sábado, 21 de agosto de 2010

A vacina contra as baixarias que vem por aí

sábado, 21 de agosto de 2010


Não se enganem com a choradeira nos editoriais, não acredito que a velha mídia vá jogar a toalha até porque tem muita coisa em jogo para eles nessas eleições. Decerto que é inevitável que aconteça uma debandada de aliados regionais, que a cada pesquisa ignoram mais o Serra nas suas campanhas, mas não tenho a ilusão que a velha mídia, antevendo a derrota iminente do Serra, passe a se comportar de forma menos indigna nessas eleições, como aconteceu em 2002. Considerem esses editoriais como “broncas” no PSDB para correção dos rumos de campanha, que para eles tem que ser o velho e surrado anti-lula e anti-pt.

Combalida pela perda gradual do poder de moldar a opinião pública de acordo com sua conveniência, como vem acontecendo nos últimos dez anos, a velha mídia enfrenta ainda a dificuldade de se adaptar a uma nova ordem mundial onde a internet se apresenta como opção aos meios convencionais de comunicação, além da atitude do governo Lula externada através das políticas do SECOM, no sentido de democratizar o emprego das verbas publicitárias do governo federal, que passaram a chegar também aos pequenos veículos regionais, em vez de ficar concentrada nas mãos dos barões da velha mídia.
Isso tudo provoca perda de receita e de poder, e só colocando de volta os tucanos no poder, eles poderiam receber de volta as polpudas verbas da secretaria de comunicação, e acabar com esse negócio de democratização, que é muito bom nos discursos contra Cuba, Irã e Venezuela, mas que fique bem longe dos planos da SECOM, portanto o caso não é de paixão ou convicção política, o caso é de apego a um status de poder que não podem mais ostentar e sobrevivência financeira. Oito anos sem a amizade do rei e do seu tesoureiro já é mais que demais.
Levando em consideração o exposto acima podemos esperar um espetáculo de baixarias e muitos tiros no próprio pé partindo da velha mídia, e como temos visto ultimamente, não existe uma preocupação entre os atores em preservar suas próprias biografias e não há preocupação de serem pegos em contradição ou manipulando um debate ou entrevista, ou seja, vamos entrar na fase do vale-tudo.
Como o pensamento desse pessoal é obsoleto e cartesiano, eles ainda não perceberam que apelar para baixarias e desconstruções pessoais tem efeito cada vez menor, quando não tem efeito inverso de mostrar que o agressor é despreparado e sem propostas melhores que as apresentadas pelo agredido. Todos os ataques até agora ao PT, Dilma e ao governo foram traduzidos nas pesquisas na forma de aumento da vantagem da ex-ministra.
A vacina para os ataques que vem por aí é a permanência no rumo que vem orientando a candidatura de Dilma desde que foi projetada, porque os mesmos que só viam erros estratégicos por parte de sua campanha hoje tem que assumir que estavam errados.
Dilma não tem que entrar na discussão de baixo nível e continuar a mostrar para a população os avanços do governo Lula - que a velha mídia teima em esconder ou atribuir aos governos fracassados anteriores - e apresentar suas propostas para os próximos desafios que o governo vai enfrentar a partir do ano que vem.
Quanto à velha mídia, penso que a democratização dos meios de comunicação é irreversível e vai depender cada vez menos da interferência do estado, que é o motivo da choradeira atual deles, porque vão se afundar por si mesmos com seus métodos arcaicos e a arrogância de taxar seus leitores/telespectadores/ouvintes como pessoas desprovidas de senso crítico. As pessoas tendem buscar cada vez mais por meios de informação que respeitem mais o pluralismo e a sua inteligência.

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