Lula, Nelson Jobim e Gilmar Mendes se encontraram
no escritório do segundo no dia 26 de abril. Dos três, um deles, Gilmar
Mendes, narra um diálogo em um ambiente (a cozinha do escritório) que
os outros dois negam.Lula, em nota divulgada nesta 2ª feira, desmente e
desabafa:' Meu sentimento é de indignação'. Jobim também o faz
enfaticamente: não houve conversa na cozinha e não ocorreu o tal
diálogo, declarou o ex-ministro da Justiça FHC e ex-presidente do STF
entre 2004 e 2006,um personagem reconhecidamente insuspeito de simpatias
petistas. Um dado temporal pouco ou nada contemplado na repercussão
midiática do evento: a 'revelação' do falso diálogo só vem a público um
mês depois do ocorrido; coincidentemente, quando a CPI do Cachoeira
avança --aos trancos e barrancos, é certo--, no acesso e divulgação das
escutas telefônicas da PF que ampliam os círculos envolvidos no
intercurso entre o crime organizado, mídia e expoentes conservadorismo
golpista brasileiro (leia a reportagem exclusiva de Carta Maior sobre a
'Operação Berlim', na pág). A revista VEJA que narrou o falso diálogo um
mês depois de ocorrido estranhamente não ouviu Jobim antes de publicar a
matéria. Uma testemunha tão qualificada, ademais de única, o amigável
Jobim não foi ouvido pela experiente matilha da principal corneta da
direita no país, que descuidou assim de encorpar o 'escândalo' de forma
incontornável... Mas, fica a dúvida: Jobim não foi ouvido ou não quis se
comprometer com a operação, motivo pelo qual Gilmar lhe ofereceu a
porta de saída da cozinha (recusada por Jobim) recinto no qual, alega,
teria ocorrido o constrangedor diálogo?A revista também não explica a
razão pela qual Gilmar Mendes só se indignou a ponto de buscar o ombro
confidente dos amigos de Policarpo Jr 30 dias depois do ocorrido que
tanto o tocou. O dispositivo midiático demotucano passa ao largo dessas
miunças.Prefere repercutir o 'escandaloso' comportamento de Lula. Usa a
condicional 'se de fato ocorreu' no miolo do texto, mas ordena as
manchetes e comentários seletos como se a reportagem de VEJA fosse
verdadeira. Repete assim o comportamento da manada conservadora
observado em 2008 quando a mesma VEJA e o mesmo Gilmar, denunciaram um
suposto grampo telefônico de conversas travadas entre o então
presidente do STF e o demo Demóstenes Torres. O 'escândalo' levou Gilmar
a acusar o governo Lula de instaurar um "estado policial no Brasil'.
Como agora, Giomar mostrou-se indignado então. Com equivalente isenção, o
dispositivo midiático demotucano também endossou o destampatório sem um
grama de evidência objetiva.A pressão derrubou Paulo Lacerda, então
chefe da ABIN. O grampo, comprovou-se depois, era falso. Uma peça desse
jogo xadrez vai depor no Conselho de Ética nesta 3ª feira: Demóstenes
Torres é parte da verdade escondida no cipoal de mentiras, interesses
políticos e pecuniários que a novilíngua midiática tenta minimizar; se
possível vitimizar.Parte da mesma verdade é a viagem a Berlim em abril
de 2011 feita por ambos: o senador e o personagem togado. As
particularidades que envolvem a ida e a volta dos dois, sobretudo a
volta em 25-04 (LEIA reportagem exclusiva de Carta Maior, nesta pág.
sobre a Operação Berlim em que Cachoeira providencia jatinho para um
certo 'Gilmar') , podem explicar o suor frio do desesespero excretado
nas páginas da estridente corneta do conservadorismo brasileiro.
Postado por Saul Leblon às 08:55
Do Site Carta Maior.
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