Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação
“Já mencionei aqui uma frase
que acompanhava os brasileiros na década de 60, proferida por Juracy Magalhães,
político baiano, ao assumir o posto de embaixador junto aos Estados Unidos: “O
que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Ela foi dita poucos
meses antes do golpe militar que instaurou a ditadura entre nós - fruto de um
acerto entre gorilas de plantão e os homens da CIA - e quase vinte anos depois
de um outro baiano, o então senador Otávio Mangabeira, quando da vinda ao
Brasil do general americano Eisenhower, ter-se ajoelhado contrito, beijando,
como bom colonizado, as mãos daquele que seria depois Presidente da República
nos EUA.
Essa postura de submissão ,
um desejo não revelado de, quem sabe, trocar todas as estrelas de nossa
bandeira por uma única estrela na bandeira estadunidense, revela-se com
frequência quase doentia na exaltação permanente que nossas elites fazem das
virtudes dos americanos, passando, não raro, por cima de cenários nada meritórios,
como, por exemplo, os que cercam a violência interna e externa típica de muitos
setores daquele país, ou os que povoam a ganância especulativa de seus meios
financeiros, gerando catástrofes globalizadas que nem mesmo as esperanças
depositadas em Obama estão conseguindo fazer retroceder.
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