Classificação de risco do país administrado por
David Cameron já não é mais AAA; até recentemente, a revista inglesa The
Economist praguejava contra o Brasil
Por Daniel Bases
NOVA YORK, 22 Fev (Reuters) - A agência de
classificação de risco Moody's reduziu nesta sexta-feira o rating da
dívida do Reino Unido de "Aaa" para "Aa1", citando uma fraqueza na
perspectiva de crescimento da economia britânica no médio prazo que deve
se estender por anos.
A Moody's é a primeira das principais agências a derrubar o Reino
Unido de sua classificação mais alta. A Moody's voltou a atribuir a
perspectiva "estável" para o rating, enquanto tanto a Standard &
Poor's quanto a Fitch mantêm perspectivas negativas.
A notícia provavelmente vai intensificar críticas do Partido
Trabalhista em oposição ao programa de austeridade do ministro das
Finanças, George Osborne, cujo plano está dois anos atrasado em relação a
sua meta original de eliminar em larga escala o déficit orçamentário
britânico até 2015.
A Moody's disse que, apesar de consideráveis forças econômicas, o
crescimento deve ser fraco devido à combinação de atividade econômica
global mais reduzida e ao impacto na economia britânica "do contínuo
processo de deslavancagem dos setores público e privado".
A tendência de crescimento para a economia britânica é de entre 2 por
cento e 2,5 por cento, disse a analista de rating soberano da Moody's
Sarah Carlson em entrevista à Reuters.
"Vemos o crescimento se recuperando lentamente em direção a essa
tendência (...) mas, se você levar em conta uma combinação das dinâmicas
de crescimento e fiscais, o resultado é que o peso da dívida sobre o
Produto Interno Bruto (PIB) atinge o pico em 2016, significativamente
mais tarde do que o esperado há alguns anos", completou.
A Moody's estima que a proporção da dívida sobre o PIB do Reino Unido
atinja seu ponto máximo em 2016 a 96 por cento, contra apenas pouco
menos de 90 por cento agora.
"É um acontecimento bastante importante. Não vemos uma grande reação
no mercado porque é tarde no horário de Nova York. Mas veremos vendas
mais agressivas quando os mercados abrirem (na Ásia) no domingo", disse a
diretora de operações da BK Asset Management em Nova York, Kathy Lien.
(Reportagem adicional de Steven C. Johnson em Nova York e Michael Holden em Londres)
Postado por
Jussara Seixas
às
domingo, fevereiro 24, 2013
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