terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Por que Cuba continua sendo tão importante?



Ilha caribenha cercada de capitalismo por todos os lados outra vez na berlinda; como se ainda estivesse de boina na cabeça e metralhadora em punho, Fidel Castro marcado pelos anos segue sendo referência; para o bem e o mal; regime promove reformas como as que trazem Yoani Sánchez ao Brasil, mas Sociedade Interamericana de Imprensa gasta milhões para fazer dela, em 10 países, mártir; avanços se refletem em governo populares da América Latina, mas não suavizam boicote econômico americano; de Eisenhower, na década de 1950, à Obama, com agravantes nos governos democratas de Kennedy e Clinton, o que se quer é matar o sonho socialista; que tal compreender Cuba em lugar de só atacá-la?
Marco Damiani, Brasil 257
A partir da maior ilha do Caribe, cercada de capitalismo por todos os lados, o comandante Fidel Castro ainda parece estar, aos olhos de muitos, de boina militar, grossos óculos de grau e metralhadora em punho. No auge da forma, ao lado de Guevara e Cienfuegos. Afinal, continua a maior potência econômica da terra a querer derrubá-lo. É assim desde a imposição pelos Estados Unidos, em 1958, às vésperas da vitória da revolução popular, do boicote econômico. Obra do presidente republicano (e general) Dwight Eisenhower, ampliada pelos democratas John Kennedy e Bill Clinton, mantida sem cerimônia por Barack Obama. Lá se vão 54 anos jogando contra.
Agora, a estratégia econômica de cerco a Cuba é acrescida de uma jovem face política. Sob os auspícios da Sociedade Interamericana de Imprensa, entidade fundada em Washington D.C., em 1926, com sede permanente na Flórida, em Miami, e cuja próxima assembléia geral está  marcada para Denver, no Colorado, a blogueira Yoani Sánchez começou pelo Brasil uma viagem a nove outros países. Tem um recado na ponta da língua: quer democracia para Cuba.
A que tipo de democracia ela se refere não fica bem claro. Seria, por exemplo, o regime que os americanos implantaram no Iraque, com George W. Bush e Barack Obama? Ou, antes, na década de 1980, naquela que resultou da invasão a outra ilha caribenha, Granada, sob os mariners de Ronald Regan? Talvez a democracia que vigore na vizinha Jamaica, que ostenta na capital Kingston a considerada maior favela do mundo, Trenchtown? Ou a democracia como a monitorada no Líbano, onde qualquer um pode vencer as eleições sem protestos, à exceção do Hizbollah, preferido da maioria? A democracia imposta à Palestina? Quem sabe democracias como as existentes nos países africanos, entregues à própria sorte?”
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