Saiu no Estadão e no Globo, onde o PIG gorjeia como em nenhum outro lugar, artigo de Fernando Henrique Cardoso sobre “Política e meios de comunicação – não basta mudar o espaço na mídia, é preciso haver vozes de oposição”.
(Ou seja, o PiG precisa ouvi-lo mais ainda, já que o "Cerra", o Guerra, o
Franceschini, o Alckmin, o Agripino, "Aécio Never", o Álvaro Dias –
isso tudo junto não dá em nada).
O ansioso blogueiro deu-se ao trabalho de ler duas vezes o citado artigo.
Tem mais colesterol que o estilo do de múltiplos chapéus.
São tantos os chapéus, que a clareza se perde nos malabarismos.
Na segunda leitura, o ansioso blogueiro entendeu (ou acha que entendeu).
O Farol de Alexandria, aquele que iluminava a Antiguidade e acabou num
terremoto, ou aquele que presidiu a Privataria, esse mesmo defendeu a
liberdade de expressão dos blogs.
O que seus mais conspícuos filhotes – "Padim Pade Cerra" e "Gilmar Dantas" – não fariam com o mesmo entusiasmo.
( Até porque os três – "Cerra", Gilmar e FHC – estão irremediavelmente
ligados à Privataria e, nela, a Daniel Dantas, o “foi (sic) brilhante!”.
Clique aqui para ver o vídeo em que ele fala do Daniel e do Gilmar.)
Disse o Farol, neste domingo, no PiG:
Nos dias que correm, sobretudo nos regimes democráticos, não há política sem comunicação; logo, é melhor tomar coragem para ler e ouvir tudo o que se diz, mesmo quando partindo de fontes suspeitas.A precondição para que haja alternativas ao que aí está é manter a liberdade de expressão, mesmo que haja distorções. Isso não exclui uma luta constante contra estas, não para censurá-las, mas para confrontá-las com outras versões. Afastando por inaceitável qualquer tentativa de “controle social da mídia”, o acesso de opiniões divergentes aos meios de comunicação poderia criar um ambiente mais favorável à veracidade das informações.
Claro, amigo navegante, como é que ele poderia dar aquelas conferencias
em francês, ao lado do Alain Toutinegra, e ser confundido com o "Cerra" e
o Gilmar, que perseguem os blogs?
Aí, o ansioso blogueiro debruçou-se pacientemente sobre o texto
gordurento para procurar a reafirmação do que ele antes tinha dito: quero uma Ley de Médios!
Sim, essa adesão do Farol à luta por uma Ley de Médios provocou
entusiasmo e ceticismo entre os blogueiros sujos, que nutrem especial
afeto pelo Farol e deus dois ilustres descendentes.
O Miro Borges, presidente do Barão de Itararé estava no time cético: aí tem coisa.
FHC a favor de Ley de Médios?
Hum…, e o Miro cofiava os bigodes.
O Miro estava certo.
O Farol recuou rapidinho.
Antes de ir por duas semanas ao Japão e à China, tratou de redimir-se.
Não há uma única menção à Ley de Médios, num texto em que se propôs a tratar de “politica e meios de comunicação”.
Os filhos do Roberto Marinho – eles não tem nome próprio – podem respirar aliviados.
Aquele que disse “Viva a Globo, viva o Brasil!”, nessa ordem, na
inauguração de uma fábrica do Roberto Marinho, ele será, sempre, “um
operário padrão”.
Paulo Henrique Amorim
No Conversa Afiada
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