quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

REUNIÃO DA ONU SOBRE O CLIMA.


Salvar o mundo em 48 horas é a dicotomia de Copenhague

As trombetas soaram na Cúpula sobre Mudança Climática, anunciando a chegada do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, ao mesmo tempo que prevalece o chamado a salvar o mundo nas próximas 48 horas.

Por Faustro Triana, para a Agência Prensa Latina

Os ministros de 193 países, ou seus representantes, deverão resolver um bocado de problemas para deixar o cenário montado para os 130 chefes de Estado ou governo que discutirão a Declaração ou Protocolo de Copenhague nas próximos dois dias.

As divergências Norte-Sul dominaram a reunião desde seu início, em 7 de dezembro. Não param de acontecer as críticas aos países ricos por não assumirem suas responsabilidades nas emissões de CO2 nem também no financiamento aos países em desenvolvimento para diminuir o problema.

De forma paralela, as ONGs e diversas personalidades, incluídos Prêmios Nobel e figuras de fama internacional aproveitaram o espaço da Conferência das Partes da ONU (COP-15) sobre aquecimento global para registrar as ameaças ao planeta.

O desmatamento cada vez maior, que pode terminar por destruir definitivamente o equilíbrio ecológico, com grave perigo para a existência das espécies, ficou relegado a um segundo plano diante da urgência às prioridades.

Em todo caso, a moderação se fez presente no início dos debates de alto nível por causa da chegada iminente a Copenhague dos presidentes, incluído o estadunidense Barack Obama, que representa uma das nações que mais contamina a Terra.

Não há lugar para o fracasso, repetiu enfaticamente Ban Ki-moon, consciente, no entanto, de que com sorte se chegará a um texto cheio de vazios e imperfeições, mas relativamente próximo da COP-16, no México, em 2010.

Delegados latino-americanos de antemão já felicitaram seus colegas mexicanos. A razão, simples: a COP-16 será menos complexa que Copenhague, terão amadurecido as negociações e os méritos da história ficarão no país dos maias e dos aztecas.

A realidade, segundo diplomatas da Bolívia e do Brasil consultados pela Prensa Latina, assinala que as 48 horas de prazo constituem um lapso brevíssimo e a frustração acompanha a maioria das nações.

Em geral muitos preferem um passo adiante, por discreto que seja, ao tiro da largada, mas seguramente a declaração marcará uma enorme decepção para a sociedade civil, a não ser que ocorra um milagre, comentaram as fontes.

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