Gosto muito da Marina Silva, principalmente pela coragem de
lutar por seus ideais, desde quando nos conhecemos, muito tempo atrás,
nos movimentos sociais lá no Acre.
Apesar da velha amizade, porém, às vezes tenho dificuldades para
entender o que ela quer dizer e como pretende atingir seus objetivos. A
última conversa mais longa que tivemos foi quando ela deixou o
Ministério do Meio Ambiente, no final do governo Lula, e foi para o PV.
"Marina foi mordida pela mosca verde", foi mais ou menos o título da
entrevista que publiquei aqui no Balaio, já antecipando sua entrada no
Partido Verde para se condidatar à Presidência da República, projeto que
ela ainda negava e seria inviável se permanecesse no PT.
E Marina acabou sendo a grande surpresa das eleições presidenciais de
2010, quando alcançou 20 milhões de votos, provocando um segundo turno
entre Dilma e Serra.
Logo depois da eleição, ela deixaria o PV ao descobrir que o partido,
assim como os outros, tinha donos _ e os verdes mais antigos não
pretendiam abrir mão do seu poder na direção para dar espaço aos
"marineiros" que chegaram depois.
Os seguidores de Marina, autodenominados "marineiros" e sonháticos",
começaram desde então a planejar um novo partido para chamar de seu,
diferente de todos os outros.
Mil e uma reuniões depois, finalmente eles promovem neste sábado, em
Brasília, um evento bastante festivo para lançar oficialmente a Rede,
nome provisório do novo partido, que precisa juntar 500 mil assinaturas
até o dia 23 de setembro para poder disputar as próximas eleições.
Como aconteceu ao trocar o PT pelo PV, também agora Marina nega que o
objetivo principal seja lançar sua candidatura à Presidência. "Se dentro
dessa estratégia uma candidatura, seja lá de quem for, que esteja apto a
levar nossas ideais para frente, se colocar, nós vamos até ter
candidato", desconversou.
A pedido dela, a coordenação do evento até vetou o uso de imagens da
ex-senadora no local do encontro, o Espaço Unique, assim como em
material de divulgação, para evitar que a nova sigla seja chamada de
"Partido da Marina", o que parece meio inevitável.
Em reuniões fechadas durante toda a sexta-feira, os líderes da Rede
discutiram o estatuto do novo partido e o nome de batismo. Algumas
propostas, digamos, mais exóticas, provocaram discussões, como não
aceitar doações de empresas, mas apenas de pessoas físicas, e a de
limitar o mandato de seus parlamentares a 16 anos (alguns acham que oito
anos está de bom tamanho).
Até agora, nenhuma liderança política nacional de peso atendeu aos
convites feitos por Marina. Apenas três deputados federais sem maior
expressão _ Walter Feldman (PSDB-SP), Domingos Dutra (PT-MA) e Alfredo
Sirkis (PV-RJ) _ confirmaram a adesão ao novo partido, além de Heloisa
Helena (PSOL), ex-candidata à Presidência, hoje vereadora em Maceió.
Por mais que você não goste deles, ainda não se inventou uma forma de
criar um partido político sem políticos. Para fundar seu novo partido, o
PSD, no ano passado, o ex-prefeito Gilberto Kassab arrebanhou 52
parlamentares e mesmo assim teve dificuldades para reunir as assinaturas
necessárias ao registro no TSE.
Se os "marineiros" alcançarem seu objetivo, o Rede será o 31º partido do país.
Ricardo Kotscho
Do Blog O TERROR DO NORDESTE.
Um comentário:
KKKKKKKK - - Quem cair na REDE é peixe - que malandragem, heim?
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