sucessos da jihad. Você quer comentar a respeito?
Osama: De fato, a mídia Ocidental não é informada. Não há outros temas para sobreviver por tanto tempo. Então, nós temos outras coisas para fazer. A luta da jihad e os sucessos são feitos para Deus e não para irritar nossos inimigos. Nosso silêncio é nossa propaganda real. Rejeições, explicações ou retificações apenas gastaria nosso tempo e o deles, o inimigo precisa que você participe de coisas que não servem para você. E essas coisas o puxam para longe de sua causa.
A mídia ocidental está desencadeando uma propaganda muito infundada, o que nos deixa surpresos, mas, isso reflete o que está em seus corações e gradualmente eles se tornam suscetíveis a esta propaganda. Eles passaram a ter medo disso e isso começou a alarmá-los. O terror é a arma mais sinistra da era moderna e a mídia ocidental a usa sem misericórdia contra sua própria população. Isso pode aumentar o medo e a sensação de impotência na mente das pessoas da Europa e dos Estados Unidos. Isso significa que o que os inimigos dos EUA não podem fazer a mídia faz. Você consegue entender qual será a desempenho de uma nação em guerra, que sofre de medo e abandono.
Ummat: Qual será o impacto do congelamento das contas da al-Qaeda pelos EUA?
Osama: Deus abre o caminho para aqueles que trabalham para Ele. Congelar as contas não ira fazer qualquer diferença para a al-Qaeda ou para qualquer outro grupo em jihad. Com a graça de Deus, a al-Qaeda tem mais de três sistemas alternativos de financiamento, que são totalmente separados e totalmente independentes. Este sistema está operando sob patronos que amam a jihad. O que dizer dos Estados Unidos, mesmo o mundo todo combinado não pode remover essas pessoas do caminho.
Essas pessoas não são centenas, mas são milhares e milhões. A al-Qaeda dispões de jovens com uma educação moderna que estão cientes das fissuras no sistema financeiro ocidental e que estão cientes de como é possível ter essas linhas em suas mãos. E são essas muitas falhas do sistema financeiro que estão se tornando uma armadilha da qual o sistema não poderá se recuperar com a passagem de alguns dias.
Ummat: Existem outras áreas seguras além do Afeganistão de onde você possa continuar a jihad?
Osama: Existem áreas em todas as partes do mundo onde estão presentes fortes grupos da jihad, da Indonésia a Argélia, de Cabul a Chechênia, da Bósnia ao Sudão, de Burma à Caxemira. Então, isso não é um problema para minha pessoa. Eu sou um indefeso companheiro de Deus, constantemente com medo de minha prestação de contas com Deus. Essa não é a questão de Osama, mas, a do Islã, e no Islã também, da jihad. Obrigado Deus, aqueles que possibilitam a jihad podem hoje andar com suas cabeças erguidas. A jihad ainda estará presente quando não houver mais Osama. Deus abre os caminhos e cria amor no coração daqueles que trilham o caminho de Deus, em suas vidas, propriedades e crianças. Acredite nisso, através da jihad um homem conquista tudo o que deseja. E o maior desejo de um muçulmano é a vida após a morte. O martírio é o caminho mais curto para se obter a vida eterna.
Ummat: O que você diz sobre a política do governo paquistanês nos ataques ao Afeganistão?
Osama: Nos somos gratos a Momin e ao valente povo do Paquistão que está erigindo uma barreira frente as forças desencaminhadas e se mantendo na primeira linha de batalha. O Paquistão é a grande esperança da fraternidade islâmica. Se seu povo está desperto, organizado e rico em espírito e fé. Eles apoiaram o Afeganistão em sua guerra contra a União Soviética e estenderam sua ajuda aos Mujahidin e ao povo afegão. Então são muitos paquistaneses que estão se mantendo ombro a ombro com o Talibã. Se essas pessoas emergirem em apenas dois países, a dominação Ocidental diminuiria em questão de dias. Nossos corações batem com o Paquistão e, Deus perdoe, se tempos difíceis vierem nós os protegeremos com nosso próprio sangue. O Paquistão é sagrado para nós como um local de adoração. Nós somos o povo da jihad e a luta em defesa do Paquistão é a melhor de todas as jihads para nós. Não nos importa quem domina o Paquistão. A coisa mais importante é que o espírito da jihad sobrevive e é forte nos corações da população Paquistanesa.
Copyright Ummat in Urdu, BBC translation in English, 2001
Tradução de E. R. Saracino para Diário Liberdade
Tradução de E. R. Saracino para Diário Liberdade
Segunda entrevista de bin Laden em 2001:
Ele continua negando seu envolvimento nos atentados!
Ele continua negando seu envolvimento nos atentados!
Entrevista retirada de: http://www.abknet.de/entrevista.htm
O entrevistador Hamid Mir é editor do jornal paquistanês Ausaf e biógrafo oficial de Osama bin Laden. Ele foi levado ao local da entrevista a partir de Cabul em um Jeep, com os olhos vendados, numa viagem que durou, segundo ele, aproximadamente 5 horas. Segundo Hamid, o local era um recinto fechado mas não uma caverna ou algo parecido. Ele foi revistado antes e bin Laden chegou acompanhado de pelo menos um dúzia de guarda-costas. Do local, durante a entrevista, Hamid afirma ter ouvido disparos da defesa aérea.
Na conversa Bin Laden justifica o ataque de 11 de setembro aos EUA mas nega qualquer responsabilidade, bem como afirma categoricamente possuir armas nucleares e químicas.
A publicação desta página é uma cortesia do jornal paquistanês "Dawn", sendo a ABKNet o único site até o momento, a reproduzir a entrevista na íntegra em todo o mundo ocidental. Abaixo a entrevista:
Hamid Mir: Após o início dos bombardeios ao Afeganistão em 7 de outubro, você falou para a TV Al Jazira que o ataque de 11 de setembro foi efetuado por muçulmanos. Como você sabe isso?
Bin Laden: Os próprios americanos publicaram uma lista de suspeitos ao ataque, citando nominalmente os envolvidos no mesmo. Eles eram todos muçulmanos, dos quais 15 da Arábia Saudita, 2 dos Emirados Árabes Unidos e 1 do Egito. De acordo com a informação que possuo, eles eram todos passageiros. O destino os afastou da terra natal. Mas os americanos dizem que eles eram criminosos.
Hamid Mir: Em seu pronunciamento de 7 de outubro, você expressou satisfação pelo ataque de 11 de setembro, ainda que um grande número de inocentes pereceu, entre eles centenas de muçulmanos. Como você pode justificar a morte de inocentes à luz dos ensinamentos do Islã?
Bin Laden: Este é um ponto maior de jurisprudência. Meu ponto de vista é de que, se um inimigo ocupa um território islâmico e usa o povo da comunidade como escudo humano, então isso permite atacar este inimigo. Por exemplo, se bandidos invadem uma residência e tomam uma criança como refém, então o pai da criança pode atacar os bandidos e, no ataque, a própria criança pode sair ferida.
A América e seus aliados estão nos massacrando na Palestina, Chechênia, Caxemira e Iraque. Os muçulmanos têm o direito de atacar a América em represália. O Shariat islâmico diz que muçulmanos não devem viver na terra dos infiéis por muito tempo. O ataque de 11 de setembro não foi dirigido a mulheres e crianças. O alvo real foi o ícone americano de poder econômico e militar.
O Santo Profeta ( Paz esteja sobre ele) foi contra matar mulheres e crianças. Quando ele viu uma mulher morta durante uma guerra, perguntou por que ela foi morta. Se uma criança com cerca de 13 anos aponta uma arma contra muçulmanos, então é dado o direito de defesa de matá-la.
O povo americano deve relembrar que eles pagam tributos para seu governo, elegem seu presidente, seu governo produz armas, as cede para Israel e Israel as usa para massacrar palestinos. O congresso americano endossa todas as medidas de seu governo e isso prova que os EUA são totalmente responsáveis pelas atrocidades perpetradas contra os muçulmanos. Todos os americanos, pois eles elegem o congresso.
Eu pergunto se o povo americano força seu governo a desistir da política antimuçulmana. O povo americano levantou-se contra a guerra de seu governo no Vietnã. Eles precisam fazer o mesmo hoje. O povo americano deve parar o massacre aos muçulmanos feito por seu governo.
Hamid Mir: Pode-se dizer que você é contra o governo americano, não contra o povo americano?
Bin Laden: Sim! Nós estamos dando continuidade à missão de nosso Profeta, Maomé (Paz esteja sobre ele). A missão é para divulgar a palavra de Deus, não para indulgenciar massacres a povos. Nós mesmos somos alvos de mortes, destruição e atrocidades. Nós estamos apenas nos defendendo. Esta é uma Jihad (guerra santa) defensiva. Nós procuramos defender nosso povo e nossa terra. Este é o motivo pelo qual digo que, se nós não temos segurança, os americanos também não se sentirão seguros.
Esta é uma fórmula simples, que mesmo qualquer criança americana pode entender. É a fórmula de viver e deixar viver.
Hamid Mir: Jamia Al-Azhar, chefe egípcio, emitiu uma Fatwa contra você, dizendo que o ponto de vista e a crença de Osama bin Laden não têm nada em comum com o Islã. O que você tem a dizer sobre isso?
Bin Laden: Fatwa de qualquer oficial Aalim não tem valor para mim. A história é cheia deste tipo de "Ulemas" que justificam Riba, justificam a ocupação da Palestina pelos judeus, justificam as tropas americanas em Harmain Sharifain. Essa pessoas apoiam os infiéis em troca de vantagens pessoais. O "Ulema" fiel apoia a Jihad contra os EUA. O que você faria se tropas da Índia invadirem o Paquistão? (Nota: Hamid é paquistanês). As forças de Israel ocupam nossa terra e tropas americanas estão em nosso território. Nós não temos outra opção além da Jihad.
Hamid Mir: Parte da imprensa ocidental afirma que você está tentando adquirir armas químicas e nucleares. O que há de verdade nisso?
Bin Laden: Eu ouvi o pronunciamento do presidente Bush ontem. Ele assustou os países europeus dizendo que Osama procurou atacar com armas de destruição em massa. Quero declarar que, se os EUA usarem armas nucleares e químicas contra nós, nós retribuiremos com armas nucleares e químicas. Nós possuímos as armas como intimidação.
Hamid Mir: De onde você conseguiu essas armas?
Bin Laden: Vamos para a próxima pergunta.
Hamid Mir: Estão sendo feitos protestos em muitos países europeus contra o ataque americano ao Afeganistão. Milhares de participantes não são muçulmanos. Qual sua opinião sobre estes protestantes não- muçulmanos?
Bin Laden: Existem muitas pessoas inocentes e de bom coração no ocidente. A imprensa americana as instiga contra os muçulmanos. De qualquer forma as pessoas boas estão protestando contra o ataque americano porque a natureza humana ojeriza injustiças.
Os muçulmanos foram massacrados sob o patronato da ONU na Bósnia. Penso que oficiais do departamento de estado resignaram-se. Muitos anos atrás o embaixador americano no Egito resignou-se em protesto contra a política do presidente Jimmy Carter. Pessoas boas e civilizadas existem em todos os lugares. O lobby judeu tem os EUA e ocidente como reféns.
Hamid Mir: Algumas pessoas afirmam que esta guerra não é solução, seja qual for o resultado. Você acha que pode ser encontrada alguma fórmula política para parar a presente guerra?
Bin Laden: Você deve fazer esta pergunta a quem deu início a esta guerra. Nós estamos apenas nos defendendo.
Hamid Mir: Se os EUA se retirarem da Arábia Saudita e Al-Aqsa seja liberada, você se apresentaria à justiça em algum país islâmico?
Bin Laden: Apenas o Afeganistão é um país islâmico. O Paquistão segue a lei inglesa. Eu não considero a Arábia Saudita um país islâmico. Se os americanos têm acusações contra mim, nós também temos amplas acusações contra eles.
Hamid Mir: O governo do Paquistão decidiu cooperar com os EUA após o 11 de setembro, o que você não considera correto. O que você aconselharia ao Paquistão?
Bin Laden: O governo paquistanês deve ter diante dos olhos o desejo do povo. Ele não deve se submeter às exigências injustificadas dos EUA. Os EUA não possuem provas sólidas contra nós. Apenas algumas suspeitas. É injusto iniciar o bombardeamento com base nestas suspeitas.
Hamid Mir: Se os EUA decidissem atacar o Paquistão com a ajuda da Índia e Israel, o que deveríamos fazer?
Bin Laden: O que os EUA alcançaram com o ataque ao Afeganistão? Nós não deixaríamos o povo e o território paquistanês à mercê de qualquer um. Nós defenderíamos o Paquistão. Mas nós não estamos desapontados com Musharraf. Ele diz que a maioria está com ele. Eu digo que a maioria está contra ele.
Bush tem usado a palavra "cruzada". Esta é uma cruzada declarada de Bush. Não é sábio trocar o sangue dos irmãos afegãos para melhorar a economia do Paquistão. Ele será punido pelo povo paquistanês e por Alá.
O certo é que uma grande guerra na história do islamismo está sendo realizada agora no Afeganistão. Todas as grandes forças estão unidas contra os muçulmanos. Isso é um motivo para participar desta guerra.
Hamid Mir: Um periódico francês afirmou que você teve problemas na infância e esteve secretamente em Dubai para tratamento no ano passado. É verdade?
Bin Laden: Minha infância foi normal. Eu não estive em Dubai no último ano. Um jornal inglês publicou uma entrevista imaginária com um de meus filhos que vive na Arábia Saudita. Tudo isso é mentira.
Hamid Mir: É verdade que uma filha do mulá Omar é sua esposa ou que sua filha é esposa de mulá Omar?
Bin Laden: Todas minhas esposas são árabes e todas minhas filhas são casadas com mujahideen (guerrilheiros muçulmanos) árabes. Eu tenho uma relação espiritual com mulá Omar. Ele é um grande e bravo muçulmano de nosso tempo. Ele só teme a Alá. Ele não tem qualquer relação pessoal ou obrigação comigo. Ele está apenas seguindo seu dever religioso. Eu também não escolhi a vida fora de qualquer consideração pessoal.
No Diário Liberdade
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