quarta-feira, 23 de março de 2011

Fux ilumina o STF. Ele aqui e o Gilmar lá

    Publicado em 23/03/2011

Fux elogia, o outro chama de "sanha"

Saiu no G1:

Luiz Fux vota contra validade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010


Voto do ministro do STF pode definir posição do STF sobre o tema. Supremo julga recurso de candidato a deputado estadual barrado.


Débora Santos Do G1, em Brasília


O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, votou nesta quarta-feira (23) contra a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano passado. A norma, que barra a candidatura de políticos condenados por decisões de colegiados, entrou em vigor em junho de 2010.


O voto do ministro pode decidir a posição do Supremo sobre a lei. Caso os outros integrantes do STF mantenham os votos dos julgamentos anteriores, que terminaram empatados em 5 a 5, a lei só poderá ser aplicada nas eleições de 2012.


Em seu voto, que durou pouco menos de uma hora, o ministro elogiou a iniciativa popular da lei e os objetivos da ficha limpa, mas afirmou que as regras constitucionais precisam ser respeitadas. Para Fux, apesar da intenção de moralizar a política, a ficha limpa interferiu no processo eleitoral e gerou insegurança jurídica.


O ministro defendeu em seu voto a aplicação do artigo 16 da Constituição. Segundo essa norma, uma lei que modifica o processo eleitoral só pode valer no ano seguinte de sua entrada em vigor.


(…)

Navalha
O amigo navegante Fernando Lyra telefona para dizer que assistia a um dos momentos mais iluminados do Supremo Tribunal Federal: o voto inteligente, bem escrito, e breve do ministro Luiz Fux.

Lyra observa também que a decisão de Fux corrige duas injustiças clamorosas: João Capiberibe e a mulher se elegeram no Amapá e, não fosse Fux, seriam vítimas de uma patranha.

Agora, observe, amigo navegante, a distância planetária que separa o novo Ministro do Supremo, Luiz Fux, e o relator, o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo Gilmar Dantas (*).

Fux considera que a iniciativa popular que criou a Ficha Limpa foi “mais do que salutar”.

Gilmar Dantas tratou do mesmo assunto, a iniciativa popular de criar a Ficha Limpa, como uma “sanha”.

Concluiu o ministro relator, aquele que já disse que não se deve dar ouvido ao Zé Mané do Botequim:

“É preciso ter cuidado com a valoração deste chamado ’sentimento popular’”, concluiu o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo.

Ou seja, Fux homenageia a iniciativa popular, mas a limita ao tempo Constitucional contido no princípio da anterioridade:

“No ano em que a lei entra em vigor não pode ela alterar qualquer processo eleitoral.”

Concluiu o Ministro Fux, que respeita a manifestação popular:

“A Lei da Ficha Limpa é a Lei do futuro. É a aspiração legítima da nação brasileira.”

O primeiro ministro da presidenta Dilma Roussef iluminou a Corte e dividiu as águas:

Ele de um lado, e o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo do outro.

Em tempo: sobre essa divergência central, o Conversa Afiada se permite importunar o amigo navegante e reproduzir aqui o post de maio de 2009:


Gilmar não consulta “sujeito da esquina”


Nossos, quem ?, cara pálida - diria o Tonto


Saiu no Globo (Pág.4) a 578ª. entrevista do Supremo Presidente do Supremo, Gilmar Dantas (*), nesta semana:

“Gilmar: juizes não têm de consultar ‘sujeito da esquina’ para tomar decisões – para presidente do STF, magistrados precisam enfrentar a opinião pública … subordinar os julgamento à voz das ruas levaria a Justiça a adotar a pena de morte … Não se dá independência ao Juiz para ele ficar consultando o sujeito da esquina.”

O Conversa Afiada é obrigado a admitir que concorda plenamente com o Presidente Supremo do Supremo.

Juiz não tem que consultar “sujeito da esquina” nenhum.

Nem advogado de banqueiro antes de dar hábeas-corpus.

Juiz tem que consultar os autos.

Por exemplo, antes de dar o segundo hábeas corpus em 48 horas a Daniel Dantas, Gilmar Dantas (*) poderia ter lido a decisão do corajoso Juiz Fausto de Sanctis e ver que ele tinha razão de pedir nova prisão, diante de novas provas.

. Se tivesse feito isso, em lugar de dar 8.923 entrevistas naquela semana e participar de 87 eventos do Consultor Jurídico (**), e se estudasse os autos, Gilmar Dantas (*) não teria sido desmoralizado por Marco Aurélio de Mello.

A certa altura, na patética entrevista concedida ontem em Brasília ao Globo, Gilmar Dantas (*) diz assim: “Vamos ouvir as ruas para saber o que o povo pensa sobre o STF conceder ou não hábeas corpus ? Ou os nossos blogueiros?”

“Nossos”, quem ?, “cara pálida”, diria o Tonto.

Que intimidade é essa, não é mesmo, Nassif ?

Alto lá !

Ministro do Supremo não tem que ouvir a gentinha da rua, a ralé, o lumpen, um mujique de Diamantino nem ligar para governadora de Estado para interceder em benefício de um grileiro passador de bola, conhecido como Daniel Dantas.

Saiba mais sobre o telefonema de Gilmar Dantas (*) à governadora do Pará, Ana Julia Carepa, publicado por Leandro Fortes (***), da Carta Capital.

Gilmar Dantas (*) já entrou para a História do Judiciário brasileiro como o homem que deu dois Hábeas Corpus a Daniel Dantas e desmoralizou o Supremo e a Justiça, na opinião de Joaquim Barbosa, seu colega no STF.

Por falar em Joaquim Barbosa.

Quem no Supremo ouve o “sujeito da esquina” antes de decidir ?

O Ministro Joaquim Barbosa ?

Isso faz parte das acusações veladas e implícitas de Gilmar Dantas (*) a Joaquim Barbosa ?

Aquelas acusações com risada de Ricardo III ?

A acusação de que Joaquim Barbosa é um Juiz que joga para a galera ?

É isso o que Gilmar Dantas (*) quer dizer ?

Paulo Henrique Amorim

(*) Gilmar Dantas: veja como o reputado jornalista Ricardo Noblat se refere a ele.

(**) Trata-se de sub-publicação que pertence ao “Sistema Dantas de Comunicação”. Seu proprietário, segundo a revista Serafina, da Folha (****), foi padrinho de casamento de Gilmar Dantas (*).

(***) Leandro demonstrou em reportagem da Carta Capital que as atividades empresariais de Gilmar Dantas (*) são incompatíveis com a magistratura. Gilmar Dantas (*) processa Leandro.

(****) Folha é o jornal da Ditabranda, o jornal que fraudou uma ficha de terrorista da Ministra Dilma Rousseff. Nos anos militares, Octavio Frias, o fundador da Folha, cedia os carros de reportagem do jornal à OBAN, a central de tortura em São Paulo.

Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.


Do Blog CONVERSA AFIADA.


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