A vantagem de Haddad (PT) sobre Serra (PSDB) no segundo turno encontra
equivalências em eleições anteriores. Diferenças que variam de 16 a 21
pontos percentuais entre os finalistas a dez dias do pleito foram
observadas em quatro das cinco eleições definidas em segundo turno na
capital. A exceção ocorreu em 2004, quando, no mesmo período, Serra
liderava com 10 pontos sobre Marta (PT).
Em todas essas eleições quem estava na frente, nessa mesma época, foi
eleito. Maluf (PDS) em 1992 tinha 18 pontos de vantagem sobre Eduardo
Suplicy (PT). Pitta (PPB) abriu 21 pontos sobre Erundina (PT) em 1996.
Em 2000 Marta conseguia 19 pontos sobre Maluf. E em 2008 Kassab (DEM)
alcançava 16 pontos sobre a petista.
Pelos dados, o desafio de Serra não é fácil. Apesar da taxa elevada de
indecisos e de um percentual razoável de eleitores que cogitam mudar o
voto, o potencial de captação do tucano é reduzido por sua alta
rejeição: 52% dos paulistanos dizem que não votariam de jeito nenhum em
Serra e 88% querem um governo diferente do de Kassab.
A liderança de Haddad reflete essa reprovação, essa insatisfação do
paulistano com sua cidade. Como revelou o projeto DNA paulistano, dos 96
distritos da capital, apenas oito receberam notas maiores do que em
2008.
Quando se cruza a intenção de voto pelo conjunto de bairros que ficam
acima ou abaixo da média de satisfação, o resultado explica o cenário
eleitoral. Nos bairros de notas mais elevadas, Serra vai a 45% a 38% de
Haddad. Nos distritos abaixo da média de satisfação, o petista chega a
56% contra 24% do tucano.
Temas que não atendam às demandas dos bairros pouca influência terão no
desfecho da disputa. Os debates e as propagandas oficiais são espaços
privilegiados para responder à opinião pública. É atribuição de quem se
pretende representante ouvir o que os representados têm a dizer.
Mauro Paulino - Diretor-geral do DatafolhaAlessandro Janoni - Diretor de Pesquisas do Datafolha
No Falha
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