segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Alckmin e Kassab mentiram ao afirmar que não sabíam da PM na cracolândia



Quando a operação cracolândia repercutiu negaticamente depois de críticos acusaram a ação de ser meramente “higienista”, pela falta de políticas sociais e de saúde, a Folha saiu em socorro do governador de São Paulo Geraldo Alckmin  (PSDB) e Kassab, o prefeito paulista do PSD. Segundo matérias publicadas no jornal na semana passada,nenhum dos dois governantes sabíam o que estava acontecendo no centro de São Paulo. Também,desconheciam que a polícia, sob seu comando, estivesse dando cassetetada, usando gás pimenta, cavalaria e bombas de efeito moral para afastar os dependentes de crack da região onde se pretende criar um complexo imobiliário.

Hoje,a Folha resolveu voltar atrás e publicar o que nós ja denunciamos aqui no blog  no dia 11 de janeiro

Ou seja; Alckmin e Kassab mentiram.Eles legalizaram sim a tortura em São Paulo

Foi dos dois a idéia de acabar com cracolândia pela estratégia de 'dor e sofrimento'. 

Dia 07/01, a manchete do jornal O Estado de São Paulo "Alckmin e Kassab não sabiam de ação da Cracolândia" 

Matéria da Folha dessa segunda-feira 16/01


Encontro ocorrido em 1º de dezembro pôs fim à hesitação entre priorizar intervenção policial ou políticas sociais

Começo da operação também foi motivado pelo temor de que a gestão Dilma e o PT se apropriassem do tema

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) deram aval ao uso ostensivo da Polícia Militar na cracolândia, centro de São Paulo, em reunião no dia 1º de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes.Troca de e-mails e uma bateria de reuniões -uma delas com cem homens, na PM- antecederam a ação.

Alckmin e Kassab debateram com secretários da área social e de segurança medidas de combate ao tráfico, incluindo a ação policial ostensiva. Até então, eles hesitavam sobre a polícia. No governo, havia a tese de que era problema social e de Kassab.

Já a prefeitura era palco de disputa entre duas correntes. Uma delas defendia que a solução estava nas políticas sociais, mas, quatro meses depois, prevaleceu a tese, compartilhada pelo secretário Januário Montone (Saúde), de que, sem repressão policial, estariam "enxugando gelo".

O comandante-geral da PM, coronel Álvaro Camilo, defendeu janeiro, pois, com a cidade esvaziada pelas férias, seria possível destinar mais policiais para a ação.

"Definimos com outros órgãos que a operação aconteceria em janeiro", disse.

A vice-prefeita e secretária de Assistência Social, Alda Marco Antonio, exibiu o modelo de tendas para viciados. Os secretários de Saúde listaram vagas para tratamento.

No dia 29 de dezembro, o núcleo de segurança desenhou a operação. A data -terça-feira, 3 de janeiro- foi fixada pelo comandante do centro, coronel Pedro Borges.

"A ação ia começar na segunda-feira. Mas como a segunda é um dia sem véspera, porque domingo é plantão, decidi esperar mais um dia para poder conversar com a tropa", afirma Borges.

Da reunião que decidiu a data participou o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas de Drogas e Álcool, José Florentino Filho. Alda foi informada nesse dia.

POLÍTICA

A definição de data e hora teve combustível político. No dia 23 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram em São Paulo a participação dos movimentos sociais no plano "Crack, é possível vencer".

Atento à movimentação e sob cobrança do eleitorado, Alckmin temia que o PT assumisse a bandeira. Padilha é tido como potencial candidato ao governo em 2014.

Na prefeitura, o medo era que a União se apropriasse do programa municipal de atendimento móvel aos dependentes, hoje com 27 equipes.

Em dezembro, a gestão Dilma lançou o programa de consultórios de rua, que prevê o transporte de profissionais de saúde em uma van com a marca do governo.

A prefeitura só aderiu depois que a União abriu mão da exibição do símbolo. Até hoje, o governo federal se queixa de não ter sido informado sobre a operação.

Após críticas da Promotoria, do Judiciário e da Defensoria Pública, o governo proibiu o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar usuários.

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