Coordenador da campanha de Fernando Haddad (PT), o vereador Antonio Donato (PT) classificou manifestação contra Haddad de fascista-----
Foto: Thiago Tufano/Terra-------
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O coordenador da campanha de Fernando Haddad (PT) na disputa da prefeitura de São Paulo, o vereador petista Antonio Donato, classificou de fascista o protesto promovido por manifestantes ligados a movimentos jovens do PSDB que, sem se identificar, criticaram Haddad, na última quarta-feira, por conta da greve nas universidades federais do país, que estão paralisadas há cerca de dois meses.
"Lamentável o comportamento de militantes do PSDB que, sem se identificar, tentaram interromper atividade da campanha que o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, fez no bairro do Brás na quarta-feira. Usando de um expediente tipicamente fascista, quatro jovens tucanos passaram-se por estudantes para protestar contra a greve nas universidades federais, como se estivessem mesmo preocupados com esta paralisação", afirmou Donato em uma nota publicada no site do diretório municipal da legenda.
Além das críticas aos estudantes, Donato fez críticas também ao PSDB, do candidato José Serra, principal adversário de Haddad, como o próprio candidato o classificou em entrevista a Terra Magazine nesta quinta-feira.
"A atitude dos quatro tucanos mostra a verdadeira face do PSDB, partido que abusa do discurso em favor da democracia, mas que na prática age com intolerância e desrespeito contra os adversários. O episódio é um alerta de que o PSDB está disposto a usar de qualquer expediente para favorecer seu candidato na eleição para a Prefeitura de São Paulo."
Protesto
Na última quarta-feira, quatro estudantes abordaram Haddad, que fazia campanha na região do Brás, no centro de São Paulo, e protestaram contra a paralisação das universidades federais, responsabilidade de Haddad enquanto ministro da Educação. Apesar de não se identificarem, os manifestantes são membros da Juventude do PSDB.
Nesta quinta-feira, em campanha pelo bairro de Perus, Haddad classificou a situação como um "embaraço artificial". "Não saímos à rua com temor, mas desde que isso seja espontâneo. Assim como não quero ninguém organizado para elogiar, eu não considero adequado os nossos adversários se organizarem para criar embaraços artificiais. Vamos manter o alto nível de campanha sem esse expediente que não serve à democracia. Se isso está confirmado é de se lamentar", afirmou.
Procurados pelo Terra, tanto o diretório municipal do PSDB quanto a campanha de José Serra não quiseram comentar as declarações de Donato.
O presidente da Juventude Municipal do PSDB em São Paulo, Breno Siviero, confirmou a participação de pessoas ligadas ao partido na manifestação. Contudo, segundo Breno, a legenda não tem nenhuma participação com os acontecimentos, e não pode controlar nem impedir as manifestações de seus membros.
"Não houve conhecimento prévio nem aval da Juventude, do diretório, nem da campanha (de José Serra). Buscamos seguir na campanha a proposta feita pelo Serra, de discutir propostas, ideias, de fazer uma campanha propositiva. Esse foi um fato isolado", afirmou Siviero em entrevista ao Terra.
Segundo o tucano, a atitude foi desaprovada pelo partido, por não combinar com o perfil do PSDB. "Não tem a cara do PSDB. Queremos discutir ideias, propostas, não partir para tumultos, acusações, factóides", afirmou.
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