Ao povo brasileiro:
como todos e todas puderam recentemente testemunhar, o ex-presidente do
STF, Sr. Gilmar Mendes, fez declarações à revista Veja, ao site
Conjur, aos jornais Globo e Folha de S. Paulo nesta semana, repercutido
em diversos meios de comunicação, envolvendo o ex-presidente Lula e
também o ex-ministro Nelson Jobim. Tanto foi assim que o próprio Gilmar
Mendes teve que retificar tais declarações em seguida, na Rede Globo
em 29/05.
Desta vez a
tentativa de blindar o crime organizado não deu certo. Felizmente, o
trabalho da CPMI do Cachoeira já transcendeu o poder de obstrução dos
corruptos, corruptores e do Sr. Gilmar Mendes. Não adianta mais tentar
ganhar no grito ou querer dispersar o foco objetivo da CPMI por meio de
mentiras.
Convém lembrar que,
há pouco menos de quatro anos, em 2008, quando o mesmo Gilmar Mendes,
então presidente do STF, concedeu dois habeas-corpus em 48 horas ao
banqueiro condenado Daniel Dantas, previa e devidamente preso por
desviar bilhões de reais dos cofres públicos. Inaugurou naquela época o
“foro privilegiado” para banqueiro bandido.
Naquele momento de
crise institucional no Brasil, advindo da operação Satiagraha, a falta
de credibilidade na justiça brasileira foi alertada, também, pelo
ministro Joaquim Barbosa, ocasião em que abriu o debate na própria
corte com o ex-presidente do STF Gilmar Mendes.
Os atos incomuns
praticados no STF pelo ex-presidente Gilmar Mendes tinha, então,
respaldo de um super poder judicial acima da lei e da Constituição da
República. Hoje ele não tem mais. As coisas mudaram no Brasil. E
continuarão mudando.
As afirmações
mentirosas e criminosas dirigidas por ele contra mim, serão apreciadas
em instrumentos próprios e no foro adequado, registrando que não tem
indícios e documentos que classifiquem qualquer conduta na minha
atividade como policial ou parlamentar vinculados ao esquema Cachoeira.
Talvez, o
destempero, nervosismo e arrogância de Gilmar Mendes se explique ao
longo da CPMI do Cachoeira na ampliação da coleta de dados, documentos e
informações que aprofundem as investigações com o objetivo final de
revelar as infiltrações nos Poderes da República, que ameaçam o Estado
Democrático de Direito.
Por isso, é bom
lembrar que as mudanças abrem novos caminhos para o futuro da mesma
forma em que resgatam a memória. Assim, retroativamente, podemos
desimpedir a evolução de um país que permanece obstruído por um legado
de corrupção ética, moral e material. Ressalto ao final que a
instauração da Comissão da Verdade e do Acesso à Informação dá para
entender que a busca pela verdade é a ordem do dia no Brasil de hoje e
de amanhã.
Observação: Nota em resposta as seguintes reportagens:
1) http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2012/05/28/em-entrevista-gilmar-confirma-pressao-de-lula/
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