Polícia encontra na casa de Ettore Gotti Tedeschi, ex-presidente
do Banco do Vaticano, um dossiê que dizia: “Se me assassinarem, esta é a
razão da minha morte”; escândalo mancha o pontificado de Bento XVI
Um documento obtido pela polícia italiana na casa de Ettore Gotti
Tedeschi, ex-presidente do Banco do Vaticano, amplia um dos maiores
escândalos de todos os tempos na Igreja Católica. Era um pequeno pacote,
com vários documentos, onde se lia: “Se me assassinarem, esta é a razão
da minha morte”. Ou seja: o “banqueiro de Deus” temia ser assassinado
por homens da própria igreja.
Tedeschi comandou o Instituto para as Obras da Religião (IOR), mais
conhecido como Banco do Vaticano, entre setembro de 2009 e maio deste
ano. Saiu em meio a um escândalo de vazamentos da Santa Sé, que já vem
sendo chamado de “Vatileaks”, numa referência ao site Wikileaks.
Agora, sabe-se que Tedeschi tentou se proteger contra um possível
assassinato. Seus dossiês citam o cardeal Tarcísio Bertone, sempre
cogitado como possível papa, e o secretário particular de Bento XVI,
George Ganswein, como personagens envolvidos em operações financeiras
irregulares.
De acordo com as investigações, o Banco do Vaticano é acusado de
funcionar como uma grande lavanderia, incrustada na capital romana, que
se presta à lavagem de recursos da máfia e também de donos de grandes
fortunas, que mantêm recursos na Suíça.
Um dos responsáveis pelas denúncias é o jornalista Gianpaolo Nuzzi, que
escreveu dois livros sobre o caso. O primeiro se chama Vaticano S/A e já
foi publicado no Brasil. O segundo, intitulado Sua Santidade, continua
inédito.
No 247
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