quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Paz em Gaza: uma solução complexa.




Ainda estamos no Blog do Favre, que como disse está em Minhas Últimas Notícias e em Meus Favoritos.
07/01/2009 - 15:56h

Apesar da guerra na faixa de Gaza ficar bem distante do Brasil e a região não fazer parte de uma área estratégica para o país, me parece adequado o governo brasileiro ter-se manifestado oficialmente deplorando a intervenção militar, condenando o terrorismo e apregoando uma solução pacífica. Mais ainda que o Brasil é um candidato a ocupar uma vaga no Conselho de Segurança da ONU e conta para isto com o apoio de países como França e China, entre outros. Para tanto, deve redobrar cuidados e responsabilidade nas suas intervenções visando a preservar a paz em um conflito extremadamente complexo.
A postura assumida pelo governo Lula parte do direito internacional e da necessidade de garantir a autodeterminação nacional do povo palestino e do povo israelense, em dois Estados soberanos. Trata-se da luta pela emancipação da nação palestina e pela paz e a segurança do Estado e dos cidadãos israelenses.
As ações militares israelenses, o massacre de civis e a intervenção militar em Gaza, na minha opinião, debilitam a reivindicação legítima de Israel à segurança e ao fim dos atentados e ataques contra sua população. As ações terroristas e provocativas do Hamas são um empecilho e um questionamento permanente a qualquer solução negociada.
Penso que Israel tem o direito legitimo de defender seu território e seus cidadãos do Hamas e de qualquer outro grupo terrorista que recusa a existência do próprio Estado de Israel. A intervenção militar em Gaza, a repressão na Cisjordânia, a tolerância com os colonos nos territórios ocupados, a construção do muro da vergonha e a recusa a implementar os acordos de Oslo na sua plenitude, longe da reduzir o poder dos extremistas em ambos os lados, os reforça e legitima aos olhos das respectivas populações.
Me parece evidente, mas reconheço que o tema está sujeito a debates apaixonados, que uma coisa é o direito de Israel de tentar destruir os grupos terroristas e outra, a invasão e a repressão ao povo palestino no seu território. Como me parece legitimo, por exemplo, a vontade dos Estados-Unidos de punir os autores do atentado do 11 de setembro e considerar -como aliás defendeu Obama- inapropriada, ilegitima e colonialista a intervenção americana no Iraque.
A postura equilibrada e responsável do governo brasileiro deve receber o apoio de todos os partidos e forças democráticas e favoráveis a paz. As bases para uma posição consensual de apoio a postura do Brasil existem. Nenhum partido representativo, nem o PT, nem o PSDB, nem o PMDB tem manifestado qualquer apoio a intervenção militar israelense e nenhum deles defende as ações terroristas do Hamas contra cidadãos israelenses no Estado de Israel. Todos reconhecem o direito de Israel e da Palestina viverem em Estados, lado a lado, com fronteiras e segurança garantidas. Todas as forças políticas e entidades representativas no Brasil são favoráveis a uma solução pacífica. A maioria dos petistas, tenho certeza, estão plenamente identificados com esta postura do governo brasileiro.
Posições desequilibradas, paixões descontroladas e comparações históricas abusivas, em nada contribuem à causa palestina, à segurança dos cidadãos israelenses e à paz na região.
Luis FavrePostado por Luis Favre1 comentário Tags: , , , , , , , , , , Voltar para o início


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