Infelizmente, como ainda não assumi a liderança do PDT, não tive oportunidade de reponder, hoje, da tribuna, ao líder do PSDB, deputado João Almeida. Ele fez um duro discurso criticando o Governo Lula e Dilma Rousseff pela construção da Usina de Belo Monte, dezprezando, como ele mesmo disse, os aspectos ambientais e sociais para se concentrar no ataque ao que chama de “indescritíveis concessões que se fizeram relativas a empréstimos, as concessões que se fizeram relativas à dispensa de pagamento de impostos por um longo período”.
Que cara de pau, deputado! São empréstimos e isenções para produzir energia elétrica, essencial ao desenvolvimento e dados a um consórcio que será, majoritariamente estatal! Quero ver o senhor ir à tribuna dizer o mesmo dos empréstimos e isenções concedidos pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso à Ford para instalar sua fábrica na Bahia! Pegou muito dinheiro (R$ 1,3 bilhões) a 2% ao ano no BNDES e ficou isenta de imposto de importação, IPI, Imposto de Renda. O Governo do Estado doou também o terreno e toda a infraestrutura.
Não sou contra, muito ao contrário, à industrialização da Bahia e do Nordeste. Mas FHC entrou neste circuito para tirar a fábrica do Rio Grande do Sul, então governado pelo petista Olívio Dutra. Dutra cortou subsídios da ordem de R$ 450 milhões que seriam concedidos à Ford.
Como disse, não sou contra apoiar a Bahia, tanto que Lula prorrogou a isenção do imposto de importação até 2015, em troca de um investimento de mais R$ 4 bilhões na ampliação da fábrica, embora admitisse ter dúvidas em renovar o benefício, mas que foi convencido pelos apelos do ministro Guido Mantega e do Governador Jacques Wagner. E avisou aos diretores da Ford: “que se preparem, pois um dia os incentivos acabam”.
É o fim da picada a oposição vir se queixar de insenção para energia elétrica gerada por um consórcio semi-estatal quando eles próprio deram o mesmo para uma empresa multinacional de fabricação de automóveis.
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