Do Minas sem censura - 20/02/2013
Excelentíssimo senador Aécio Neves, fomos informados que V. Exa. faria um pronunciamento destacando 13 pontos negativos dos 10 anos de governo Lula e Dilma.
Excelentíssimo senador Aécio Neves, fomos informados que V. Exa. faria um pronunciamento destacando 13 pontos negativos dos 10 anos de governo Lula e Dilma.
Fazemos aqui algo inédito. Um aparte antecipado.
Poderíamos
entrar no clima e listar 45 malfeitos de vosso governo e de seu
sucessor, nesses 10 anos tucanos pelas Minas Gerais. A lista
ultrapassaria 45 itens: calotes sucessivos nos investimentos em educação
e na saúde; ausência de política industrial; entrega da CEMIG para seus
sócios “privados”; censura da imprensa; aparelhamento do Judiciário e
do Ministério Público estadual; a tentativa de “doação” do prédio do
IPSEMG para o amigo Fasano; as suspeitas obras da Cidade Administrativa;
a “doação” do Mineirão para um consórcio privado; o apadrinhamento de
aliados, inclusive de outros estados, na máquina do governo estadual.
Teríamos
ainda o uso intensivo e secreto de medidas de renúncia fiscal; o
tratamento autoritário com movimentos sociais e sindicais; o cerceamento
do trabalho da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do
Estado; os mais de 300 fracassados protocolos de intenção para atrair
investimentos e empresas para Minas Gerais, e daí por diante.
Temos
vossa postura contrária aos interesses do Brasil e de Minas, no caso da
renovação das concessões do sistema elétrico e na redução da conta de
luz.
Temos
o rumoroso caso da Rádio Arco-íris, sob o qual se esconde uma teia de
malfeitos, tais como: fortes indícios de ocultação de patrimônio,
sonegação fiscal e improbidade administrativa, já denunciados
diretamente ao Dr. Gurgel, há dois anos, e até agora não investigados.
Isso seria apenas a “entrada”. O prato principal será o próprio diagnóstico do “estado” do estado. Que faremos mais adiante.
Senhor senador, para criticar o Brasi, V. Exa. teria que, em primeiro lugar, pedir desculpas ao povo mineiro.
Onde já se viu determinar oficialmente que graduados em pedagogia dêem aula de educação física?
Que
excelência é essa na gestão pública, que obriga prefeitos a bancar
gastos para segurança pública, como ajuda de moradia para oficiais da
PM? Fora custear gasolina, manutenção de veículos, papel higiênico para a
polícia civil e militar.
Resultado
disso: na saúde, na segurança e na educação, incluindo aí a assistência
social, Minas ocupa os piores lugares no ranking do país.
Não fossem os aportes de recursos federais ao estado, a situação seria ainda mais problemática.
Nenhuma
máquina publicitária pode esconder o fato: Minas Gerais está pior do
que quando Itamar Franco deixou o governo. Muito mais endividada, sem
condições de investimento próprio em infraestrutura industrial, sem
atrativos para empresas de ponta em várias cadeias produtivas, nosso
estado reflete a condição de um governo que optou por um projeto que
faliu no mundo: o projeto neoliberal.
A
grande arma tucana para tentar atrair empreendimentos para as Alterosas
é a velha e carcomida renúncia fiscal. E feita de forma sigilosa.
Sem
os avanços econômicos e sociais construídos ao longo dos dois governos
Lula e do atual governo Dilma, o estado de Minas Gerais seria um retrato
da Grécia, da Espanha, Portugal, Itália etc.
Abaixo, destacamos links de matérias veiculadas em duas publicações técnicas, com números inquestionáveis: na revista Mercado Comum e no site do Sindifisco/MG.
1) Ficamos em 22º lugar em termos de PIB no Brasil e tudo indica que o PIB estadual (2012) será negativo. http://migre.me/dkXVs
2)
A dívida pública do estado é a segunda maior e mais cara do país,
perdendo apenas para a do Rio Grande do Sul; os governos Aécio e
Anastasia esconderam por 8 anos essa “bomba relógio”. http://migre.me/dkXZq
3) Crescendo abaixo da média nacional, Minas perde prestígio político e econômico. http://migre.me/dl1uv
5) Na saúde, também somos o 24% do país, em termos de gastos. http://migre.me/dl1QM
6) Despesas com publicidade (só do Executivo) subiram, em 10 anos, 462% (excluídos os gastos de marketing da administração indireta) http://migre.me/dl1L3
7)
Passivo a descoberto: se nosso estado vender todos seus bens e direitos
e pagar o que deve, ainda sobraria um “papagaio” de quase 44 bilhões de
Reais para os contribuintes quitarem. Isso é o mesmo que, se você estivesse
endividado e resolvesse quitar suas dívidas com a venda de seus bens e
direitos, ainda assim sobraria uma outra parcela praticamente
impagável. http://migre.me/dl1TQ
Esses
são apenas alguns exemplos da farsa chamada “Choque de Gestão”. Como é
possível isso servir de exemplo para um país da dimensão e da
complexidade do Brasil?
Os governos tucanos omitiram para o povo mineiro os dados dramáticos de sua dívida pública. A
partir de 2011 passam a “culpar” o governo federal pela situação da
dívida. Ora, a dívida é uma herança da dupla FHC/Azeredo e foi –
irresponsavelmente – escondida da opinião pública por oito anos
seguidos. Lembrando que o ex-governador Itamar Franco, quando quis abrir
esse debate, foi hostilizado pelos próprios tucanos aqui e
nacionalmente.
Essa
gigantesca dívida pública impediria qualquer governo de atender aos
cidadãos e cidadãs, em suas mínimas demandas por saúde, educação,
segurança e assistência social. E mais, fazer os investimentos
necessários para impulsionar a economia de Minas seria impossível.
Enfim, essa é a Matrix
tucana. Uma Minas virtual, criada por um poderoso esquema de marketing
bilionário. Tudo isso orientado para um resultado apenas: alavancar a
candidatura de Aécio Neves à presidência da República.
Há um ditado que diz: “para falar do rabo alheio, senta-te no próprio rabo.”
O
debate aberto agora por V. Exa. será crucial para que possamos
esclarecer ao Brasil, que a Minas vendida pelos tucanos não existe. É
uma ilha da fantasia.
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