terça-feira, 21 de abril de 2009

Denúncia: Por que São Paulo ruiu


Matéria copiada do Blog CIDADANIA.COM, do Eduardo Guimarães, que está em Minhas Notícias e em Meus Favoritos.

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Saraiva

21/04/2009
Denúncia
Por que São Paulo ruiu

Em 2009, completam-se 15 anos desde que o mesmo grupo político assumiu e vem mantendo o controle do Estado de São Paulo, o mais rico Estado da Federação brasileira, cujo PIB responde por 33,9% do PIB nacional – sem que, no entanto, o Estado abrigue mais do que 20% da população do país –, o que, em tese, deveria fazer dele um dos melhores Estados brasileiros para se viver devido à sua renda per capita mais alta.
Para explicar por que São Paulo ruiu, por que o Estado se tornou tão inabitável, tão perigoso, tão ruim para pessoas físicas e jurídicas que passou a perder investimentos, participação no PIB e a exibir indicadores sócio-econômicos entre os piores do país, como em qualidade da Educação (pública e privada), da Saúde ou da Segurança Pública, haverá que notar primeiro como se dá a fiscalização do poder público pela sociedade paulista.
A explicação para a grande depressão paulista dos últimos quinze anos reside num processo complexo. E, quando falo em grande depressão paulista, alguns tentarão negá-la – os aliados do grupo político responsável pelo descalabro paulista que teimam em se apresentar como analistas “isentos”, ou seja, a imprensa de São Paulo e grande parte da imprensa brasileira, engajada no projeto político do conclave entre Fernando Henrique Cardoso e José Serra.
Não conseguirão negar, ao menos aqui, pois faço esta argumentação baseado num dado fácil de se verificar, e que, ao ser verificado pelo leitor que realmente busca os fatos, mostrará que tenho razão.
Poderia ficar mostrando estatísticas que comprovam a piora paulista nos últimos quinze anos, como as estatísticas sobre Segurança Pública, as quais, apesar das muitas acusações de manipulação pelo governo de São Paulo, ainda podem ser verificadas com facilidade.
A forma de apuração dos dados sobre Segurança Pública pela Secretaria de Estado responsável pela área, por exemplo, sofreu alguns “ajustes” bem malandros entre 1995 e hoje. Houve separação dos tipos de crimes de forma a apresentar dados fragmentados que impedem a verificação mais ampla da impressionante piora da Segurança neste Estado tão cheio de recursos.
Fiz os ajustes necessários para unir os dados estatísticos sobre os tipos de crimes com base em dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e encontrei o seguinte:

Tipo de crime 4º trimestre 1995 4º trimestre de 2008 variação
Contra a pessoa 98.491 119.711 21,54%
Contra o patrimônio 162.341 229.073 41,10%
Outros crimes 39.720 107.221 169,94%
Entorpecentes 4.004 8.345 108,42%
Total de crimes/delitos 304.556 464.350 52,47%

Vocês acham expressivo o percentual de 52,47% de aumento da criminalidade em São Paulo entre o 4º trimestre de 1995 e o de 2008? Pois eu acho que é ainda maior, pois não faltam acusações de manipulações dos dados da Segurança pelo governo do Estado.
Mas, se ficarmos apenas nas estatísticas oficiais, verificaremos que a criminalidade explodiu no Estado de São Paulo desde que o PSDB chegou ao poder.
O mesmo aconteceu com a Educação e com a Saúde públicas. Apesar de seu poderio econômico, São Paulo paga os piores salários a professores, a médicos, a policiais. Além disso, nas avaliações sobre a qualidade dos serviços de ensino e de assistência médico-hospitalar, os números paulistas são dos mais deprimentes.
Mas talvez o que mais choque em São Paulo seja o absurdo desempenho escolar dos alunos da rede pública de ensino. Ficamos atrás de Estados paupérrimos do Nordeste, em vários casos.
O que acontece com São Paulo é que a sociedade desse Estado não tem como fiscalizar o governo estadual e muito menos como pressioná-lo. A imprensa paulista está todinha comprada desde 1995.
Os sucessivos governos paulistas torram dinheiro público comprando livros escolares de baixíssima qualidade de uma Editora Abril ou torram o dinheiro do contribuinte comprando milhares de assinaturas da Folha de São Paulo ou do Estadão. Enquanto isso, as escolas municipais da coalizão tucano-pefelista economizam criminosamente na merenda escolar.
E onde está a imprensa? Desafio qualquer um a encontrar, neste ano inteiro, uma simples meia dúzia de críticas consistentes e destacadas da imprensa ao governador José Serra. Ninguém encontrará. Os governadores paulistas do PSDB vêm sendo poupados de fiscalização e de críticas da imprensa há quinze anos. A sociedade paulista não tem como fiscalizar e pressionar o Estado.
São Paulo ruiu por culpa da maioria de seu povo, em grande parte cúmplice desse processo ditatorial que vige no Estado, processo no qual o governo regional conta com censura a críticas pela imprensa. O conservadorismo majoritário em São Paulo não é inimigo apenas do resto do país, mas dos próprios paulistas, que pagam caro pela própria burrice preconceituosa e arrogante. Escrito por Eduardo Guimarães às 11h38[(11) Opiniões - clique aqui para opinar] [envie esta mensagem]

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