Quanto de Olimpíada deve ter no noticiário da Globo?
Diferentemente do que ocorreu em edições anteriores, a Rede Globo não
transmitirá os Jogos Olímpicos de Londres, evento exclusivo da Record na
TV aberta e que só compartilhou com as emissoras fechadas SporTV, canal
da Globosat, ESPN e BandSports a exibição da Olimpíada no país.
Sem os direitos da competição, a pergunta que se faz é:
quanto a Globo, maior TV do país e com audiência muito acima de
qualquer outra, deve falar sobre Olimpíada em seus noticiários, os
esportivos e também aqueles mais gerais? A meu ver, essa é uma decisão
da TV Globo, que pode, sim, dar tratamento não tão especial, porém
ignorar por completo os Jogos de Londres ou mesmo condená-los a um
cantinho qualquer em seus programas é fazer mau jornalismo. Um erro.
Os telespectadores da Globo, bem como os do SBT, Bandeirantes, TV
Cultura, Rede TV!, entre outros canais da televisão aberta devem ser
informados sobre o maior evento esportivo do mundo. Quem se propõe a
levar a sério jornalismo em sua grande de programação tem a obrigação de
falar de Olimpíada. É notícia. Das mais importantes. Não é opcional dar
ou não informação sobre o que rola na Inglaterra. É compromisso com o
telespectador. Só um canal que assumidamente não dê importância a
jornalismo deixa de cobrir os Jogos de Londres.
Não serve nem a desculpa de que a Record cedeu poucos minutos em
imagens oficiais da Olimpíada. Se não tem fartura de imagem, que use a
criatividade, pegue outras de arquivo relacionadas à notícia ou mesmo à
reportagem sobre o fato a ser relatado. Não há o que justifique a falta
de compromisso com a notícia.
O que não pode é o apresentador do Globo Esporte, Tiago Leifert [foto], em
participação no SPTV, justificar que terça-feira é um dia com poucas
notícias e optar por extensa reportagem sobre torneio de sumô em lugar
de matérias sobre as seleções olímpicas feminina e masculina de futebol,
que estreiam, respectivamente, amanhã e depois de amanhã. Lamentável.
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