Russomanno fez lobby por doador e
sócio O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno,
usou o seu mandato de deputado federal para defender o empresário Laerte
Codonho, que foi condenado à prisão pela Justiça por crime contra a
ordem tributária e hoje é seu sócio. Dono da marca de refrigerantes Dolly, Codonho foi o principal doador de Russomanno na campanha de 2010.
Eleições.
Ex-deputado promoveu em 2004
audiências sobre disputa entre Coca-Cola e Dolly, marca pertencente a
Laerte Codonho, que três anos depois comprou participação em empresa do
hoje candidato do PRB e, em 2010, deu R$ 250 mil para campanha
eleitoral. As informações são do jornal O Estado de São Paulo
O candidato do PRB à
Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, usou o seu mandato quando era
deputado federal para defender o empresário Laerte Codonho, que foi
condenado à prisão pela Justiça por crime contra a ordem tributária e
hoje é o seu sócio.
Dono da marca de refrigerantes
Dolly, Codonho foi o principal doador de Russomanno na campanha
eleitoral de 2010, quando o então deputado disputou o governo paulista.
Deu R$ 250 mil ao candidato, por meio da empresa Tholor do Brasil.
Também patrocinou o Programa Celso Russomanno, exibido pela TV Gazeta
entre 2006 e 2008, com a marca Guaraná Dolly.
Em 2004, quando era deputado
pelo PP, Russomanno apresentou à Comissão de Defesa do Consumidor, na
Câmara dos Deputados, o requerimento de número 301, no qual pedia para
que fossem investigadas denúncias sobre suposta concorrência desleal da
Coca-Cola contra a Dolly.
Quase três anos depois da ação
no Congresso, Codonho comprou em 2007 uma participação na empresa de
comunicação do candidato, a ND Comunicação e Publicidade, fundada em
1986. A produtora é responsável por fazer os programas políticos e
atrações na TV que foram comandadas por Russomanno.
Codonho foi protagonista de uma
guerra contra a Coca-Cola, com acusações de espionagem empresarial,
arapongagem e até agressões físicas.Olitígio foi parar nos tribunais e
nos órgãos governamentais de defesa da concorrência. O empresário
acusava a Coca-Cola de querer "quebrar" sua empresa, por meio de pressão
em fornecedores e distribuidores. Também dizia que a multinacional
plantara um suposto contador na Dolly com o intuito de prejudicá-lo e
colher informações confidenciais da empresa.
Fórmula.
Além de solicitar a audiência no Congresso para ouvir a Dolly, Russomanno interveio a favor da empresa ao defender que a Coca-Cola deveria informar se havia na composição do refrigerante extrato vegetal feito a partir da folha de coca - Codonho alegava que as substâncias derivadas da coca eram usadas e feriam normas brasileiras, além de causarem dependência.
Além de solicitar a audiência no Congresso para ouvir a Dolly, Russomanno interveio a favor da empresa ao defender que a Coca-Cola deveria informar se havia na composição do refrigerante extrato vegetal feito a partir da folha de coca - Codonho alegava que as substâncias derivadas da coca eram usadas e feriam normas brasileiras, além de causarem dependência.
"O consumidor final precisa ter o
direito de escolher no mercado de consumo o melhor e mais barato. Toda
vez que tiramos uma empresa do mercado, seja nacional, seja estrangeira,
estamos impedindo que o consumidor tenha opção", disse o deputado no
plenário da comissão.
"São pilhas de documentos que
podemos trazer à audiência pública desta comissão. Quero saber também se
existe realmente algum derivado (da folha de coca)", disse o
parlamentar na época. Russomanno também questionou a multinacional sobre
denúncias de caixa 2, propagadas por Codonho. "Quero saber da Coca-Cola
se existe o caixa 2."
Na audiência, o deputado José
Carlos Araújo (PSD-BA) disse que Russomanno "tentou ser o juiz arbitral"
do litígio entre a Coca- Cola e a Dolly. "Mas as cifras pedidas foram
altas demais, não se podia falar, e a denúncia chegou a esta comissão",
declarou o parlamentar, segundo as notas taquigráficas da Câmara. Ele
não explicou a que se referiam os valores." Há grandes interesses
envolvidos nisso, e nós também estamos sendo envolvidos".
Russomanno reagiu. "O que vossa
excelência citou é muito grave". Ele disse ter tentado um acordo entre
as empresas, mas pediu a Araújo que explicasse "que eu não participei
dessas coisas". Nenhum dos dois foi além. Na época, executivos ligados à
multinacional disseram que Codonho queria vender a empresa para a
Coca-Cola por US$ 100 milhões. Por isso, estaria encabeçando a campanha
contra a companhia. Codonho negou que quisesse vender a sua indústria.
Diante da série de acusações
entre as empresas, Russomanno chegou a fazer um desabafo: "Nesse mercado
de cerveja e de refrigerante, assunto já discutido na Comissão de
Defesa do Consumidor várias vezes, absolutamente ninguém é santo".
"É crime".
Antes da audiência na Câmara, o
candidato do PRB já havia defendido Codonho. Em 2003, quando os dois se
conheceram em Brasília, participou do programa 100% Brasil, da Rede TV!,
patrocinado pela Dolly. "No refrigerante, especificamente a Coca-Cola,
você não sabe o que está bebendo. Há 62 anos ninguém sabe", disse na
atração. "É crime não informar corretamente ou fazer publicidade e não
dizer o que é que está compondo o xarope da Coca-Cola."
O Tribunal de Justiça de São
Paulo condenou Codonho e a RedeTV! a pagarem indenização de R$ 2 milhões
por danos morais à Coca-Cola. Cabe recurso.
"É crime não informar
corretamente ou fazer publicidade e não dizer o que é que está compondo o
xarope da Coca-Cola. Nós queremos saber o que estamos consumindo" - Celso Russomanno, em agosto de 2004, no "100% Brasil", da Rede TV!
"Chego a uma conclusão: nesse
mercado de cerveja e de refrigerante,assunto já discutido na Comissão de
Defesa do Consumidor várias vezes, absolutamente ninguém é santo"-
Russomanno, em novembro de 2005,em audiência na Câmara dos Deputados
DO ENCONTRO À CAMPANHA
Encontro Em 2003, Laerte Codonho, proprietário da Dettal, fabricante do Dolly, e o então deputado Celso Russomanno se conhecem em Brasília
Ao ataque
Em 2003, Russomanno participa do programa 100% Brasil, patrocinado pela Dolly, de Codonho, e ataca a Coca-Cola
Nova crítica
Em novembro de 2004, em
audiência na Câmara convocada por requerimento de Russomanno, o deputado
critica a Coca-Cola, em litígio com a Dolly
Patrocínio
Entre os anos de 2006 e 2008, a Dolly patrocina programa de Celso Russomanno, que levava seu nome, exibido pela TV Gazeta
Sociedade Em 2007, o proprietário da Dolly torna-se sócio de Russomanno na ND Comunicação e Publicidade Ltda.
Doação para campanha Em 2010,
empresas de Codonho doam R$ 250 mil para a campanha de Russomanno,
então no PP, ao governo do Estado de São Paulo
Tribunal condenou dono de refrigerante
O empresário Laerte Codonho, dono
da marca de refrigerantes Dolly e sócio do candidato Celso Russomanno
(PRB), foi condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) a cinco anos
de prisão em regime semiaberto por crime contra a ordem tributária. Ele
também foi condenado por falsidade ideológica, mas a pena foi
extinta porque o crime prescreveu. A sentença foi proferida em novembro
do ano passado pela 5ª Turma do TRF da 3ª Região, em ação penal que
corre sob segredo de Justiça. O empresário recorreu da decisão ao
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
"Restou amplamente demonstrado
que o réu agiu com deliberada intenção de reduzir tributos, fraudando a
fiscalização tributária", afirmou no despacho a desembargadora Ramza
Tartuce. A ND Comunicação, da qual é sócio com Russomanno, está inscrita
na dívida ativa da União.
Nenhum comentário:
Postar um comentário