Dei uma folheada (com luvas) e achei a reporcagem abaixo. Nela, o
"reservatório de detritos da maré baixa" tece loas a "equipe de
Policarpo Junior", o vazador de granpos de cachoeira. Logo pensei em
publicar e descobri que o Nassif já fez o trabalho no início de Abril.
Vale a pena ver.
O que muitos já sabiam: VEJA a serviço do crime organizado
As
suspeitas levantadas nos últimos anos sobre a revista VEJA pela
imprensa independente e blogs, estão sendo confirmadas pelas revelações
feitas no óvazamento das informações da operação Monte Carlo. Da
fabricação de factóides políticos à espionagem ilegal, a revista esteve
todo o tempo representando interesses de uma organização criminosa da
qual faz parte.
Seja
com o intuito de livrar criminosos da condenação, como aconteceu na
cruzada para inviabilizar juridicamente a operação Satiagraha e
desmoralizar os responsáveis por ela, seja para criar crises
institucionais no governo federal, ou para defender interesses
financeiros do consórcio que faz parte, a revista e seus prepostos
cometeram crimes e atentaram gravemente contra o estado de direito
democrático.
Confirmada
a relação próxima do diretor da Sucursal de Brasília da revista,
Policarpo Junior, com o conhecido contraventor Carlinhos Cachoeira e
seus arapongas, começam a aparecer os indícios que a VEJA usava com
frequência os serviços de espionagem de políticos, ministros e
personalidades públicas para servir de base as suas reportagens.
Essa
semana o Correio Braziliense publicou uma matéria que aponta que as
imagens publicadas pela revista do Hotel onde se hospedava José Dirceu
teriam sido obtidas pela equipe de arapongas do contraventor. Até hoje a
VEJA jurava que as imagens tinham sido obtidas pelo circuito interno do
Hotel. Na época, nós analisamos as imagens e afirmamos, em primeira
mão, que pelas suas características tinham sido obtidas através de
câmeras espiãs (Clique aqui para ler o artigo VEJA passou recibo do
crime).
Diálogos
captados pela Polícia Federal mostram que Carlinhos Cachoeira gabava-se
por ser a maior fonte da revista. Foram registradas mais de duzentas
ligações entre o contraventor e Policarpo Junior, além de encontros
pessoais. A revista, por sua vez, utilizava o material obtido
ilegalmente por Cachoeira, imagens, vídeos, áudios e e-mails
interceptados, e atribuía a “fontes” na ABIN, com o intuito de acusar o
governo federal de tentar atacar adversários políticos utilizando os
métodos que a própria revista praticava, e ao mesmo tempo tentando
enfraquecer a agência de inteligência e a Polícia Federal.
O
conhecido episódio do suposto grampo da conversa entre o Senador
preferido do Contraventor, Demóstenes Torres, e o Presidente do STF à
época, Gilmar Mendes, cujo áudio nunca foi mostrado pela revista, e que
investigações recentemente concluídas pela PF afirmaram que nunca
existiu, foi motivo de grande estardalhaço no país, com o governo Lula
sendo acusado de estado policialesco, gerando grande desconforto quando
Mendes declarou publicamente que “chamaria o Presidente às falas”, e
culminando com a demissão de Paulo Lacerda da ABIN, um profissional
qualificado que vinha se dedicando a desmontar o crime organizado no
país.
A
grave farsa que colocou em risco a estabilidade política do país e o
equilíbrio entre os poderes, tramada por personagens que as
investigações da operação Monte Carlo revelaram serem sócios
(Demóstenes, A VEJA e provavelmente Gilmar Mendes) apesar de ter sido
completamente desmontada por investigação séria, não motivou qualquer
retratação da revista ou dos outros personagens envolvidos que cobraram
explicações do governo federal à época.
Em
um país com uma imprensa e judiciários sérios, esses episódios seriam
suficientes para levar a revista a encerrar suas atividades e levar seus
responsáveis ao banco dos réus, mas os tentáculos da organização
criminosa alcança o poder judiciário e outros veículos de comunicação (
com raras exceções como no caso da revista Carta Capital).
Muita
informação ainda está por ser revelada, como o conteúdo das conversas
entre o contraventor e o representante da VEJA, portanto preparem seus
narizes para o mau cheiro que essas informações vão exalar.
Cachoeira e Veja, "sentinelas avançadas" contra a corrupção
Policarpo Júnior - Eurípedes Alcântara |
Abaixo
o texto de Eurípedes Alcântara, na "Carta do Leitor" reconhecendo a
grandeza da parceria Cachoeira-Veja - e inspirando o bicheiro a enviar o
email de congratulações a seu parceiro Policarpo Jr
Carta do Leitor
Revista Veja - 01/08/2011
Sentinela avançada
A
sucursal de VEJA em Brasília é a sentinela avançada da luta contra a
corrupção por meio de reportagens investigativas. Nesta semana, enquanto
ainda perdiam seus cargos os últimos acusados de corrupção no
Ministério dos Transportes identificados por VEJA há três semanas, os
repórteres de Brasília, sob o comando de Policarpo Junior, enviavam à
sede da revista, em São Paulo, o resultado de uma nova frente de
apuração, desta feita pondo em xeque a lisura dos negócios tocados pelos
políticos na Conab, órgão do Ministério da Agricultura. "Ali só tem
bandido", declarou a VEJA Oscar Jucá, irmão do líder do governo Romero
Jucá, que diz ter recebido uma oferta de propina do próprio ministro da
Agricultura.
Policarpo
e sua equipe são uma pedra no sapato dos corruptos do mundo oficial. O
trabalho constante e disciplinado de investigação da sucursal já prestou
inestimáveis serviços ao Brasil. Policarpo foi peça crucial como
repórter, editor ou chefe de sucursal nas mais relevantes reportagens
investigativas da imprensa brasileira nas duas ultimas décadas - dos
escândalos da era Collor à descoberta do balcão de negócios instalado na
Casa Civil de Lula pela ministra Erenice Guerra, passando pelo
escândalo do mensalão, da máfia dos anões do Orçamento, até a revelação
da existência de um aparelho clandestino no governo anterior que
espionava jornalistas e autoridades
VEJA
e seus leitores contam com a vigilância permanente de Policarpo e dos
repórteres da sucursal de Brasília. "Ao contrário do que às vezes pode
parecer, a imprensa tem uma influência tremenda quando trabalha com
rigor e transparência", diz Policarpo. "Mesmo nos momentos mais trevosos
da gestão Lula, nossas reportagens investigativas produziram resultados
e muitos corruptos perderam seus postos no governo.” Vários deles
voltaram logo depois, é certo. Impunemente. Mas muitas práticas
subterrâneas continuam esperando a ação da imprensa para ser dedetizadas
pela luz solar - e muito, muito mais precisa ser feito pela própria
imprensa, pelos procuradores, pelos policiais federais e pela Justiça,
idealmente cobrados pela opinião pública.
Luis Nassif
Ligando os pontos até a grande reportagem de Veja
Os vazamentos da Monte Carlo
"Policarpo
também teria se encontrado com Cachoeira pessoalmente em 2011, sendo
que o contraventor mandou um dos membros da quadrilha buscá-lo no
aeroporto."
Esta
conversa se deu no dia 11/08/2011, uma quinta-feira. É possível que
estivessem se encontrando para tratar da grande reportagem que sairia
dali a três semanas?
O
fato é que, de acordo com a revista, as imagens captadas no Hotel
Naohum são de 06/06 a 08/06/2011 - ou seja, a câmera havia sido colocada
no corredor há quase dois meses!!! Teria sido obra do mesmo jornalista
trapalhão que tentou invadir o quarto de Dirceu às vésperas da
publicação da reportagem? E por que a Veja demoraria dois meses para
fazer uma denúncia? Uma hipótese já levantada é que a câmera teria sido
plantada pela equipe de Cachoeira, e não pela própria Veja. O encontro
de Cachoeira com Policarpo teria sido para preparar o escândalo. Esta
hipótese faz mais sentido cronologicamente, pois, na semana subsequente a
Veja já tinha uma denúncia de capa (contra o ministro da agricultura),
e, na semana seguinte, uma reportagem neutra sobre "dor". (A Veja tem o
hábito de intercalar capas bombásticas com temas mais amenos, como
dietas e remédios milagrosos.) Sendo assim, o material fornecido por
Cachoeira no dia 11/08 poderia ser usado na edição de 31/08, que é
quando a reportagem efetivamente saiu.
Mais alguns pontos ligados: Veja e Cachoeira
Os vazamentos da Monte Carlo
A mensagem de Cachoeira a Policarpo se deu no dia 30/07/2011, um sábado.
Ele deve estar falando, portanto da edição da revista da semana anterior - edição 2227, de 27/07/2011:
http://veja.abril.com.br/270711/index.shtmlhttp://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx?edicao=2227&pg=0
Aquela
edição também trazia uma reportagem contra o governador de Brasília, o
"petista Agnelo Queiroz", com uma questão interessante no índice:
"Denunciador ou chantagista?"
Seja qual for a resposta, a Veja não tem escrúpulos e publica a denúncia.
Na semana seguinte a Veja volta a falar da Conab:
http://veja.abril.com.br/030811/index.shtmlhttp://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx?edicao=2228&pg=0
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