sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Operação 2014


Guido Mantega. O governo e o Brasil
precisam dele Foto: ©AFP / Evaristo Sa

Mino Carta, CartaCapital
“E reaparece meu pai, Giannino, e não diz “profetica anima mea”, alma minha profética. Confirma apenas “mala tempora currunt” e comenta como é elementar a tarefa do analista político nas nossas latitudes. Refere-se, está claro, ao jornalista honesto, habilitado a perceber a previsibilidade dos movimentos dos senhores da casa-grande.
Até o mundo mineral recorda os tempos precedentes ao golpe de 1964 e reencontra aquele tom de fúria nos jornalões dos últimos dias. Desfraldam manchetes dignas da eclosão da guerra atômica. Está em curso, de fato, uma operação na mira de 2014, articulada em duas frentes com o mesmo objetivo: a debacle final de quem ousasse preocupar-se com o destino do País todo, senzala incluída.
Em uma frente visa-se Lula, sua popularidade e seu peso em relação ao futuro da presidenta Dilma. Ocorre assim que venham à tona detalhes do depoimento prestado há três meses por Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República. Vazados por quem? Pelo próprio Roberto Gurgel em busca de desforra? Há figuras ilustres engajadas na campanha, imponente entre elas o novo presidente do STF, Joaquim Barbosa, o qual se apressa a declarar que o ex-presidente pode ser investigado pelo Ministério Público. Ao lado do nosso Catão postam-se prontamente (e quem mais?) os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Mendes é aquele, para quem esqueceu, que chamou às falas o então presidente Lula, pediu e ganhou a cabeça do delegado Paulo Lacerda, acusou a Abin de um grampo inexistente e trabalhou com êxito para o enterro da Operação Satiagraha e a felicidade de Daniel Dantas. Quanto a Mello, dispensa apresentação no seu inesgotável papel de homem-show.

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