Com a derrota de José Serra na eleição presidencial de 2010, a ala do PSDB paulista ligada ao ex-governador se articula para, através das secretarias dos diretórios da capital e do Estado, manter alguma influência nos rumos do partido. Para a presidência de ambas, o governador Geraldo Alckmin fez acordos, bem encaminhados, para emplacar homens de sua confiança: o secretário de Gestão Pública de São Paulo, Júlio Semeghini, no comando municipal e o deputado Pedro Tobias no estadual.
No PSDB, a secretaria-geral é a responsável por ordenar despesas, fazer a comunicação e cuidar da burocracia partidária. Este seria um canal para o grupo serrista, fora da máquina pública, manter contato com prefeitos do interior. O PSDB detém quase um terço das 645 prefeituras de São Paulo.
Para não ter problemas com os vereadores tucanos na capital, Alckmin costura a participação destes na chapa que concorrerá ao diretório municipal. A relação entre as duas partes é complicada desde 2008, quando 12 dos 13 vereadores apoiaram a reeleição de Gilberto Kassab (DEM) à prefeitura, mesmo com Alckmin concorrendo ao cargo. Está acordado, desde a última reunião da executiva municipal, no dia 18, que a eleição no PSDB terá chapa única, e que nela todos estarão contemplados. A eleição do diretório municipal será em 10 de abril. O diretório estadual será escolhido em maio.
José Serra vai se candidatar à prefeitura da capital, Alckmin deverá ceder. Sem um nome de consenso entre seus pares, com força para largar na frente na corrida eleitoral, Alckmin tiraria, com Serra, um adversário do páreo: muito ligado ao ex-governador, Kassab, que está recolhendo assinaturas para a criação do PSD, não lançaria candidato à sua sucessão contra seu padrinho político, restando-lhe a alternativa de compor com o tucano.
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