Judith Brito, a executiva da Folha que presidiu a Associação Nacional
dos Jornais (ANJ), já havia criticado a apatia da direita partidária no
país. Segundo ela, a imprensa devia, então, ocupar o papel dos partidos
oposição. Em sua coluna de hoje, Eliane Cantanhêde segue as ordens da
chefona e dá uma bronca até em Aécio Neves, o cambaleante presidenciável
tucano. “O PIB de 2012 foi pífio, a inflação se assanha e a Petrobras
derrete, mas as pessoas gastam e a popularidade de Dilma aumenta. Cadê a
oposição? O gato comeu”.
Indignada, a colunista da “massa cheirosa” é amarga na crítica. “O
grande ausente da abertura do ano legislativo foi justamente quem mais
deveria aparecer: o senador Aécio Neves, tido e havido como
pré-candidato tucano à Presidência. Na eleição de Renan Calheiros à
presidência do Senado, ele sumiu, resguardando-se do circo armado pelos
tucanos: repudiaram Renan em público e liberaram o voto (secreto) nele
por uma vaga na Mesa Diretora... Pelo menos seis votos estão voando por
ai e, de Aécio, não se ouviu um pio”.
Ela também condena o fato do mineiro não ter contestado o discurso da
presidenta Dilma. “Não se sabe onde ele se meteu durante a leitura da
mensagem presidencial ao Congresso. Cabia ao governo enaltecer os feitos
e abafar os malfeitos e, à oposição, aproveitar para criticar. Aécio,
porém, não foi visto ouvindo a mensagem nem foi achado para comentá-la.
Mesmo na tribuna, coube ao novo líder tucano no Senado, Aloysio Nunes
Ferreira, fazer as vezes da oposição. Afinal, que oposição é essa? E que
candidato é esse?”.
Diante do fiasco da oposição demotucana e da “ausência” de Aécio Neves, a
colunista da Folha chega até a bater suas asinhas para o governador
Eduardo Campos (PSB), “o impecável”. Para ela, “as duas eleições
colocaram mais tijolos na construção da imagem de Eduardo Campos. Quando
os tucanos repetem como papagaios que ele ‘é governista e não tem
condições de competir contra Dilma’, leia-se: estão morrendo de medo de
uma revoada para a candidatura do PSB”, conclui a decepcionada
Cantanhêde.
De fato, a oposição demotucana é muito fraquinha; não tem proposta nem
rumo. Já Aécio Neves parece um embriagado que tropeça na sua própria
candidatura. Neste cenário desesperador – para Eliane Cantanhêde e
outras “calunistas” – só resta mesmo apostar numa divisão do campo
governista. Caso este sonho não se realize, a mídia hegemônica ficará
com a pecha de único partido da direita no Brasil. A sua desmoralização
será ainda mais completa.
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