É caso de impeachment no STF?
Suarento e gaguejante, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar
Mendes apareceu na tela da Globo na noite de segunda-feira. Confirmou o
encontro com Lula e reafirmou que “houve a conversa sobre o Mensalão”.
Ok. Mas em que termos? E o que isso teria a ver com a CPMI do
Cachoeira/Veja? Gilmar respondeu no melhor estilo rocambole, o estilo de
quem está todo enrolado: “Depreendi dessa conversa que ele [Lula] estava inferindo que eu tinha algo a dever nessa conversa da CPMI”.
“Depreendi”, “inferindo”. Hum…
De forma rocambolesca, Gilmar Mendes piscou. Pouco antes, Lula publicara nota em que manifesta “indignação” com o teor da reportagem…
PSDB/DEM/PPS e a velha mídia, numa estranha parceria com o PSOL, tentam
transformar o encontro Lula/Mendes em notícia, para impedir que venham à
tona fatos gravíssimos já de conhecimento de alguns integrantes da CPI
Cachoeira/Veja.
Qualquer ser pensante pode concluir por conta própria: se Gilmar
sentiu-se “chantageado” ou “pressionado” por um ex-presidente, por que
levou um mês (a reunião entre ele e Lula teria ocorrido em 26 de abril)
para revelar esse fato ao Brasil? E por que o fez pela “Veja”, em vez de
informar seus pares no STF, como seria sua obrigação?
A explicação pode estar aqui, nos
grampos que o tuiteiro Stanley Burburinho fez circular pela rede.
Nesses grampos, depreende-se que um tal “Gilmar” (e o próprio agente da
PF conclui que o citado parece ser ”Gilmar Mendes”) teria viajado num
jatinho emprestado pelo bicheiro Cachoeira. Na companhia (ou compania?) de Demóstenes, o mosqueteiro da ética.
Parafraseando outro ministro do STF, Celso de Melo: “se” a viagem de
Gilmar Mendes no jatinho do bicheiro se confirmar, estaríamos diante de
um caso que não teria outra consequência possível, se não a renúncia ou o
impeachment. Repito: “se” a viagem se confirmar. É preciso apurar. Os indícios são gravíssimos.
A entrevista para “Veja”, seguida do suarento balbuciar no JN da Globo,
parece indicar desespero. Uma espécie de defesa antecipada. Fontes na
CPI informam que haveria mais material comprometedor contra certo
ministro do STF, nas escutas a envolver Cachoeira.
A entrevista à “Veja”, portanto, teria como explicação aquela velha
canção: “foi por medo de avião… que eu peguei pela primeira vez na sua
mão”.
Mais que um aperto de mãos, Gilmar Mendes e Veja podem ter dado um
abraço de afogados. A Cachoeira é funda e não se sabe quem conseguirá
nadar até a margem…
No Escrevinhador
Nenhum comentário:
Postar um comentário