Ex-presidente é investigado em casos de doações eleitorais irregulares para sua campanha de 2007
Policiais da brigada financeira da França cumpriram na manhã desta terça-feira (03/07) um mandado de busca e apreensão na residência do ex-presidente Nicolas Sarkozy e na sede do escritório de advocacia do qual é sócio. A ordem para a operação foi concedida pelo juiz da cidade de Bordeaux Jean-Michel Gentil, que, acompanhado de dez oficiais, busca evidências da participação da herdeira do grupo L’Oréal, Liliane Bettencourt, em um suposto esquema de financiamento ilícito da campanha que elegeu o político de direita em 2007.
Nicolas Sarkozy, cuja imunidade presidencial se encerrou no último dia 16 de junho, é investigado por duas supostas fraudes eleitorais. Em uma, Claire Thibout, antiga contadora da família Bettencourt, teria coordenado uma remessa de 150 mil euros a Eric Woerth, na época tesoureiro da campanha do ex-presidente. Na outra, diversos depoimentos recolhidos pela justiça indicam que o próprio Sarkozy, em meio a sua campanha de 2007, visitou a residência dos Bettencourt portando somas de dinheiro em espécie.
O juiz Jean-Michel Gentil já indiciou diversas pessoas diretamente ligadas a Liliane Bettencourt, inclusive os responsáveis pela gestão de sua fortuna. De acordo com Thierry Herzog, advogado da família Sarkozy, o ex-presidente encontra-se de férias no Canadá ao lado de sua esposa, a ex-primeira-dama Carla Bruni, e de seus filhos. O magistrado pretende convocar Sarkozy o quanto antes para um depoimento.
Em setembro de 2011, Thibout confirmou que a milionária fez doações não declaradas à campanha presidencial de 2007. À época, ela confirmou ao juiz declarações que já havia feito à imprensa. Seu advogado, Antoine Gillot, reforçou o vínculo entre Liliane e Sarkozy, reafirmando seu "envolvimento neste caso desde o início”.
Gillot acusou o presidente francês de se reunir duas vezes com Liliane Bettancourt no Palácio do Eliseu, sede do governo francês, desde que as investigações começaram. Sarkozy teria sido informado “quase em tempo real” sobre as decisões dos juízes.
O caso veio chegou ao público em um livro escrito por dois repórteres do jornal Le Monde, que, citando declarações de juízes sobre a investigação, relataram como o presidente da França teria recebido caixa-dois na campanha em que derrotou a socialista Segoléne Royal.
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