Com a retumbante retirada de cena de Ciro Gomes, anunciada pelo iG na semana passada e que será oficializada amanhã pelo PSB, só restou a candidatura verde de Marina Silva como terceira via para quem já está cansado da disputa presidencial limitada a PT e PSDB nos últimos 16 anos. Fora ela, só sobraram nanicos sem expressão eleitoral.
Marina já estava empatada com Ciro na faixa entre 8 e 10% nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope, o mesmo patamar que mantem desde setembro do ano passado, quando sua candidatura foi lançada pelo PV. Desta forma, sem Ciro, são maiores as chances hoje desta eleição presidencial ser decidida no primeiro turno.
Por enquanto, a campanha de Marina, ainda incipiente por aqui, tem feito mais sucesso na imprensa internacional e em eventos no exterior, como o Dia da Terra, em Washington, onde discursou por cinco minutos neste domingo.
Apresentada pela revista Economist como o “outro Silva” da cena brasileira, “um político que parece ter princípios demais para ser jogado na briga de cão eleitoral de uma democracia gigante”, Marina ganhou, em Washington, o apoio entusiasmado do diretor americano James Cameron, aquele do campeão de bilheteria “Avatar”, e palavras amáveis do ambientalista Robert F. Kennedy Jr., filho de Robert Kennedy, assassinado durante a campanha presidencial de 1968 nos Estados Unidos.
“Todo mundo que lê jornais sabe quem ela é”, disse Kennedy Jr. O maior problema de Marina talvez resida exatamente aí: uma parcela cada vez menor de brasileiros, em relação à população, ainda lê jornais, espaço onde ela encontra boa acolhida. E é bastante pequeno seu tempo de televisão no horário político gratuito, que é o que realmente importa, ainda um fator decisivo nas nossas eleições. Isolado, o PV não conseguiu se aliar a ninguém até agora para aumentar este tempo.
À frente de um partido pequeno e complicado, em que ela ingressou recentemente, após deixar o PT, onde militou desde a fundação, Marina tenta se equilibrar entre as várias tendências dos verdes, divididas nos estados entre governo e oposição. Embora faça elogios pontuais ora ao PT, ora ao PSDB, até aqui a líder verde tem evitado críticas aos tucanos, e batido cada vez mais forte no governo Lula, do qual foi ministra durante mais de seis anos, e em Dilma Roussef, a candidata petista.
Nos últimos dias, fiel à sua pregação ambientalista, atacou a construção da usina de Belo Monte, no Xingu, e criticou a posição do governo brasileiro em relação ao Irã. Resta saber se estes temas serão capazes de sensibilizar o eleitorado, numa disputa cada vez mais polarizada entre Serra e Dilma, PT e PSDB, governo e oposição, como Lula queria desde o princípio.
Noto pelos comentários publicados aqui no Balaio que cresce a cada semana o número de leitores/eleitores desencantados com este Fla-Flu, agora dispostos a votar em Marina como única alternativa. A questão que se coloca agora é até onde sua candidatura poderá crescer _ e de quem ela tirará mais votos, Serra ou Dilma.
Uma coisa é certa: se houver segundo turno, seu apoio será decisivo. Quem Marina apoiaria? Com a resposta, os leitores.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
Um comentário:
Um país como o BRASIL, o quinto maior territorialmente e entre os dez mais populosos do mundo não pode ter como presidente uma pessoa que vai aos EUA afirmar que jamais faria a hidrelétrica de Belo Monte, é como tranqüilizá-los com a garantia que este país ficará eternamente deitado em berço esplêndido e no escuro, de maneira que jamais os confrontaremos no campo das idéias por conseqüência concordar sempre mesmo quando tais idéias nos afetem na política econômica e na dignidade. Na presidência não podemos ter representante de ONGs. Às vezes são tão incoerentes que não dá para levarem a sério. Uma hidrelétrica é energia totalmente limpa, é totalmente preferível a termoelétricas. Quanto ao espelho d’água criado num primeiro momento pode ser ruim, mas são coisas que o próprio projeto pode sanar na quase totalidade e no futuro o grande volume de água se torna um habitat de novas espécies, e desde quando água é ruim. Vai entender os ambientalistas, são contra a transposição do Rio São Francisco! Água é possibilidade e potencial de vida, não querem água onde o povo tem cede, querem que carreguem latas de água na cabeça por quilômetros, isto é uma insanidade. Tal projeto no São Francisco já foi idealizado desde D Pedro I, Belo Monte há trinta anos e vem a Marina e Jose Serra falar em iniciar açodadamente, isto é estúpido. Aliás, apagão é com eles mesmos, lembram do FHC, Jose Serra foi seu ministro. Prefiro o país do progresso. O presidente atual mostrou o caminho, agora ninguém segura, nem Marina nem Jose Serra, é DILMA para continuar o BRASIL que vai para frente. Até o slogan da campanha adversária mostra que estes pais agora “pode mais”, com eles não podia, com LULA pode e com DILMA mais ainda. Saudações!
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