Colégio Sion, SP, 10 de fevereiro de 1980; a fundação do Partido dos Trabalhadores |
'A Nação é o povo e o Estado a sua expressão'
"Os trabalhadores querem a independência nacional. Entendem que a
Nação é o povo e, por isso, sabem que o País só será efetivamente
independente quando o Estado for dirigido pelas massas trabalhadoras. É
preciso que o Estado se torne a expressão da sociedade, o que só será
possível quando se criarem as condições de livre intervenção dos
trabalhadores nas decisões dos seus rumos. Por isso, o PT pretende
chegar ao governo e à direção do Estado para realizar uma política
democrática, do ponto de vista dos trabalhadores, tanto no plano
econômico quanto no plano social. O PT buscará conquistar a liberdade
para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não
haja explorados e nem exploradores. O PT manifesta sua solidariedade à
luta de todas as massas oprimidas do mundo."
(Manifesto de fundação do PT, no
Colégio Sion, em São Paulo, em 10 de fevereiro de 1980. As primeiras
fichas de filiação do partido seriam assinadas por Apolonio de Cavalho,
Mário Pedrosa, Antonio Candido e Sergio Buarque de Hollanda)
'O socialismo petista pressupõe a socialização da política'
”A vitória eleitoral do nosso candidato em 2002 levou o PT para o
governo, e o Partido passou a viver a experiência de ser Governo num
país capitalista, numa sociedade de classes, em que o poder não é só o
político, mas também o poder econômico, o da mídia e o militar.
O sonho de uma nova sociedade, superior à ordem capitalista vigente, diante das enormes tarefas de ser governo, levou a que nossos militantes, dirigentes e líderes maiores tomassem consciência de que a conquista de uma Nação soberana e democrática é parte integrante da luta pelo socialismo em nosso país.
Nesse sentido, as realizações do primeiro mandato do Presidente Lula e as que vêm ocorrendo neste segundo, no tocante à realização das tarefas democráticas e de defesa de nossa soberania são um importante passo para a acumulação de forças que vai permitir construir não só um Brasil socialmente justo, mas também independente e democrático.
"Para o socialismo petista a democracia não é apenas um instrumento de consecução da vontade geral, da soberania popular.
Ela é também um fim, um objetivo e um valor permanente de nossa ação política.
O socialismo petista é radicalmente democrático porque exige a socialização da política.
Isso implica na extensão da democracia a todos e na articulação das liberdades políticas - individuais e coletivas - com os direitos econômicos e sociais.
O socialismo petista pressupõe a construção de uma nova economia em que convivam, harmonicamente, crescimento com distribuição de renda.
Para tanto, é fundamental reabilitar o papel do Estado no planejamento democrático da economia.
O socialismo petista admite a coexistência de várias formas de propriedade: estatal, pública não estatal, privada, cooperativas e formas de economia solidária.
No caso brasileiro ganha especial importância o aprofundamento da reforma agrária e a relação a ser estabelecida entre a agricultura familiar e a agricultura de caráter empresarial [...].
O socialismo petista compreende que os recursos naturais não podem ser apropriados sob regime de propriedade privada, mas sim de forma coletiva e democrática, em sintonia com o meio ambiente e solidária com as futuras gerações". (III Congresso Nacional do PT; 2007)
O sonho de uma nova sociedade, superior à ordem capitalista vigente, diante das enormes tarefas de ser governo, levou a que nossos militantes, dirigentes e líderes maiores tomassem consciência de que a conquista de uma Nação soberana e democrática é parte integrante da luta pelo socialismo em nosso país.
Nesse sentido, as realizações do primeiro mandato do Presidente Lula e as que vêm ocorrendo neste segundo, no tocante à realização das tarefas democráticas e de defesa de nossa soberania são um importante passo para a acumulação de forças que vai permitir construir não só um Brasil socialmente justo, mas também independente e democrático.
"Para o socialismo petista a democracia não é apenas um instrumento de consecução da vontade geral, da soberania popular.
Ela é também um fim, um objetivo e um valor permanente de nossa ação política.
O socialismo petista é radicalmente democrático porque exige a socialização da política.
Isso implica na extensão da democracia a todos e na articulação das liberdades políticas - individuais e coletivas - com os direitos econômicos e sociais.
O socialismo petista pressupõe a construção de uma nova economia em que convivam, harmonicamente, crescimento com distribuição de renda.
Para tanto, é fundamental reabilitar o papel do Estado no planejamento democrático da economia.
O socialismo petista admite a coexistência de várias formas de propriedade: estatal, pública não estatal, privada, cooperativas e formas de economia solidária.
No caso brasileiro ganha especial importância o aprofundamento da reforma agrária e a relação a ser estabelecida entre a agricultura familiar e a agricultura de caráter empresarial [...].
O socialismo petista compreende que os recursos naturais não podem ser apropriados sob regime de propriedade privada, mas sim de forma coletiva e democrática, em sintonia com o meio ambiente e solidária com as futuras gerações". (III Congresso Nacional do PT; 2007)
Crise desloca a liderança da esquerda para a América Latina
"A esquerda dos países europeus, que tanto influenciou a esquerda
mundial desde o século 19, não conseguiu dar respostas adequadas à crise
e parece capitular ao domínio do neoliberalismo.
Por isso, há hoje um deslocamento geográfico de liderança ideológica da esquerda no mundo. Neste contexto, a América do Sul agora se destaca.
Depois de ter passado por estagnação e forte inflação nas décadas perdidasʼ de 1980 e 90, e de seus governos aderirem à onda neoliberal, eis que despertou na década de 2000 para uma outra política, progressista e de forte conteúdo social.
A luta da esquerda latino-americana contra as ditaduras militares fez dos valores democráticos parte integrante essencial nesta promoção de cidadania e soberania.
Neste cenário de crise mundial, cabe ao Partido dos Trabalhadores, bem como às demais forças de esquerda do Brasil e da América Latina, aprofundar seu compromisso com outra visão de mundo e com outro modelo de desenvolvimento, reafirmando a defesa da construção do socialismo.(...)
A crise do neoliberalismo expressa sua incapacidade de responder aos desafios sociais há muito tempo postos pelo socialismo, mas também aos desafios ambientais de que o mundo adquiriu consciência nas últimas décadas.
A dimensão ambiental desta crise internacional do capital é dramática, pelo fortíssimo impacto da desregulamentação do capital nos recursos naturais do planeta e dos países do hemisfério Sul, em particular.
Cada dia mais, a reflexão sobre nosso projeto de desenvolvimento no Brasil deve incorporar a dimensão da sustentabilidade ambiental, sem o que repetiremos os equívocos denunciados no 3º. Congresso Nacional do PT em certas tradições desenvolvimentistas de países capitalistas e do socialismo real.
O Brasil, tanto por sua imensa diversidade natural, quanto pelos compromissos que de forma soberana e unilateral assumiu perante a comunidade internacional, não tratará a questão ambiental como apêndice, senão como parte essencial, de seu projeto de desenvolvimento.
Como socialistas democráticos, queremos uma alternativa de civilização ao capitalismo, a ser construída democraticamente com o povo brasileiro, que esteja à altura de sua dignidade e de sua esperança, que promova a liberdade para todos, a soberania popular em regime de pluralismo, que universalize a condição plena e em igualdade dos cidadãos e das cidadãs, que seja multiétnica, que seja solidária com todos os povos oprimidos do mundo, que saiba construir novos modos de organizar a vida social para além da mercantilização do capital, da exploração social e da predação da natureza.
Um tal programa de civilização requer a construção histórica de um novo Estado democrático, republicano e popular no Brasil.
Esta conquista só é possível em um quadro de um amplo e profundo ascenso dos partidos de esquerda, progressistas e democráticos, e dos movimentos sociais.
Este ascenso apoia-se no fortalecimento estrutural das classes trabalhadoras e de seus direitos, promove a formação de uma maioria eleitoral sob a liderança da esquerda, dinamiza a formação de uma consciência pública afim aos valores do socialismo democrático, e, por fim, constrói uma rede de comunicação social capaz de expressar e dar voz pública plural a este bloco histórico.
É este programa que orienta o nosso diálogo com o povo brasileiro sobre o sentido das transformações que os governos Lula e o governo Dilma estão promovendo, suas conquistas históricas e seus limites - o que fomos capazes de construir e a longa caminhada que ainda temos pela frente.
Por isso, há hoje um deslocamento geográfico de liderança ideológica da esquerda no mundo. Neste contexto, a América do Sul agora se destaca.
Depois de ter passado por estagnação e forte inflação nas décadas perdidasʼ de 1980 e 90, e de seus governos aderirem à onda neoliberal, eis que despertou na década de 2000 para uma outra política, progressista e de forte conteúdo social.
A luta da esquerda latino-americana contra as ditaduras militares fez dos valores democráticos parte integrante essencial nesta promoção de cidadania e soberania.
Neste cenário de crise mundial, cabe ao Partido dos Trabalhadores, bem como às demais forças de esquerda do Brasil e da América Latina, aprofundar seu compromisso com outra visão de mundo e com outro modelo de desenvolvimento, reafirmando a defesa da construção do socialismo.(...)
A crise do neoliberalismo expressa sua incapacidade de responder aos desafios sociais há muito tempo postos pelo socialismo, mas também aos desafios ambientais de que o mundo adquiriu consciência nas últimas décadas.
A dimensão ambiental desta crise internacional do capital é dramática, pelo fortíssimo impacto da desregulamentação do capital nos recursos naturais do planeta e dos países do hemisfério Sul, em particular.
Cada dia mais, a reflexão sobre nosso projeto de desenvolvimento no Brasil deve incorporar a dimensão da sustentabilidade ambiental, sem o que repetiremos os equívocos denunciados no 3º. Congresso Nacional do PT em certas tradições desenvolvimentistas de países capitalistas e do socialismo real.
O Brasil, tanto por sua imensa diversidade natural, quanto pelos compromissos que de forma soberana e unilateral assumiu perante a comunidade internacional, não tratará a questão ambiental como apêndice, senão como parte essencial, de seu projeto de desenvolvimento.
Como socialistas democráticos, queremos uma alternativa de civilização ao capitalismo, a ser construída democraticamente com o povo brasileiro, que esteja à altura de sua dignidade e de sua esperança, que promova a liberdade para todos, a soberania popular em regime de pluralismo, que universalize a condição plena e em igualdade dos cidadãos e das cidadãs, que seja multiétnica, que seja solidária com todos os povos oprimidos do mundo, que saiba construir novos modos de organizar a vida social para além da mercantilização do capital, da exploração social e da predação da natureza.
Um tal programa de civilização requer a construção histórica de um novo Estado democrático, republicano e popular no Brasil.
Esta conquista só é possível em um quadro de um amplo e profundo ascenso dos partidos de esquerda, progressistas e democráticos, e dos movimentos sociais.
Este ascenso apoia-se no fortalecimento estrutural das classes trabalhadoras e de seus direitos, promove a formação de uma maioria eleitoral sob a liderança da esquerda, dinamiza a formação de uma consciência pública afim aos valores do socialismo democrático, e, por fim, constrói uma rede de comunicação social capaz de expressar e dar voz pública plural a este bloco histórico.
É este programa que orienta o nosso diálogo com o povo brasileiro sobre o sentido das transformações que os governos Lula e o governo Dilma estão promovendo, suas conquistas históricas e seus limites - o que fomos capazes de construir e a longa caminhada que ainda temos pela frente.
(IV Congresso do PT; 2011)
Saul LeblonNo Carta Maior
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