sexta-feira, 5 de setembro de 2008

BRASIL E INVESTIMENTOS

Amigos e leitores, transcrevo na íntegra, matéria recebida hoje por e-mail, do BLOG DO ALÊ - ALEXANDRE PORTO, que também está entre os meus favoritos.

POLÍTICA
Sexta-feira, 05 de Setembro de 2008 - 17:40

País receberá investimentos de R$ 1,4 tri até 2012


Nos próximos anos, o Brasil ganhará cinco novas siderúrgicas e a Petrobras construirá cinco novas refinarias. O setor siderúrgico no Brasil ficou 22 anos sem construir um novo alto forno.
Agência Estado - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 5, que o Brasil receberá investimentos de R$ 1,4 trilhão até 2012 em projetos já contratados e compromissados. "O Brasil vive o seu mais extraordinário momento", discursou o presidente, durante a cerimônia de corte do aço do primeiro navio a ser construído pelo estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE). Segundo Lula, esse montante foi calculado após uma reunião realizada semana passada com empresários no Palácio do Planalto, em Brasília. "Fizemos uma radiografia do que vai acontecer com o Brasil", disse. [...]

[...] Segundo o presidente, o Brasil colhe hoje os resultados da política executada desde 2003, quando teve que fazer um "sacrifício para ajustar o País", admitiu Lula. "Nunca o Brasil gerou essa quantidade de empregos. Certamente chegaremos a dois milhões de empregos com carteira assinada", disse. [...]

[...] O presidente voltou a defender que a estratégia de exploração (do pré-sal) das reservas não se paute pela exportação do óleo cru. "Não vamos exportar óleo cru do pré-sal para gerar riqueza em outro país. Vamos exportar só produto refinado", disse. De acordo com Lula, o Brasil não deve reproduzir o que faz hoje o México, que exporta óleo cru para os Estados Unidos e importa gasolina do mercado americano.

Ele admitiu que, para a Petrobras, a compra dos navios no mercado nacional não foi tão vantajosa do se que encomendasse as instalações no mercado internacional. "Se a Petrobras comprasse a plataforma na Noruega e na Coréia do Sul, poderia economizar US$ 100 milhões. A empresa está compreendendo que deixou de ganhar esse valor, mas está gerando emprego, renda e consumo. O que esses trabalhadores estão gastando no comércio e o que o estaleiro está comprando de matéria-prima valeu muito mais do que os US$ 100 milhões", afirmou.

O presidente mencionou ainda que, nos próximos anos, o Brasil ganhará cinco novas siderúrgicas e a Petrobras construirá cinco novas refinarias, localizadas no Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e no Rio de Janeiro (Comperj).

Ele lembrou que o setor siderúrgico no Brasil ficou 22 anos sem construir um novo alto forno, embora produzindo, nesse período, a mesma quantidade de aço. "Este País estava atrofiado e proibido de crescer, porque passamos 20 anos discutindo inflação e dívida externa, e ninguém parava para discutir a concentração e o acúmulo de miseráveis nas periferias", afirmou, criticando a corrente econômica que predominou no Brasil nas décadas de 1980 e 1990. "Quando um jovem de 24 anos comete um delito, ele é menos criminoso do que os que foram responsáveis pela política econômica e desenvolvimento dos últimos 20 anos", disse Lula.

Leia a matéria completa no site do Agência Estado
Esse apetite por investimentos no Brasil talvez tenha a ver com o que disse hoje o diretor do Banco Mundial, John Briscoe. Segundo ele, "em meio à crise econômica nos Estados Unidos e Europa, o Brasil é um foco de estabilidade entre os países latino-americanos". O economista elogiou a manutenção das regras e avaliou que o país poderá exercer papel de destaque entre os chamados Brics (Brasil, Índia, Rússia e China). "Quem poderia imaginar que há dez anos, com o mundo em crise, estaria tudo bem no Brasil? Antes, era um dos primeiros a sofrer.

Como bem salientou o presente Lula, muitos economistas ainda estão presos a problemas que fizeram parte da nossa história e perdem a dimensão da nova realidade que está ocorrendo pela expansão do emprego, dos salários e dos programas de complemento de renda, como Bolsa Família, que garantem o mínimo de cidadania. A massa salarial está crescendo a uma taxa de 7% ao ano acima da inflação, há pelo menos três anos. Esse aumento dá garantias às operações de crédito ao consumidor, que cresce ao ritmo de 25% ao ano.

Com esse quadro de crescimento entendido como de longo prazo, as empresas têm aumentado seus investimentos, consolidando o crescimento da demanda interna. Esse é circulo virtuoso que alimenta o crescimento. Por isso, quem quiser entender a dinâmica atual de nossa economia, deve se debruçar nos dados do mercado de trabalho e deixar para segundo plano o câmbio valorizado, o déficit em contas corrente ou as contas com o FMI. O crescimento da demanda interna é a verdadeira garantia de estabilidade no longo prazo.

Por exemplo, em julho, a produção industrial física aumentou 1,0% sobre o mês anterior. O acumulado em sete meses foi 6,6% maior do que o obtido em igual período de 2007. Em 12 meses, a indústria produziu 6,8% a mais. Segundo o jornalista Celso Ming, "é tão forte a atividade da indústria que os empresários se queixam de escassez de engenheiros, técnicos de nível médio e de mão-de-obra especializada".

E lembre-se de que o Brasil se deu ao luxo de proibir por oito anos a criação de escolas técnicas federais.


Marcadores: Construção naval, Investimentos, Pré-sal, Siderurgia


POSTADO POR ALEXANDRE PORTO
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