quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

10 anos de fracasso tucano em Minas : Um aparte senador

Do Minas sem censura - 20/02/2013


  
Excelentíssimo senador Aécio Neves, fomos informados que V. Exa. faria um pronunciamento destacando 13 pontos negativos dos 10 anos de governo Lula e Dilma.
           Fazemos aqui algo inédito. Um aparte antecipado.
         Poderíamos entrar no clima e listar 45 malfeitos de vosso governo e de seu sucessor, nesses 10 anos tucanos pelas Minas Gerais. A lista ultrapassaria 45 itens: calotes sucessivos nos investimentos em educação e na saúde; ausência de política industrial; entrega da CEMIG para seus sócios “privados”; censura da imprensa; aparelhamento do Judiciário e do Ministério Público estadual; a tentativa de “doação” do prédio do IPSEMG para o amigo Fasano; as suspeitas obras da Cidade Administrativa; a “doação” do Mineirão para um consórcio privado; o apadrinhamento de aliados, inclusive de outros estados, na máquina do governo estadual.
         Teríamos ainda o uso intensivo e secreto de medidas de renúncia fiscal; o tratamento autoritário com movimentos sociais e sindicais; o cerceamento do trabalho da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado; os mais de 300 fracassados protocolos de intenção para atrair investimentos e empresas para Minas Gerais, e daí por diante.
         Temos vossa postura contrária aos interesses do Brasil e de Minas, no caso da renovação das concessões do sistema elétrico e na redução da conta de luz.
         Temos o rumoroso caso da Rádio Arco-íris, sob o qual se esconde uma teia de malfeitos, tais como: fortes indícios de ocultação de patrimônio, sonegação fiscal e improbidade administrativa, já denunciados diretamente ao Dr. Gurgel, há dois anos, e até agora não investigados.
         Isso seria apenas a “entrada”. O prato principal será o próprio diagnóstico do “estado” do estado. Que faremos mais adiante.
         Senhor senador, para criticar o Brasi, V. Exa. teria que, em primeiro lugar, pedir desculpas ao povo mineiro.
         Onde já se viu determinar oficialmente que graduados em pedagogia dêem aula de educação física?
         Que excelência é essa na gestão pública, que obriga prefeitos a bancar gastos para segurança pública, como ajuda de moradia para oficiais da PM? Fora custear gasolina, manutenção de veículos, papel higiênico para a polícia civil e militar.
         Resultado disso: na saúde, na segurança e na educação, incluindo aí a assistência social, Minas ocupa os piores lugares no ranking do país.
         Não fossem os aportes de recursos federais ao estado, a situação seria ainda mais problemática.
         Nenhuma máquina publicitária pode esconder o fato: Minas Gerais está pior do que quando Itamar Franco deixou o governo. Muito mais endividada, sem condições de investimento próprio em infraestrutura industrial, sem atrativos para empresas de ponta em várias cadeias produtivas, nosso estado reflete a condição de um governo que optou por um projeto que faliu no mundo: o projeto neoliberal.
         A grande arma tucana para tentar atrair empreendimentos para as Alterosas é a velha e carcomida renúncia fiscal. E feita de forma sigilosa.
         Sem os avanços econômicos e sociais construídos ao longo dos dois governos Lula e do atual governo Dilma, o estado de Minas Gerais seria um retrato da Grécia, da Espanha, Portugal, Itália etc.
         Abaixo, destacamos links de matérias veiculadas em duas publicações técnicas, com números inquestionáveis: na revista Mercado Comum e no site do Sindifisco/MG. 


1) Ficamos em 22º lugar em termos de PIB no Brasil e tudo indica que o PIB estadual (2012) será negativo.   http://migre.me/dkXVs  
2) A dívida pública do estado é a segunda maior e mais cara do país, perdendo apenas para a do Rio Grande do Sul; os governos Aécio e Anastasia esconderam por 8 anos essa “bomba relógio”.   http://migre.me/dkXZq 
3) Crescendo abaixo da média nacional, Minas perde prestígio político e econômico.    http://migre.me/dl1uv
4) Minas ocupa o 24º lugar em gastos com educação em 2011.   http://migre.me/dl1NV
5) Na saúde, também somos o 24% do país, em termos de gastos.   http://migre.me/dl1QM
6) Despesas com publicidade (só do Executivo) subiram, em 10 anos, 462% (excluídos os gastos de marketing da administração indireta)   http://migre.me/dl1L3
7) Passivo a descoberto: se nosso estado vender todos seus bens e direitos e pagar o que deve, ainda sobraria um “papagaio” de quase 44 bilhões de Reais para os contribuintes quitarem. Isso é o mesmo que, se você  estivesse endividado e resolvesse quitar suas dívidas com a venda de seus bens e direitos, ainda assim sobraria uma outra parcela praticamente impagável.  http://migre.me/dl1TQ  
          Esses são apenas alguns exemplos da farsa chamada “Choque de Gestão”. Como é possível isso servir de exemplo para um país da dimensão e da complexidade do Brasil?
         Os governos tucanos omitiram para o povo mineiro os dados dramáticos de sua dívida pública.  A partir de 2011 passam a “culpar” o governo federal pela situação da dívida. Ora, a dívida é uma herança da dupla FHC/Azeredo e foi – irresponsavelmente – escondida da opinião pública por oito anos seguidos. Lembrando que o ex-governador Itamar Franco, quando quis abrir esse debate, foi hostilizado pelos próprios tucanos aqui e nacionalmente.
         Essa gigantesca dívida pública impediria qualquer governo de atender aos cidadãos e cidadãs, em suas mínimas demandas por saúde, educação, segurança e assistência social. E mais, fazer os investimentos necessários para impulsionar a economia de Minas seria impossível.
         Enfim, essa é a Matrix tucana. Uma Minas virtual, criada por um poderoso esquema de marketing bilionário. Tudo isso orientado para um resultado apenas: alavancar a candidatura de Aécio Neves à presidência da República.
         Há um ditado que diz: “para falar do rabo alheio, senta-te no próprio rabo.”
         O debate aberto agora por V. Exa. será crucial para que possamos esclarecer ao Brasil, que a Minas vendida pelos tucanos não existe. É uma ilha da fantasia.
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