A fortuna dos filhos do Marinho
Por Altamiro Borges
Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, herdeiros do
império das Organizações Globo, não têm o que reclamar dos governos Lula e
Dilma. Eles ganharam muita grana neste período e só fazem oposição raivosa por
razões políticas, de classe. Após quase dez anos de ausência na lista dos
bilionários da revista Forbes, a família Marinho voltou a ocupar posição de
destaque no ranking mundial. Segundo a publicação, os filhos de Roberto Marinho
acumulam fortunas individuais próximas de 5 bilhões de dólares.
Quando da morte do patrono da família, em
agosto de 2003, o império midiático atravessava uma situação financeira
complicada, quase falimentar. A Rede Globo tinha apostado as suas fichas na
falsa estabilidade do governo FHC e se endividou aos tubos, inclusive junto ao
generoso BNDES. Com a retomada do crescimento econômico no governo Lula, a
corporação voltou a prosperar. Ela lucrou com a forte expansão do mercado
publicitário e com outros negócios milionários – como o crescimento da tevê por
assinatura.
Em agosto do ano passado, a edição brasileira da Forbes já
havia apontado o vertiginoso enriquecimento dos herdeiros das Organizações
Globo. Segundo a publicação, a família Marinho ocupava a sexta posição entre os
15 empresários mais ricos do país – já Roberto Civita, dono do Grupo Abril e
chefão da asquerosa revista Veja, aparecia em 14ª lugar. Agora, os filhos de
Roberto Marinho voltam a ocupar posição de destaque no ranking mundial, apesar
da grave crise que abala a mídia tradicional no mundo inteiro.
O enriquecimento dos filhos de Roberto Marinho até mereceria
uma investigação. Afinal, nos últimos anos a audiência da emissora na tevê
aberta tem sofrido constantes quedas. Mesmo assim, no ano passado ela teve um
estranho faturamento de R$ 12 bilhões – cerca de 10% acima do ano anterior.
Todas estas “vantagens” não fizeram com que os filhos de Roberto Marinho
refluíssem na sua postura de principal partido da direita nativa. Para
tranquilizá-los, o governo ainda doa fortunas ao grupo em publicidade oficial.
Haja bondade!
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