Quando a operação cracolândia
repercutiu negaticamente depois de críticos acusaram a ação de ser
meramente “higienista”, pela falta de políticas sociais e de saúde, a
Folha saiu em socorro do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB)
e Kassab, o prefeito paulista do PSD. Segundo matérias publicadas no
jornal na semana passada,nenhum dos dois governantes sabíam o que estava
acontecendo no centro de São Paulo. Também,desconheciam que a polícia,
sob seu comando, estivesse dando cassetetada, usando gás pimenta,
cavalaria e bombas de efeito moral para afastar os dependentes de crack
da região onde se pretende criar um complexo imobiliário.
Hoje,a Folha resolveu voltar atrás e publicar o que nós ja denunciamos aqui no blog no dia 11 de janeiro
Ou seja; Alckmin e Kassab mentiram.Eles legalizaram sim a tortura em São Paulo
Dia 07/01, a manchete do jornal O Estado de São Paulo "Alckmin e Kassab não sabiam de ação da Cracolândia"
Matéria da Folha dessa segunda-feira 16/01
Encontro ocorrido em 1º de dezembro pôs fim à hesitação entre priorizar intervenção policial ou políticas sociais
Começo da operação também foi motivado pelo temor de que a gestão Dilma e o PT se apropriassem do tema
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) deram aval ao uso ostensivo da
Polícia Militar na cracolândia, centro de São Paulo, em reunião no dia
1º de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes.Troca de e-mails e uma bateria de reuniões -uma delas com cem homens, na PM- antecederam a ação.
Alckmin e Kassab debateram com
secretários da área social e de segurança medidas de combate ao tráfico,
incluindo a ação policial ostensiva. Até então, eles hesitavam sobre a
polícia. No governo, havia a tese de que era problema social e de
Kassab.
Já a prefeitura era palco de
disputa entre duas correntes. Uma delas defendia que a solução estava
nas políticas sociais, mas, quatro meses depois, prevaleceu a tese,
compartilhada pelo secretário Januário Montone (Saúde), de que, sem
repressão policial, estariam "enxugando gelo".
O comandante-geral da PM,
coronel Álvaro Camilo, defendeu janeiro, pois, com a cidade esvaziada
pelas férias, seria possível destinar mais policiais para a ação.
"Definimos com outros órgãos que a operação aconteceria em janeiro", disse.
A vice-prefeita e secretária de
Assistência Social, Alda Marco Antonio, exibiu o modelo de tendas para
viciados. Os secretários de Saúde listaram vagas para tratamento.
No dia 29 de dezembro, o núcleo
de segurança desenhou a operação. A data -terça-feira, 3 de janeiro- foi
fixada pelo comandante do centro, coronel Pedro Borges.
"A ação ia começar na
segunda-feira. Mas como a segunda é um dia sem véspera, porque domingo é
plantão, decidi esperar mais um dia para poder conversar com a tropa",
afirma Borges.
Da reunião que decidiu a data
participou o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas de
Drogas e Álcool, José Florentino Filho. Alda foi informada nesse dia.
POLÍTICA
A definição de data e hora
teve combustível político. No dia 23 de dezembro, a presidente Dilma
Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram em São
Paulo a participação dos movimentos sociais no plano "Crack, é possível
vencer".
Atento à movimentação e sob
cobrança do eleitorado, Alckmin temia que o PT assumisse a bandeira.
Padilha é tido como potencial candidato ao governo em 2014.
Na prefeitura, o medo era que a
União se apropriasse do programa municipal de atendimento móvel aos
dependentes, hoje com 27 equipes.
Em dezembro, a gestão Dilma
lançou o programa de consultórios de rua, que prevê o transporte de
profissionais de saúde em uma van com a marca do governo.
A prefeitura só aderiu depois
que a União abriu mão da exibição do símbolo. Até hoje, o governo
federal se queixa de não ter sido informado sobre a operação.
Após críticas da Promotoria, do
Judiciário e da Defensoria Pública, o governo proibiu o uso de bombas de
efeito moral e balas de borracha para dispersar usuários.
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