Carta acusa Gilmar de receber do valerioduto
Brasil 247
NOME DO MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, QUE ESTÁ PRESTES A JULGAR O
CASO DO MENSALÃO, CONSTA DA LISTA DE BENEFICIÁRIOS PUBLICADA PELA
REVISTA; ELE TERIA RECEBIDO R$ 185 MIL DA CAMPANHA DE EDUARDO AZEREDO EM
1998
A reportagem principal da revista CartaCapital desta semana, que foi às
bancas nesta sexta-feira, coloca Gilmar Mendes, membro da mais alta
corte do País, em suspeição. Numa lista divulgada pela publicação com os
nomes dos beneficiários do caixa 2 da campanha da reeleição de Eduardo
Azeredo para o governo de Minas Gerais em 1998, esquema operado pelo
publicitário Marcos Valério, consta o do ministro do STF, além de
grandes empresas, governadores, deputados, senadores, prefeitos e até o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo a reportagem, "há um abismo entre a contabilidade oficial e a
paralela". Azeredo declarou à época ter gasto R$ 8 milhões na campanha.
Mas na documentação assinada a registrada em cartório, o valor chega a
R$ 104,3 milhões. Desse dinheiro, R$ 185 mil teria ido parar nas mãos de
Gilmar Mendes. Um pacote com os documentos de quase 30 páginas, que
contam com a lista em ordem alfabética e os comprovantes bancários, foi
entregue na última quinta-feira à Polícia Federal de Minas Gerais, à
delegada Josélia Braga da Cruz.
Os pagamentos foram feitos pela empresa SMP&B Comunicação, de Marcos
Valério, por meio do Banco de Crédito Nacional e do Banco Rural, cujos
diretores são réus do mensalão, processo que começa a ser julgado no
próximo dia 2 no STF, inclusive por Gilmar Mendes. O repasse de R$ 4,5
milhões a Azeredo, "com autorização" dos coordenadores financeiros da
campanha – Cláudio Roberto Mourão e Walfrido dos Mares Guia – teve como
origem o Banco do Estado de Minas Gerais, o Banco Rural, as estatais
Comig (atual Codemig) e Copasa, a Loteria Mineira e as construtoras
Andrade Gutierrez e ARG, de acordo com o documento.
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