quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mais um estupro na rede Globo. Qual a novidade?



 
Gente, sinceramente, alguém aí fica chocado de saber que ocorreu um estupro ao vivo durante o Big Brother Brasil? O que vocês esperam desse programa, que deve ser a coisa mais grotesca, nojenta e ofensiva que existe na TV aberta atualmente?

Para a rede Globo o estupro foi ótimo, pois certamente ajudou a elevar ainda mais o IBOPE do programa! Ou alguém aí duvida? Isso aí é o mundo cão, e bota cão nisso! Mas tem gente que assiste, viu? Não perde um capítulo e ainda vê mais na TV a cabo, onde as coisas são mais "explícitas"!

Ou seja, quem assiste a esse lixo intolerável é responsável direto pelo estupro e por todo resto do show de horrores que acontece nesse programa escroto.

Mas o que é um estupro a mais em uma rede de televisão que opera em concessão pública e estupra a mente de milhões de brasileiros todos os dias há décadas?

Rede Bobo e você, tudo a ver? Pelo jeito, sim.


Luís Nassif: Por que o BBB tem que ser proibido

Intimidade e privacidade são bens indisponíveis. Isto é, não é dado a outras pessoas invadirem esse tipo de bem jurídico. É um direito individual, inalienável e intransferível. Somente a própria pessoa – por ela própria (não por meio de outro) - pode abrir mão desse direito.

Exemplificando. A legislação não pune a autolesão. Mas pune quem induz ou pratica a lesão em terceiros, mesmo com sua autorização. Não pune a tentativa de suicídio, mas quem induz. Não proíbe a prática de prostituição, mas pune quem explora.

Esses princípios derrubam a ideia de que basta a pessoa autorizar para que sua intimidade possa ser exposta por terceiros de forma degradante.

Tem um caso clássico na França do lançamento de anões. Um bar tinha uma atração que consistia em lançamento de anões. A prática passou a ser questionada nos tribunais. O depoimento de um dos anões foi de que dignidade era ter dinheiro para sustentar a família. A corte decidiu que a dignidade humana deveria prevalecer e proibiu a prática explorada pelo estabelecimento.

A análise do BBB deve ser feita a partir desses pressupostos.

Não poderia ser questionado juridicamente alguém que coloque em sua própria casa uma webcam e explore sua intimidade.

No caso do BBB, no entanto, a exploração é feita por terceiros de forma degradante. É como (com o perdão da comparação) o papel da prostituta e do cafetão. E não é qualquer terceiro, mas o titular de uma concessão pública obrigado a seguir os preceitos éticos previstos na Constituição - que não contemplam o estímulo ao voyeurismo.

Fonte: Blog do Nassif

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