Número de pobres é recorde nos EUA 46,2 milhões de pessoas, 15% da população norte-americana, vivem na zona de subsistência
Washington — O número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza nos Estados Unidos alcançou o recorde de 46,2 milhões em 2010, o equivalente a 15,1% da população. Em termos percentuais, é a maior taxa dos últimos 17 anos, segundo relatório divulgado ontem pelo governo. Já o número absoluto de pobres é o mais elevado desde que o Escritório do Censo começou a publicar suas estimativas, há 52 anos. Em 2009, eram 43,6 milhões os norte-americanos que estavam nessa condição.
Os dados mostram a face mais dramática da crise em que a maior economia do planeta se debate desde 2008, quando estourou a chamada bolha das hipotecas. No ano passado, a taxa de pobreza subiu pela terceira vez consecutiva e cresceu 0,8%. A renda média das famílias caiu 2,3%, para US$ 49.445 anuais, e o número de norte-americanos sem plano de saúde estava ao redor de 50 milhões. Pelos padrões americanos, ficam abaixo da linha de pobreza as famílias com ganhos inferiores a R$ 3.161 por mês.
Com a atividade econômica em desaceleração, especialistas afirmam ser bastante provável que a situação tenha se agravado neste ano. A previsão de crescimento para 2011, que era de 2,7% no início do ano, não passa atualmente de 1,5%. Em agosto, a taxa de desemprego permaneceu em 9,1% da força de trabalho e não há perspectiva de melhora até o fim de 2012, segundo previsão feita ontem pelo diretor do Comitê de Orçamento do Congresso, Douglas Elmendorf.
Drama social
Agravado pela debilidade da economia, o drama social dos norte-americanos mostra sua face mais visível nas dezenas de acampamentos, montados nas periferias das grandes cidades, que passaram a abrigar trabalhadores desempregados e pessoas que perderam suas casas ou não conseguem mais pagar aluguel. O desemprego e a situação-limite vivida por esses pessoas tornaram-se também o pano de fundo da disputa política travada entre o presidente Barack Obama, que vê ameaçado seu plano de reeleição em 2012, e a oposição republicana.
Ontem, importantes lideranças do Partido Republicano no Congresso rejeitaram o plano de US$ 447 bilhões apresentado na semana passada por Obama para estimular o emprego no país. “O que o presidente propôs até agora não é sério. E não é um plano de emprego”, criticou Mitch McConnell, líder republicano no Senado. A oposição mira sua artilharia na proposta do presidente de aumentar alguns impostos, inclusive sobre os mais ricos, para cobrir os custos do pacote, que inclui um programa de obras públicas e redução de tributos para as empresas que contratarem funcionários. Para o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, principal liderança oposicionista no Congresso, os próprios parlamentares “precisam encontrar uma linha comum” para estimular o emprego.
Em meio ao tiroteio político, o Departamento do Tesouro informou, ontem, que o deficit fiscal, um dos principais motivos da fraqueza econômica do país, voltou a subir em agosto, após quatro meses consecutivos de baixa. O rombo ficou em US$ em 134,15 bilhões — um aumento de expressivos 48% sobre igual mês de 2010. Segundo o Tesouro, a alta foi causada pelo incremento de 19% das despesas, muito acima da elevação de apenas 3% da receita.
Desempregado em acampamento na Flórida, em 2009. A taxa de pobreza do país é a maior desde 1993 |
Washington — O número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza nos Estados Unidos alcançou o recorde de 46,2 milhões em 2010, o equivalente a 15,1% da população. Em termos percentuais, é a maior taxa dos últimos 17 anos, segundo relatório divulgado ontem pelo governo. Já o número absoluto de pobres é o mais elevado desde que o Escritório do Censo começou a publicar suas estimativas, há 52 anos. Em 2009, eram 43,6 milhões os norte-americanos que estavam nessa condição.
Os dados mostram a face mais dramática da crise em que a maior economia do planeta se debate desde 2008, quando estourou a chamada bolha das hipotecas. No ano passado, a taxa de pobreza subiu pela terceira vez consecutiva e cresceu 0,8%. A renda média das famílias caiu 2,3%, para US$ 49.445 anuais, e o número de norte-americanos sem plano de saúde estava ao redor de 50 milhões. Pelos padrões americanos, ficam abaixo da linha de pobreza as famílias com ganhos inferiores a R$ 3.161 por mês.
Com a atividade econômica em desaceleração, especialistas afirmam ser bastante provável que a situação tenha se agravado neste ano. A previsão de crescimento para 2011, que era de 2,7% no início do ano, não passa atualmente de 1,5%. Em agosto, a taxa de desemprego permaneceu em 9,1% da força de trabalho e não há perspectiva de melhora até o fim de 2012, segundo previsão feita ontem pelo diretor do Comitê de Orçamento do Congresso, Douglas Elmendorf.
Drama social
Agravado pela debilidade da economia, o drama social dos norte-americanos mostra sua face mais visível nas dezenas de acampamentos, montados nas periferias das grandes cidades, que passaram a abrigar trabalhadores desempregados e pessoas que perderam suas casas ou não conseguem mais pagar aluguel. O desemprego e a situação-limite vivida por esses pessoas tornaram-se também o pano de fundo da disputa política travada entre o presidente Barack Obama, que vê ameaçado seu plano de reeleição em 2012, e a oposição republicana.
Ontem, importantes lideranças do Partido Republicano no Congresso rejeitaram o plano de US$ 447 bilhões apresentado na semana passada por Obama para estimular o emprego no país. “O que o presidente propôs até agora não é sério. E não é um plano de emprego”, criticou Mitch McConnell, líder republicano no Senado. A oposição mira sua artilharia na proposta do presidente de aumentar alguns impostos, inclusive sobre os mais ricos, para cobrir os custos do pacote, que inclui um programa de obras públicas e redução de tributos para as empresas que contratarem funcionários. Para o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, principal liderança oposicionista no Congresso, os próprios parlamentares “precisam encontrar uma linha comum” para estimular o emprego.
Em meio ao tiroteio político, o Departamento do Tesouro informou, ontem, que o deficit fiscal, um dos principais motivos da fraqueza econômica do país, voltou a subir em agosto, após quatro meses consecutivos de baixa. O rombo ficou em US$ em 134,15 bilhões — um aumento de expressivos 48% sobre igual mês de 2010. Segundo o Tesouro, a alta foi causada pelo incremento de 19% das despesas, muito acima da elevação de apenas 3% da receita.
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