Do DoLaDoDeLa - 24 outubro 2012
por Viviane Cabreira
O cidadão chega em casa cansado após
um tempo considerável no transporte público lotado e em péssimas
condições depois de um longo dia de trabalho. Ao ligar a televisão,
depara-se com um jornal que é para "Hommer Simpson ver". Rede Globo
ainda pensa que o povo é burro. Ledo engano.
Faltando menos de uma semana para as
eleições municipais em todo o país, a referida emissora veiculou no
programa de horário nobre do telejornalismo da casa a carta suja
escondida na manga. Ao notar que o Partido dos Trabalhadores cresceu e
muito nessa eleição, a Globo foi truculenta em mais uma de suas
artimanhas.
O que muito me faz rir é o alarde
que o plim plim fez há pouco tempo falando sobre sua linha editorial,
que eram pela objetividade, imparcialidade e outras balelas do gênero.
Ora! Antônio Gramsci já dizia que viver é tomar partido. Não é errado
deixar claro o posicionamento político-ideológico do veículo. O que
causa repulsa é essa brincadeira de faz-de-conta. As organizações
Roberto Marinho fazem um jornalismo "mauricinho, certinho e engravatado"
manipulando fatos, omitindo muitos outros para que se possa distorcer a
notícia ao bel-prazer dos interesses daqueles que defendem. São uma
ínfima parcela da sociedade, quantidade centesimal que representa todo
poder aquisitivo e político conservador do país. Esses são os
verdadeiros senhores de alguns meios de comunicação. Eles mandam e
desmandam. Vide a relação de Carlinhos Cachoeira e a Revista Veja.
Fidel Castro disse algo que vem bem a calhar. Como vinham cogitando na mídia internacional que ele estivesse agonizando, El Comandante soltou o verbo: "Mesmo
que muitas pessoas no mundo ainda sejam enganadas pelos órgãos de
informação, quase todos controlados por privilegiados e ricos que
publicam essas bobagens, o povo crê cada vez menos nelas" e disparou sem medo que a imprensa é o "galinheiro de propaganda imperialista".
Segundo a mitologia grega, Prometeu
roubou o fogo sagrado do Olimpo para entregá-lo aos homens. Pois é. As
redes sociais estão cumprindo o papel desse herói mítico, já que os
demais meios de comunicação de massa furtam-se a desempenhar a função de
descortinar a verdade dos acontecimentos e levar isso à sociedade.
Através dessas novas mídias e sua convergência, os compartilhamentos de
links concretizam a possibilidade de que um contingente muito maior de
pessoas possam ter acesso a determinadas informações. Isso se dá em uma
escala maior do que seria através do rádio, da televisão, jornais
e revistas, por exemplo.
Chamada de quarto poder, a imprensa
só o será de fato a partir do momento em que defender os interesses do
coletivo, do que é público. Enquanto servir de ferramenta para joguetes
políticos, para fortalecer outras instâncias, continuará sendo somente
uma mera representação barata e folhetinesca de jornalismo. É por essas e
outras que necessitamos de uma regulamentação que divida isonomicamente
as fatias do bolo comunicacional que hoje concentram-se nas mãos de
algumas famílias que mantêm esse monopólio com punhos de ferro e
padrinhos para sustentá-los.
Por isso é que pedimos #RegulaDilma!
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PITACO DO ContrapontoPIG
Manipulação: A foto acima pode gerar 3 notícias diferentes.
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