segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A vitória do PT, do Lula e do povo: a derrota da imprensa, do STF, da PGR e do PSDB

Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre



O deputado federal, Paulo Teixeira (PT/SP), deu dois importantes recados, hoje, durante café da manhã, no Hotel Intercontinental, em São Paulo, do qual participaram o principal líder do PT, o ex-presidente Lula, e o candidato favorito à prefeitura paulista, Fernando Haddad. Teixeira afirmou à imprensa que “Esperamos agora que o STF tenha isonomia no julgamento do mensalão mineiro (tucano)”. E completou: “A Comissão vai encerrar seus trabalhos identificando toda a quadrilha de Carlos Cachoeira”. “Toda” — enfatizou.
O deputado é membro da CPMI do Cachoeira cujo nome mais adequado deveria ser CPMI do Cachoeira-Veja-Época (Globo), porque profissionais de jornalismo dessas duas empresas de oposição sistemática aos governos trabalhistas participaram de tentativas e concretizações de ações golpistas que derrubaram ministros sem a culpabilidade comprovada e boicotaram programas governamentais, a exemplo do Bolsa Família, do ProUni e do Enem, bem como tentaram paralisar, por intermédio de reportagens mentirosas e manipuladas, projetos da envergadura da transposição do Rio São Francisco e da construção da hidrelétrica de Belo Monte, além de, também, quase darem um golpe de estado no governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.
Os recados, mais do que bem dados, são justos e realistas, porque refletem e resumem, de forma cirúrgica, os acontecimentos políticos, jurídicos e jornalísticos dos últimos meses deste ano. Os ataques ao PT, ao presidente Lula e o superdimensionamento da Ação Penal nº 470 apelidada de “mensalão”, que, apesar dos arroubos midiáticos de tom oposicionista de alguns juízes do Supremo e do procurador Gurgel, da PGR, ainda está por se provar que existiu como mesada, mensal e sistemática, paga a parlamentares para votarem favoravelmente em matérias de interesse do Palácio do Planalto, sendo que o Governo de Lula tinha larga maioria na Câmara, e, portanto, não necessitaria cometer malfeitos para poder governar.
Tribunal midiático, conservador, onde juiz como Marco Aurélio considerou a ditadura mal necessário.
   A verdade é que o tão propalado “mensalão” foi, na verdade, usado, em 2005, como catapulta para um golpe “branco” de estado, e, consequentemente, criar uma atmosfera golpista junto à opinião pública brasileira (leia-se parcela da classe média conservadora e consumidora de notícias do PIG) e para manter esse estado de coisas montaram um canhão de achincalhe, de linchamento moral e de julgamento sumário contra as autoridades do governo e principalmente manter nas manchetes, durante sete anos ininterruptos dois dos políticos mais preparados, experientes e históricos da esquerda brasileira, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-deputado, José Genoíno, militantes dos tempos da luta armada, além de terem sido um dos principais negociadores junto à oligarquia brasileira no que tange à Constituinte nos anos 1987 e 1988, que redundou na elaboração e na publicação da Constituição, uma das mais avançadas e progressistas do mundo.
Percebe-se, contudo, que a imprensa de negócios privados e que veicula e publica o verdadeiro jornalismo de esgoto, além de golpista tenta, de todas as formas e maneiras, pautar a vida nacional, bem com influenciar no que concerne aos ditames das leis. Juízes socialmente e politicamente conservadores, autênticos representantes de uma oligarquia herdeira do sistema econômico da escravidão, esmeram-se a rasgar o Direito Penal e o Direito Constitucional e puniram cidadãos sem se preocuparem com suas relevâncias históricas e muito menos, o que é terrível para o estado democrático de direito, com suas culpabilidades, pois que foram julgados por indícios e acusações “tênues”, como afirmou o direitista e opositor aos governantes trabalhistas, o procurador geral Roberto Gurgel, que tem a mania de ficar de olho no gato e no peixe; de olho no padre e na missa, porque é useiro e vezeiro em sentar em cima dos autos de processos, como os do bicheiro Carlinhos Cachoeira, do senador cassado Demóstenes Torres e liberar e considerar inocente o deputado federal do PPS, Stepan Nercessian, que confessou ter recebido de tal bicheiro sócio e pauteiro chefe da Veja a bagatela de R$ 175 mil para poder comprar um apartamento.
 
Assim são as coisas. Só que “Vento que venta lá venta cá também” e “Pau que bate em Chico bate também em Francisco”, e o Francisco que perdeu mais uma guerra tem o sobrenome Mesquita Neto, um paulista que se considera “quatrocentão” cujos ancestrais fundaram o jornal mais direitista do País  — “O Estado de São Paulo”, mais conhecido como “Estadão”. Os Mesquita, bem como as outras famílias do baronato midiático, têm vocação para a derrota quando se trata de política e guerras. Perderam para Getúlio Vargas em 1930, retaliaram com a Revolução ‘Cartola’ Constitucionalista de 1932 e foram novamente subjugados pelo líder revolucionário e trabalhista gaúcho. Apoiaram o Levante Integralista (fascista) de 1938, de Plínio Salgado, que tentou tomar o Palácio do Catete, sede do governo central, mas foram inapelavelmente derrotados.
Entretanto, a obsessão pelo poder, o ódio de classe e o inconformismo por Getúlio Vargas fazer um governo de inclusão social e de perfil nacionalista, levou os generais, com o apoio das oligarquias rurais e urbanas, dentre elas os barões da imprensa, a efetivarem novo golpe, que afastou o estadista do poder e, por conseguinte, ir para o “exílio” em fazenda de sua propriedade em São Borja, no Rio Grande do Sul. Getúlio foi destituído e afastado do processo eleitoral. Só que ele já tinha fundado o PTB, partido popular e vinculado aos trabalhadores e seus sindicatos; e o PSD, agremiação getulista integrada por políticos oligarcas de perfil nacionalista, legalista, sendo que muitos deles no passado foram interventores estaduais nomeados após a vitoriosa Revolução de 1930.
O PSD e o PTB se uniram e derrotaram mais uma vez a direita brasileira de perfil liberal em termos econômicos e conservador em âmbito social e político, porta-voz dos interesses de uma elite entreguista, associada a interesses alienígenas e representantes de interesses colonialistas dos países europeus hegemônicos (Inglaterra e França), e, evidentemente, dos EUA, que, posteriormente, financiaram, acobertaram e ofereceram logística para o golpe militar de 1964, por intermédio de sua embaixada no Brasil. A direita colonizada brasileira se encastelava na UDN, e seu candidato era o brigadeiro Eduardo Gomes, homem com trânsito entre os militares e políticos estadunidenses e pertencente à ala mais conservadora das Forças Armadas. Mesmo assim não deu para eles assumirem o poder tão desejado desde 1930, porque o ex-ministro da Guerra de Getúlio Vargas, o marechal Eurico Gaspar Dutra, venceu as eleições e assumiu a Presidência da República. Getúlio venceu. O trabalhismo venceu para o desgosto dos golpistas. Mais uma vez ficou comprovado que a direita não tem voto e, sim, poder econômico e o controle do sistema midiático privado, mas de concessão pública.
 
O resto da história de golpes e infâmias da burguesia que luta por um País para poucos todo mundo sabe. Em 1950, o trabalhista gaúcho assume o poder por intermédio do voto; em 1954, Getúlio dá um tiro no coração; em 1955, esses mesmos golpistas tentam impedir a ascensão de Juscelino Kubitschek ao poder; e, em 1960, novamente criam sérios problemas institucionais com o propósito de não permitir que o trabalhista João Goulart — o Jango — assumisse a Presidência da República após a renúncia de Jânio Quadros. Enfim, a direita brasileira, composta por latifundiários, banqueiros, clero, barões da indústria e da imprensa e militares generais associados à CIA e ao Departamento de Estado dos EUA assumem o poder da República de forma ilegal, anticonstitucional, alienígena, golpeiam um presidente eleito legitimamente e finalmente conquistam o poder, e consequentemente, estabelecer a ditadura mais longa e cruel de todos os tempos no Brasil e que durou longos 21 anos.
Os golpistas civis e militares cínicos e levianos, além de violentos, consideravam o Estado Novo uma ditadura. Assim procediam todos os dias por intermédio de manchetes e notícias na imprensa. Era a mesma gente que, posteriormente, apoiou, cooperou e foi cúmplice de perseguições, censuras, repressões, exílios, torturas e mortes para que pudessem levar a efeito o pensamento único e dessa forma se locupletar por meio de benefícios fiscais, empréstimos, tráfico de influência e o controle dos poderes constituídos. Inclusive o Judiciário. Este é o passado das nossas oligarquias. A tradição da intolerância racial, do ódio de classe, da exclusão social e da busca por um País VIP, ou seja, para o bel-prazer de poucos privilegiados pela vida.
De repente e não mais do que de repente, a partir do fim da década de 1970, surge o movimento operário organizado no ABCD paulista, bem como é fundado o Partido dos Trabalhadores, o PT, de ideologia socialista, com alas marxistas, e, sobretudo, trabalhista, a formar a maior frente do campo da esquerda na história do Brasil. O PT, o que governa, é trabalhista e demonstra esse fato e realidade diariamente, por meio do exercício do poder. O histórico e trabalhista PTB foi entregue aos verdugos da direita e sucumbiu nos idos de 1980 quando Ivete Vargas assumiu o controle do partido e o getulista Leonel Brizola somente teve como opção fundar o PDT para dar continuidade ao trabalhismo. Por sua vez, o PT assumiu a representação dos trabalhadores e da população mais pobre em geral, e hoje é o partido trabalhista mais poderoso do Brasil e quiçá da América Latina.
Gilmar usou o mensalão para acusar Lula e assim antecipou a campanha eleitoral na mídia, que atacou o PT , o líder petista, com o olho na campanha de Haddad para benefeciar o tucano Serra.
 Os barões da imprensa e a oligarquia brasileira, especialmente a paulista e a paulistana, foram derrotados. A maioria dos juízes do STF, a exemplo de Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello, Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carmem Lúcia e Luiz Fux foram derrotados, porque transformaram o tribunal mais importante do Brasil em um tributo ao julgamento de exceção, com provas “tênues”, segundo o procurador geral Roberto Gurgel, que deveria responder a um processo de impeachment no Senado por prevaricar, por não dar continuidade às investigações da Polícia Federal quando se trata de malfeitos ou ilegalidades de pessoas ou grupos que ele considera aliados de  empresários e políticos adversários e até mesmo inimigos dos governos e dos governantes trabalhistas.
A maioria dos juízes do STF atacou o PT, seus integrantes, o presidente Lula e grande parcela do povo brasileiro eleitora do maior partido trabalhista do ocidente ao chamá-los de quadrilheiros, mafiosos e corruptos, além de outras pejorações não necessárias à democracia e à preservação das instituições. Todavia, existem, infelizmente, juízes midiáticos, pautados pela vontade de seis famílias que controlam as mídias, pois aliados que não conseguem ficar longe dos holofotes, a se comportarem como verdadeiras divas de capas pretas, repletas de vaidades, que fariam o ex-presidente FHC — o Neoliberal — se sentir o patinho feio da fábula.
Contudo, o maior derrotado foi o PSDB, especificamente o eterno candidato que nunca termina seus mandatos, o tucano José Serra. A imprensa perdeu e, no momento, calou-se, como se estivesse “constrangida”, “melancólica” ou “deprimida”, por fazer tanta propaganda do “mensalão” para ajudar seus candidatos e talvez levar o estadista Lula às barras dos tribunais — o presidente mais popular da história do Brasil, que saiu do poder com 83% de aprovação e que ensinou aos doutores e aos acadêmicos e aos militantes das mídias burguesas como se inclui as pessoas, como se administra a economia, como se conduz um governo, como se transforma um País devedor em credor, e, acima de tudo, como se ganha eleições de um aparato midiático privado poderoso, porta-voz das classes dominantes e ligado a partidos conservadores como o PSDB, o DEM e o PPS, sem esquecer o PV, que é um arremedo de si mesmo.
Procurador midiático e acusado de prevaricar. Pergunte ao Collor o que acha dele.
 O PT foi o partido que mais cresceu. Quase 20 milhões de brasileiros votaram no partido trabalhista nas eleições deste ano. O Partido dos Trabalhadores conquistou cerca de mil municípios, entre eles a megalópole de São Paulo. A imprensa burguesa perdeu. O PSDB perdeu. A PGR perdeu. O STF perdeu, mas, sobretudo, acreditaram, de forma ridícula e sem nexo, que o “mensalão”, o do PT (porque para essa gente cínica os mensalões do PSDB e do DEM nunca existiram, bem como a privataria tucana) fosse influenciar nas eleições. Ledo engano. Alvo errado.
A melhoria, visível, na vida do povo brasileiro foi tão grande, as transformações foram tão radicais, e para melhor, que o povo, o eleitor, descartou os emperdenidos, os insensatos e reacionários e votou naquelas pessoas que no poder optaram pela inclusão social e pela criação de oportunidades para todos os brasileiros, o que foi, indubitavelmente, inquestionavelmente, o caso do PT e dos governantes trabalhistas Lula e Dilma. A resumir: quem derrotou a direita política e empresarial foi o povo, que sempre soube, através da história, quem lhe deu e quem lhe tirou o direito de sonhar por dias melhores. É isso aí.
.

Nenhum comentário: