Ainda desgastado com a polêmica da viagem a Berlim com Demóstenes Torres
e com o recente confronto com o ex-presidente Lula, Gilmar Mendes sofre
agora denúncia na Carta Capital; ex-sócio apontou, em processo
judicial, desvio de recursos na sua escola, o Instituto de Direito
Público; caso foi encerrado por R$ 8 milhões; quem pagou?
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acaba de receber
um tiro no peito, desferido pela revista Carta Capital. Reportagem
assinada pelo jornalista Leandro Fortes resgata um processo judicial em
que um ex-sócio de Gilmar o acusa de desvio de recursos e sonegação
fiscal no Instituto de Direito Público, uma escola, nos arredores de
Brasília, que conta com diversos luminares do meio jurídico.
O nome deste ex-sócio é Inocêncio Mártires Coelho, primo do demo Marco Maciel.
Em sua representação contra Gilmar, ele o acusa, segundo a reportagem,
de “fazer retiradas ilegais do instituto, desfalcar o caixa da empresa e
exigir pedágio dos outros sócios para servir, como ministro do STF, de
garoto-propaganda da instituição educacional”.
Coelho teria sido o administrador do IDP e alega ter se insurgido contra
os desmandos na instituição, que, no ano passado, arrecadou cerca de R$
2,4 milhões em convênios com órgãos ligados ao governo federal,
organizando palestras ligadas ao meio jurídico. Diz o ex-sócio que
Gilmar teria feito retiradas para custear despesas particulares,
prometendo acertos futuros, que, segundo ele, jamais ocorreram.
As denúncias foram apresentadas por Coelho no dia 7 de abril de 2011.
Depois disso, o advogado Sergio Bermudes, que defende Gilmar Mendes,
entrou com pedido para que o processo tramitasse em segredo de Justiça. O
ministro do STF também passou a atribuir a Coelho as causas pela má
situação financeira do IDP. Nesse imbróglio, até mesmo uma auditoria
chegou a ser feita, apontando que o IDP estaria “sem capacidade para
pagar seus compromissos de curto prazo”.
A seu favor, Mendes contou com um parecer da Advocacia-Geral da União,
assinado pelo atual ocupante do cargo, Luís Inácio Adams, validando a
remoção de Inocêncio Oliveira do cargo de gestor do IDP.
O mais intrigante, no entanto, é que o processo foi encerrado, ao custo
de R$ 8 milhões. Este teria sido o preço do silêncio de Inocêncio
Coelho. A questão, agora, é: quem pagou?
Em nota, Gilmar Mendes afirmou que as irregularidades apontadas na
auditoria foram sanadas e que a dívida foi quitada por meio de um
empréstimo bancário.Da redação, com informações do Brasil 247
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