terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ex-ministro diz que Era Lula foi o melhor momento da ciência e tecnologia no Brasil


Em entrevista à Rede Brasil Atual, Sérgio Rezende compara os anos Lula e FHC na ciência e revela os desafios do governo Dilma no setor

Maurício Thuswohl, Rede Brasil Atual

Ele agora está de volta à “planície”, mas pretende continuar acompanhando de perto os rumos do setor de ciência e tecnologia no Brasil e não se furta a apontar os desafios que aguardam seu sucessor à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Ministro do governo Lula nos últimos seis anos, Sérgio Rezende se prepara para voltar a dar aulas do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e acaba de lançar um livro – “Momentos da Ciência e Tecnologia no Brasil – Uma caminhada de 40 anos pela C&T” (Editora Vieira & Lent) –, no qual aponta a Era Lula como o momento de maior avanço científico e tecnológico do país.

Em conversa exclusiva com a Rede Brasil Atual, a comparação com o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) é ressaltada pelo ex-ministro: “Na verdade, não dá nem para comparar. Em 1996, quando a política econômica de Fernando Henrique estava sendo firmada e eram os primeiros anos do Plano Real, o governo precisava fazer um aperto fiscal muito grande e a taxa de juros era muito alta. Então, uma das coisas que o governo fez foi acabar com o dinheiro da ciência”, diz.

Segundo Rezende, o ano de 1996 foi “dramático” para a ciência brasileira: “O CNPq deixou de dar apoio à pesquisa e diminuiu o número de bolsas de uma maneira geral, notadamente as bolsas de mestrado. Além disso, a Finep, que é a executora do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) interrompeu todos os convênios de apoio à pesquisa que estavam em vigor. Foi um ano dramático”.

A situação perdurou em 1997: “Só começaram a aparecer alguns recursos em 1998 e depois um pouco mais em 1999 com a criação do Fundo do Petróleo. Então, podemos dizer que os primeiros quatro anos de governo do Fernando Henrique foram dramáticos. O segundo mandato, de 1999 a 2002, trouxe esperanças para a comunidade científica, principalmente com a criação dos fundos setoriais, mas eles ainda eram muito pequenos”.
Imagem: Lula com Sérgio Rezende durante evento da Cncti / Foto: Renato Araujo, ABr
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