O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO e agora sem partido) acusou nesta
terça-feira, em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de prevaricar e omitir-se
ao não dar prosseguimento à Operação Vegas da Polícia Federal.
“Eu compreendo desta forma. O processo penal é regido pelo princípio
da obrigação. Não tem o procurador-geral o condão de dizer quando vai
atuar. Mais dia, menos dia, ele vai ter que explicar porque fez dessa
forma. A ação é sem amparo”, disse o senador. A declaração foi uma
resposta a perguntas do senador Fernando Collor (PTB-AL), que tem
pautado sua atuação por ataques e questionamentos a Gurgel.
Demóstenes disse que o chefe do Ministério Público Federal (MPF) deveria
ter tomado alguma ação diante do inquérito, como pedir diligências ou
dar prosseguimento com o inquérito. “Ele prevaricou”, disse Demóstenes.
Gurgel disse em ofício encaminhado ao Congresso ter entendido, à época,
não ter encontrado indícios suficientes para encaminhar a investigação
para o Supremo Tribunal Federal (STF) e que o “retardamento” das
investigações poderia ocasionar na produção de novas provas. As
investigações apontavam para o envolvimento de parlamentares, inclusive
Demóstenes, com Cachoeira.
O senador apresenta nesta terça-feira sua defesa no Senado, onde é alvo
de processo disciplinar em razão das relações mantidas com o empresário
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal
sob a acusação de comandar uma rede ilegal de jogos de azar.
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