No curso de direito, quando se estuda a Constituição, um dos primeiros
princípios abordados diz respeito à independência e harmonia entre os
poderes. Subordinação, como quer a Folha, é regra gramatical, não
constitucional. Não se aplica quando se trata da tripartição dos
poderes, na clássica elaboração de Montesquieu. Está lá, logo no início
da Constituição, no art. 2º da Constituição Federal de 1988, que são
poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário. Como diria o pintor Apeles, “que o sapateiro
não vá além das sandálias”. Quem interpreta quer saber mais do quem fez a
Constituição?! O Congresso é a voz povo; o Supremo, hoje, do PIG!
Parece mentira, mas o art. 2º é pequeno, de clareza meridiana, o que causa perplexidade a matéria de capa da Folha:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
A imagem escolhida pela Folha é uma metáfora que traduz também com
clareza o propósito, intenção ou desejo dos golpistas: cortar o pescoço
do Congresso, e, por extensão, na garganta do povo.
Para a Folha, independência e harmonia virou desobediência.
No Ficha Corrida
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