Ricardo Brito, da Agência Estado
Caciques do PSDB decidiram, em conversas reservadas, que vão insistir na
estratégia pública de defender que a cúpula petista da CPI do Cachoeira está
direcionando as investigações para manter o governador de Goiás, o tucano
Marconi Perillo, no foco da comissão. Mas, em privado, já admitem que não vão se
opor a uma eventual nova convocação e até mesmo ao eventual indiciamento do
governador pela CPI.
Henrique Luiz/Divulgação
Liderança do PSDB concordou com covocação
Marconi Perillo à CPI
O relatório da Polícia Federal que aponta Perillo como tendo firmado um
"compromisso" com a Delta Construções, com a intermediação do contraventor
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, dificultou ainda mais uma defesa
intransigente do governador. "As provas são robustas", admitiu um cacique tucano
à Agência Estado.
Mas, como Perillo não se licenciou do partido logo após o início das
acusações de envolvimento com Cachoeira, fica difícil, segundo tucanos, cobrá-lo
agora para se licenciar temporariamente do PSDB. Ou seja, não vão largá-lo
agora.
"Nada contra a convocação, não seremos obstáculo à convocação. Mas a pergunta
é: convocar para quê? Para repetir as mesmas perguntas e ouvir as mesmas
respostas?", questionou o líder tucano no Senado, Álvaro Dias (PR), nesta
segunda-feira, 16, à tarde.
Para ele, a eficácia do novo depoimento é questionável porque o
vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT), já sinalizou que há
elementos para sugerir o indiciamento de Perillo ao final dos trabalhos. Pelas
entrevistas concedidas até então, o relator da CPI, deputado Odair Cunha
(PT-MG), também tem sinalizado que deve indiciar o governador por envolvimento
com Cachoeira. O tucano sustenta que o indiciamento é mais "político", uma vez
que a PF está mais avançada na investigação e a CPI não tem nada, até o momento,
para contribuir no esclarecimento do caso.
Álvaro Dias vai conversar esta segunda à noite com o presidente nacional do
PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), sobre a situação de Perillo. Mais cedo, por
meio da assessoria de imprensa, Guerra disse esperar que o governador de Goiás
esclareça esta semana as novas acusações divulgadas pela revista Época
deste final de semana.
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