segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Brasil torna-se mercado prioritário para grandes grupos estrangeiros

12 de setembro de 2011

- O Estado de S.Paulo

O cenário de relativa incerteza no Brasil não reduziu, porém, o apetite das gigantes estrangeiras – afinal, a situação nos países desenvolvidos não é cor de rosa. A mais ambiciosa das multinacionais é a europeia EADS, que já está no País desde a década de 70, mas agora se prepara para um salto. O grupo decidiu que, até 2020, 40% de sua receita (que deve chegar a 80 bilhões) terá que vir de fora da Europa. Hoje, esse porcentual está ao redor de 20%.

Diante da mudança, o Brasil tornou-se prioridade. A Cassidian, uma das empresas do grupo, vai abrir no Brasil seu primeiro centro de engenharia fora da Europa e pretende desenvolver softwares de defesa e segurança voltados para os problemas enfrentados nos países emergentes. Alguns desses sistemas poderão ser usados não apenas na área de defesa, mas na segurança das cidades e de eventos, como a Copa do Mundo. “Agora, são os emergentes que podem ajudar a Europa em seus problemas. Os países europeus estão enfrentando uma violência que não existia antes, a exemplo dos carros queimados na França e do quebra-quebra nas ruas de Londres”, diz Christian Gras, presidente da empresa no Brasil.

A Cassidian não é a única. “Atuamos nas áreas de segurança urbana, monitoramento de grandes eventos e segurança de ativos críticos, como plataformas de petróleo. Em que outro lugar no mundo todas essas áreas crescem ao mesmo tempo?”, diz David Barioni, presidente da AGT International, empresa de segurança com sede na Suíça recém-chegada ao País. A companhia mantém conversas com possíveis clientes no Brasil.

Os anúncios recentes do governo foram o suficiente para gerar uma enxurrada de investimentos como há muito não se via na indústria de defesa. Resta saber quantas das novas entrantes efetivamente cabem no setor. No mundo todo, as empresas do setor passam por um brutal processo de consolidação.

Na Europa, há quatro gigantes que fornecem para o mundo todo. Nos Estados Unidos, o maior mercado, sobraram três companhias depois de uma série de fusões e aquisições. “Em um mercado como o brasileiro, tem espaço para todos esses grupos nacionais”, diz um executivo do setor.

Postado por Luis Favre
Comentários
Tags: , ,

Do Blog do Favre.

Nenhum comentário: