PSDB TEM SEU PIOR RESULTADO. ELEIÇÃO DEMONSTRA ESTAGNAÇÃO DO PROJETO TUCANO
A Executiva do Partido dos Trabalhadores de São Paulo reunida hoje, dia
29 de outubro de 2012, vem a público agradecer aos cidadãos e cidadãs,
eleitores (as) paulistas por terem possibilitado ao Partido dos
Trabalhadores no estado de São Paulo uma vitória histórica. O melhor
resultado da nossa história.
O Partido dos Trabalhadores elegeu 68 prefeituras, 55 vices e 675
vereadores e vereadoras nas eleições de 2012. Fomos o partido com a
maior votação para cargo proporcional no estado com mais de 3,1 milhões
de votos, o que nos levou ao aumento de 175 cadeiras nas Câmaras
Municipais em 382 cidades em São Paulo. Vamos governar a partir de 2013,
mais de 18,6 milhões de habitantes, o que representa 45,2% da população
paulista. Um número bastante significativo.
As urnas mostraram a força do nosso projeto político no estado de São
Paulo. O projeto implementado pelo Presidente Lula e hoje liderado pela
Presidenta Dilma. O projeto que tirou 30 milhões de brasileiros da
miséria, que permitiu que outros 40 milhões ascendessem socialmente. Um
projeto que deu estabilidade para a economia, mas com crescimento e com
distribuição de renda. Um projeto que fez com que o "Brasil se colocasse
em pé perante o mundo" e que foi capaz de criar uma nova agenda
mundial. O nosso país se tornou interlocutor das nações que querem uma
nova ordem mundial que combata as discrepâncias econômicas e sociais
entre os continentes e regiões, que trate a sustentabilidade como algo
estratégico e não como tópicos de discursos em conferências
internacionais. Foi esse projeto que saiu vitorioso nas eleições 2012.
As urnas falaram alto abafando as vozes que tentaram fazer do julgamento
do Supremo Tribunal Federal um instrumento de desgaste e até, como
muitos alardearam, de destruição do PT. Os setores da imprensa que
partidarizaram a leitura dos fatos também saíram derrotados com o
resultado das eleições.
A sociedade falou em alto e bom tom que o "PT não está e nunca esteve no
banco dos réus" e que o Partido dos Trabalhadores é o maior instrumento
de construção de uma sociedade justa e igualitária. A resposta a todos
os ataques que sofremos foi dada pela população através da manifestação
democrática: o voto. As urnas dão ao PT a legitimidade necessária para
que continuemos a nossa luta pela construção de um Brasil que seja forte
economicamente, mas que acima de tudo seja justo.
As urnas em São Paulo também imprimiram ao PSDB, aliados e setores
conservadores a pior derrota da história. O PSDB encolheu no número de
prefeituras e vereadores. Perdeu em cidades emblemáticas no estado. O
balanço dos setores conservadores em São Paulo é o pior possível. Mais
uma reposta dada pelo povo paulista tanto ao "cansaço" do projeto tucano
no estado como à ofensiva conservadora e autoritária contra o nosso
projeto.
A nossa vitória no Vale do Paraíba é um exemplo do crescimento do PT em
uma região que sempre foi tida como base do PSDB, inclusive por ser a
região originária do Governador Geraldo Alckmin. Lá vamos governar nove
prefeituras, destacando São José dos Campos, principal polo regional, e
Jacareí onde obtivemos o quarto mandato sucessivo.
A vitória na Capital de São Paulo tem muito significado político. Ela
representa a retomada das nossas bandeiras na cidade. De um projeto que
liderado por Marta Suplicy implementou políticas públicas que levaram
justiça social e cidadania para as regiões mais empobrecidas. O Governo
Marta fez história nas políticas públicas inspirando governos por todo o
Brasil. A vitória de Fernando Haddad cria as condições para um novo
período de gestão da cidade mais importante da América Latina. O Governo
Haddad será um marco para o desenvolvimento de políticas públicas que
tornem a cidade de São Paulo um exemplo de desenvolvimento urbano e
econômico, mas com justiça social. Não há duvidas que criamos com a
vitória na Capital as condições para uma nova correlação de forças na
política e para a disputa de hegemonia no estado de São Paulo.
Cabe aqui um registro para as nossas vitórias na Grande São Paulo. Desde
2011 temos sofrido uma ofensiva do PSDB na região metropolitana de São
Paulo. Tornou-se evidente a existência de uma proposta dos tucanos de
disputa da nossa principal base social na região sob o verniz da
regionalização das políticas públicas. A Secretaria de Assuntos
Metropolitanos tornou-se um nítido instrumento de disputa de hegemonia
na nossa base social. Mesmo contabilizando a derrota em Diadema (derrota
eleitoral, por fatores conjunturais e não de projeto, já que a
identidade da população da cidade é muito forte com o PT), vale aqui
ressaltar a retomada em Santo André e as nossas vitórias em São
Bernardo, Mauá, Guarulhos - que merece destaque por ser nosso quarto
mandato sucessivo -, Osasco, Carapicuíba, Franco da Rocha, Embu das
Artes - também no quarto mandato sucessivo - e manutenção de Itapevi
(governada pelo PV com apoio do PT, podemos caracterizar como
"sucessão"). Na construção de uma política de regionalização da gestão
que seja realmente democrática vale ressaltar as vitórias em São José
dos Campos e Jundiaí (liderado pelo PCdoB com o PT na vice), cidades
"âncoras" para as iniciativas tomadas pelo Governo Alckmin na
implantação do modelo conservador e autoritário de regionalização, e da
reeleição em Cubatão. Essas vitórias e possíveis alianças com
administrações lideradas por partidos aliados, podemos criar as
condições para fazer a disputa de rumos das políticas públicas para as
regiões metropolitanas e aglomerados urbanos.
As eleições de 2012 reforçam a nossa implantação no estado de São Paulo.
Crescemos em todas as regiões. O PT se consolidou em pólos regionais
importantes. Cabe um destaque para Campinas e Taubaté onde não obtivemos
vitórias no segundo turno, mas cidades em que as nossas candidaturas,
mesmo com muito potencial eleitoral, foram lançadas com o objetivo de
construção partidária. Essas candidaturas polarizaram os debates,
projetando lideranças para a organização do PT e para futuras disputas.
Importante ressaltar o processo de renovação de lideranças que passa o
PT paulista. Esse processo ocorre sem ruptura com os antigos quadros
políticos. O nosso partido se renova valorizando a herança
administrativa e política. Uma renovação inspirada na nossa história.
As eleições municipais também demostraram uma nova correlação de forças
políticas no estado mais importante do Brasil. Criamos as condições, com
uma acertada política de alianças, tanto no primeiro turno, como no
segundo turno, de construção de um campo político no estado que sustente
a formulação de um projeto alternativo ao PSDB e aliados. É preciso
darmos mais ênfase às nossas propostas para um novo modelo educacional e
de saúde no estado. É preciso enfrentarmos o esgotamento do modelo de
segurança pública (é só olharmos a escalada do aumento da violência e o
avanço do crime organizado entrincheirando as forças policiais). Temos
todas as condições de apresentarmos ao interior do estado um projeto de
desenvolvimento regional que garanta a descentralização do
desenvolvimento econômico (enfrentando ao modelo tucano de pedagiamento,
que inviabiliza o escoamento da produção do interior). O PT tem todas
as condições políticas de liderar uma formulação que dialogue com a
juventude, que mostre a viabilidade de um projeto de desenvolvimento
para o estado que seja sustentável.
A força das urnas também dá ao PT o respaldo para que pautemos as
reformas necessárias para o Estado Brasileiro. A Reforma Política e
Eleitoral, a Reforma Tributária, o avanço da democratização da
comunicação social, Reforma do Pacto Federativo, a Reforma do
Judiciário. É preciso que o PT não flexibilize a sua vocação por um
Estado cada vez democrático e que respeite os direitos individuais como
manifestação do Estado de Direito e da própria democracia. Temos que
zelar cotidianamente pelas "vitórias da humanidade" como a presunção da
inocência (o inverso é a predominância do autoritarismo e da força
típica de regimes despostas). O PT não pode flexibilizar seus princípios
democráticos e suas aspirações socialistas que fizeram com que nos
tornássemos o maior partido do Brasil e um instrumento de construção de
um país que, efetivamente, seja de todos os brasileiros.
Vale aqui dar um destaque para as nossas bancadas, estadual e federal,
ao senador Eduardo Suplicy e aos ministros do Governo Dilma pela
dedicação na construção da tática eleitoral por todo o estado de São
Paulo.
Queremos agradecer também a mobilização dos movimentos popular e
sindical e dos militantes do nosso partido, de todas as nossas
lideranças, vitoriosas ou não, que defenderam com muita garra as
bandeiras do Partido dos Trabalhadores, levando o nosso programa
partidário para os 604 municípios onde disputamos as eleições.
Executiva Estadual do PT do estado de São Paulo
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