Os jornais estrangeiros chamaram a atenção ontem para a vitória de
Fernando Haddad na maior cidade do Brasil. Nas publicações do exterior, a
volta do PT ao poder em um "tradicional reduto tucano" foi viabilizada
pelo apoio do ex-presidente Lula. O jornal espanhol "El País", diz que a
derrota de José Serra significa que "as peças se moveram e começa agora
um novo jogo político", com Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB)
como protagonistas.
Nos EUA, o "New York Times" e o "Washington Post" replicaram um boletim
da agência Associated Press (AP). Segundo o texto da AP, "o candidato
do PT Fernando Haddad venceu facilmente a disputa pela prefeitura da
maior cidade da América Latina". O jornal lembra que Haddad entrou na
disputa com índices baixíssimos nas pesquisas, mas "conseguiu o cargo às
custas de uma forte campanha do popular ex-presidente Lula e da
presidente Dilma Rousseff".
No "El País", o correspondente Juan Arias disse que, em São Paulo,
apostou em um candidato que começou a eleição com apenas 3% das
intenções de voto. O jornal considerou que foi vitoriosa a estratégia de
Lula de apresentar o jovem Haddad como símbolo de renovação, diante de
José Serra, "com 70 anos e no final de sua carreira política".
"Clarín" mostra derrota de Serra
Para o argentino "Clarín", o que sobressai no resultado em São Paulo não
é a vitória de Haddad, e sim "a devastadora derrota de José Serra".
O francês "Le Monde" fez paralelo da eleição do Brasil com as eleições
municipais no Chile, também realizadas no domingo. O jornal diz que, os
dois eventos confirmam crescimento de partidos de centro-esquerda nos
dois países.
A agência de notícias AFP afirmou que "vários analistas previam que
Haddad seria derrotado por causa da repercussão do mensalão", mas que o
mensalão "não fez barulho nas eleições".
A emissora britânica BBC também noticiou a vitória de Haddad, e lembrou
que, "apesar de ser o centro econômico, São Paulo é uma megacidade que
sofre com engarrafamentos crônicos, infraestrutura inadequada e falta de
segurança".
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