Só na Grande São Paulo, o governador Geraldo Alckmin está ilhado por administrações petistas com Fernando Haddad, na capital, Sebastião Almeida, em Guarulhos, Carlos Grana, em Santo André, Jorge Lapas, em Osasco, Luiz Marinho, em São Bernardo, e Donisete Braga, em Mauá. Para sobreviver e não ser abatido em 2014, ele precisa mudar de rumo radicalmente. E o item número um é fugir dos neoconservadores
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, é a bola da vez. E não
necessariamente no bom sentido. Ontem, no discurso de José Serra, ele
parecia tão abatido quanto o perdedor da disputa municipal em São Paulo.
E não propriamente porque Alckmin e Serra sejam amigos. O fato concreto
é que a derrota de 2012 na capital paulista germina a possível queda
também em 2014, no governo estadual.
Se o resultado do primeiro turno já havia sido ruim para o
governador, com derrotas importantes para o PT em municípios com forte
peso econômico, como São Bernardo e São José dos Campos, o segundo turno
foi desastroso. Aliados de Alckmin perderam em São Paulo, Guarulhos,
Santo André, Mauá (nestes casos, sempre para o PT), mas também em
Jundiaí, para Pedro Bigardi, do PC do B, e Ribeirão Preto, para Darcy
Vera, do PSD. Venceram em Franca, Sorocaba e Taubaté, mas o cômputo
geral é bem mais negativo do que positivo.
Mais do que simplesmente contar municípios, a eleição também trouxe
uma mensagem das urnas. Tucanos, se quiserem preservar o Palácio dos
Bandeirantes, que comandam desde 1994, quando Mário Covas foi eleito,
terão que ampliar sua base eleitoral, incluindo também eleitores que
votam eventualmente à esquerda.
Para isso, será necessário trocar o figurino conservador por um mais
liberal, pois os votos à direita virão por gravidade. Alckmin, que
enfrentará em 2014 não apenas o PT, mas também um revigorado PMDB e o
PSD de Gilberto Kassab, necessita urgentemente um manual de
sobrevivência. E o item número um será fugir dos neocons como o diabo da
cruz - portanto, governador, peça para que Reinaldo Azevedo não lhe
faça elogios com a profusão com que fez a José Serra nas últimas
eleições, nem se associe a causaas como o kit-gay e a condenação do
aborto.
Alckmin tem ainda uma máquina poderosa nas mãos, mas seus adversários hoje largam na frente para a disputa de 2014.
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